10 de abril de 2014

The Mimic – Primeira Temporada

The MimicEu não sei bem o que falar de The Mimic. Gostei da série por seu tom terno que se sobrepõe ao que se esperaria normalmente de uma comédia. É o tipo de programa que tem o dom de narrar situações corriqueiras mas que nos trás uma gratidão enorme por ter assistido.

A série nos apresenta Martin Hurdle, um homem de meia idade que leva uma vida simples, dividindo apartamento com uma amiga e trabalhando na manutenção de parques e jardins na sede de uma indústria farmacêutica, o que faz com que se sinta diminuído em especial com relação à sua superiora, uma jovem muitos anos mais nova que ele.

Martin é um sujeito quieto, retraído, consciente de sua realidade mas desejoso de alterá-la, buscando inclusive fugir dela como quando encarna um personagem diferente de si para frequentar um pub, se permitindo, por aqueles momentos, ser outra pessoa.

Interpretado por Terry Minott, ator competente que não me ganhou nos primeiros minutos da série, mas que soube me prender ao seu personagem no decorrer dos episódios, Martin tem um talento: ele é um imitador nato, consegue emular com habilidade as vozes de diversas personalidades britânicas, e, quando sozinho, se imagina até mesmo como um artista em um show.

The Mimic

Sua vida começa a mudar quando uma ex-namorada entra em contato para lhe dizer que ele tem um filho, já com dezoito anos, e que ele deseja conhecê-lo.

O encontro de pai e filho é narrado com maestria, existe aquele brilho no olhar, aquela falta de jeito, a necessidade de se criar relações enquanto se desculpam por fatos que fugiam de seu controle e dos quais pouca ou nenhuma culpa tinham; mas fica a boa vontade, a empatia, e o desejo de, realmente, se conhecerem.

Ao redor de Martin orbitam dois personagens bastante importantes: Jean, amiga proprietária do apartamento onde ele mora, interpretada por Jo Hartley, atriz que não conhecia mas que me ganhou completamente graças á sua voz calma um tanto rouca, e por seu personagem ser tão generoso e ponto de apoio de Martin; e Neil, o assustadoramente competente Neil Maskell – o sujeito estranho de olhos vidrados e braços pendidos rente ao corpo que, em Utopia (também vou falar sobre a série) tinha como principal missão descobrir onde estava Jessica Hyde – dono de uma banca que vê em todos os lugares teorias e conspirações, que também dá suporte à Martin em diversas situações.

Sendo seu maior talento as imitações, Martin as usa para se aproximar do filho, Steven – interpretado por  Jacob Anderson, que pode ser visto em Game of Thrones – mas mais para quebrar o inevitável gelo, já que Steven simpatiza com o pai; e é ele quem tem a ideia de usar o talento de Martin comercialmente, dando ao pai uma expectativa de, enfim, ganhar algum dinheiro com suas imitações.

Apesar de serem figuras diferentes – pai tímido, filho confiante e comunicativo – é recompensador ver como a relação se desenvolve, e o quanto de tato todas as situações em que os dois estão juntos apresentam. Claro que não é fácil lidarem com tudo ao seu redor, são muitas novidades para serem levadas em conta, mas eles tem relativo sucesso conforme as vão confrontando.

The Mimic

Tendo como base importante a figura de Martin como imitador – os roteiros da série davam liberdade para que Terry improvisasse – perdi um pouco ao não reconhecer todas as vozes interpretadas, já que na maioria das vezes dizem respeito à personalidades britânicas, mas não é algo que atrapalhe a experiência de se acompanhar a narrativa.

Renovada para sua segunda temporada – que deve estrear em algum momento desse ano, no Reino Unido – The Mimic me proporcionou bons momentos em seus cinco episódios. Ela não força em ser grande ou tocante, tudo é narrado com muito bom gosto, em um tom terno, mas não apelativo, e só tenho agradecer por os britânicos dominarem tão bem os rumos de suas séries.  De quebra, ainda ganhei o mais emocionante final de temporada dos últimos tempos.

 

The Mimic (The Mimic – UK, Season 1: 2013) Criada por Matt Morgan. Com Terry Minott, Jo Hartley, Neil Maskell, Jacob Anderson. Channel 4. Créditos completos aqui.

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6 comentários:

  1. Achei esse post fantástico! A ideia da série me chamou atenção, gostei de conhecê-la e vou procurar (assim que eu terminar Dexter, talvez). Eu gosto de ver os atores de GoT em outras séries, principalmente tão opostas, onde não tem tanta maquiagem ou coisas acontecendo ao redor, acho que dá pra enxergar o ator melhor.

    Abraços!

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    1. Lu, a série é de um bom gosto incrível - ah!, os ingleses! - e me conquistou pra valer, mal posso esperar pela segunda temporada. Vale muito a pena assistir.

      Fica a dica: o Jacob Anderson também podem ser visto em um papel pequenininho em "Broadchurch".

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  2. Eu quase me sinto tentada a enveredar pelo mundo das séries, mas ando tão podre de cansaço que não consigo nem ver meus animes. Honestamente estou me perguntando como consigo ler porque sinceramente tá tenso! Enfim, gostei da ideia da série, ela não é demasiado grande, então quem sabe em um fim de semana desses ou feriadão, ferias eu me pegue descobrindo que final emocionante foi esse.

    Cheros Luciano.

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    1. Ah, eu sou um sujeito de séries, gosto muito! Agora, o tempo tá corrido mesmo, estou atrasado com quase tudo, e sem previsão para melhoras! E, sim, séries britânicas geralmente são curtas, então fica mais fácil pra assistir!

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  3. Lendo seu post só me faz ter que reservar um tempo para curtir essa série. The Mimmic tem uma histórua bem simples e oelo que vejo tidis is oersonagens te conquistaram. Com essa avaliação com certeza sua segunda temporada deve estar sendo muito aguardada.
    Tenho que colocar para gravar como fiz com Once up time.
    Beijos

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    1. Irene, eu gostei bastante, e sim, estou ansioso pelo retorno! Vale a pena assistir ;)

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