20 de julho de 2015

Hitman: Matador por Acaso – Primeira Temporada: Vol. 01, 02 & 03, de Hiroshi Mutou [Resenha #229]

Hitman


Sinopse: Tokichi Inaba, 34 anos. É um competente vendedor externo de uma empresa alimentícia que, por acidente, se encontrou com o Magnum duplo original que estava gravemente ferido depois de levar um tiro. Mesmo a contragosto, Tokichi teve que assumir o lugar do assassino verdadeiro e se tornar um hitman (matador profissional). Agora o pobre vendedor vai ter de se desdobrar para poder levar a vida de marido e vendedor com a de assassino.


Já falei um pouco sobre o primeiro volume de “Hitman: Matador por Acaso”, nesta coluna do blog que não foi adiante. Publicado no Japão originalmente na revista Semanário Mangá Goraku desde 2005, o mangá já conta com vinte e quatro volumes encadernados publicados por lá, e eu torço fortemente para que cheguem por aqui. Publicado pela Nova Sampa, o mangá já teve seis volumes publicados no Brasil, dividido em duas temporadas de três volumes, é da primeira que vou falar agora.

No primeiro volume, Tokichi Inaba, um carismático vendedor de vinte e quatro anos, recém casado, está indo visitar um cliente quando dá de cara com um acidente na estrada, e, por ironia do destino, ele, que morre de medo de contrariar a esposa, fazendo tudo que ela quer, acaba tendo que assumir o lugar de um grande assassino de aluguel, o lendário Magnum Duplo.

Completando sua “primeira missão” com sucesso, ou seja, saindo de lá com vida, ele acha que estará livre, mas percebe que se dar as costas para uma organização como a Combini – que aluga armas, guarda-costas e assassinos para qualquer um que puder pagar – pode colocar sua esposa em risco, então decide manter uma vida dupla: a de vendedor durante os dias, e, quando preciso, assumindo o papel como “Segundo Magnum Duplo”.

O mangá é um seinen – indicado para homens jovens – que apesar da violência tem uma boa quantidade de humor, quase sempre focados em Tokichi e sua natural inaptidão para o mundo do crime, sendo sempre auxiliado por sua parceira, Chinatsu, outra funcionária da Combini; e certo erotismo, envolvendo Chinatsu no papel de mulher frágil quando alguma missão pede que ela se infiltre em determinado local, e na relação de Tokichi com ela.

Tokichi sofre muito por se sentir atraído por Chinatsu. Ele quer ser fiel à sua esposa, mas no decorrer dos capítulos vai se sentindo cada vez mais atraído pela figura sensual e ficando enciumado em vê-la  em determinadas situações. E isso faz parte do personagem. O Magnum original, que morrera à beira da estrada deixando o “cargo” para Tokichi era conhecido por esse nome por causa de seus atributos físicos, e não, digamos, por carregar duas pistolas.

O segundo volume é o que tem, até aqui, as histórias mais interessantes, enquanto vai crescendo dentro da organização e no mundo do crime a reputação do Magnum Duplo. São as histórias que li com mais interesse, apesar de que isso não faz, em absoluto, que os outros dois volumes sejam ruins.

No terceiro, vemos uma reputação já firmada da figura do assassino, o que coloca em risco Tokichi, mesmo quando ele não está à trabalho da Combini, envolvendo até mesmo ameaças a sua esposa. O capitulo que abre esse volume, “Na Mão Esquerda um Celular, na Direita Uma Arma, No Meio…” é hilário, um dos melhores da temporada.

Um das coisas que mais gosto no mangá é a personalidade de Tokichi, em acompanhar em como ela vai se desenvolvendo, assumindo a atitude mais séria de um assassino profissional ao mesmo tempo que segue apatetado em seu trabalho como vendedor e na vida pessoal, e nos sentimentos que nutre por Chinatsu, e que vão crescendo – e rendem cenas hilárias.

Outro ponto interessante é a opção do autor em fazer dos encerramentos dos capítulos uma espécie de confessionário: nele, Tokichi – e, algumas vezes, também Chinatsu – se abrem de forma mais honesta, em frases curtas que definem com exatidão o que estão pensando, e faz com que sejamos cúmplices do sofrimento do pobre vendedor.

O mangá tem personagens extremamente interessantes e cativantes, como o dirigente da filial da Combini para a qual Tokichi trabalha, conhecido apenas como Óculos Redondos; e, claro, Chinatsu. É bonitinho o ciúme que ela sente do Tokichi homem de família, de como gostaria de estar lá também ao lado dele, ao mesmo tempo em que eles acabam se desencontrando pela indecisão nos momentos de agir que poderiam aproximá-los ainda mais.

Finalizando, esta temporada é composta de três volumes e tem classificação indicativa para maiores de dezoito anos. É um investimento que vale a pena – o preço de capa por volume, é de R$10,90, com desconto comprando o box com as três edições – e o trabalho da editora é bastante competente, com raras escorregadas na impressão, como em algumas áreas escuras demais.

A segunda temporada também já foi toda lançada e terá resenha em breve. Recomendo fortemente.

 

Hitman: Matador por Acaso Vol. 01, de Hiroshi Mutou (Kyou Kara Hitman, 2006Tradução de Thomas Isogawa, 2012) – 200 páginas, ISBN 7897780163390, Editora Nova Sampa.

{B+}

Hitman: Matador por Acaso Vol. 02, de Hiroshi Mutou (Kyou Kara Hitman, 2006Tradução de Arnaldo Oka, 2013) – 226 páginas, ISBN 7897780163413, Editora Nova Sampa.

{ A }

Hitman: Matador por Acaso Vol. 03, de Hiroshi Mutou (Kyou Kara Hitman, 2006Tradução de Arnaldo Oka, 2013) – 200 páginas, ISBN 7897780164809, Editora Nova Sampa.

{B+}

8 comentários:

  1. Mais barato que a maioria. E você de nota boa, alta... E a história me pareceu bem bacana.... E vou anotar aqui na minha agenda pra quando eu ir na loja, lembrar de comprar.

    Gostei muitoooooooooooooo

    Bjks

    Lelê

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    1. Lelê, pois é, a editora optou por um preço de capa bastante atrativo! Vale a pena.

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  2. Oi Luciano!
    Quando vi o título achei que tinha alguma coisa a ver com o jogo de videogame, Hitman! Acho que tem um filme dele também.
    Não conhecia esse mangá, mas gostei da história dele.

    Beijos,
    Sora - Meu Jardim de Livros

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    1. Sora, na primeira vez que tive contato com o nome eu também!, mas o Tokichi é bem mais cabeludo ;)

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  3. Quando li Hitman, também achei que se tratava do jogo mas vi que não. Parece um mangá ótimo, com uma premissa é interessante e história engraçada por causada vida dupla do carinha rs

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    1. Hahaha! Tamara, acho que essa confusão é normal ;), e, sim, vale muito a pena ;)

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  4. Nunca li mangás mas faz um tempão que quero ler, meu imrão adora.

    Lia Souto

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