5 de março de 2010

100 Melhores romances do séc. XX segundo a Folha

Esta lista recebi através de uma mensagem do grupo Expresso Literário. Pelo que consegui apurar, a lista foi publicada no jornal Folha de São Paulo há alguns anos e traz os 100 melhores romances do século XX da literatura universal e foi escolhida pelo seguinte júri:

  • Leyla Perroni-Moisés: Ensaísta e crítica literária, coordenadora de pesquisas no Instituto de Estudos Avançados da USP.
  • Arthur Nestrovski: Professor de literatura na Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP).
  • Carlos Heitor Cony: Escritor e jornalista, colunista e membro do Conselho Editorial da Folha.
  • João Adolfo Hansen: Professor de literatura brasileira da USP, especialista no período barroco brasileiro.
  • Alexandre Barbosa: Professor aposentado de teoria literária da USP e colunista da revista "Cult".
  • Walnice Nogueira Galvão: Professora aposentada de teoria literária e literatura comparada da USP.
  • Luiz Costa Lima: Professor da Universidade Estadual do Rio e da Pontifícia Universidade Católica do Rio.
  • Marcelo Coelho: Escritor e articulista da Folha, membro do Conselho Editorial do Jornal.
  • Moacyr Scliar: Escritor e colunista da Folha.
  • Silviano Santiago: Crítico literário e escritor.

Destaque para Grande Sertão: Veredas, de Guimaães Rosa, na 5ª posição.

1°- Ulisses (1922), James Joyce (1882-1941). Retomando parodicamente a obra fundamental do gênero épico -a “Odisséia”, de Homero-, “Ulisses” pretende ser uma súmula de todas as experiências possíveis do homem moderno. Ao narrar a vida de Leopold Bloom e Stephen Dedalus ao longo de um dia em Dublin (capital da Irlanda), o autor irlandês rompeu com todos as convenções formais do romance: criação e combinação inusitada de palavras, ruptura da sintaxe, fragmentação da narração, além de praticamente esgotar as possibilidades do monólogo interior. Para T.S. Eliot, o mito de Ulisses serve para Joyce dar sentido e forma ao panorama de “imensa futilidade e anarquia da história contemporânea”.
2°- Em Busca do Tempo Perdido (1913-27), Marcel Proust (1871-1922). Ciclo de sete romances do escritor francês, inter-relacionados e com um só narrador, dos quais os três últimos são póstumos: “O Caminho de Swann”, “À Sombra das Raparigas em Flor”, “O Caminho de Guermantes”, “Sodoma e Gomorra”, “A Prisioneira”, “A Fugitiva” e “O Tempo Redescoberto”. Ampla reflexão sobre a memória e o poder dissolvente do tempo, o ciclo se apóia em fatos mínimos que induzem o narrador a resgatar seu passado, ao mesmo tempo em que realiza um painel da sociedade francesa no fim do século 19 e início do 20.
3°- O Processo, Franz Kafka (1883-1924). Na obra-prima do escritor tcheco de língua alemã, o bancário Josef K. é intimado a depor em um processo instaurado contra ele. Mas, enredado em uma situação cada vez mais absurda, Joseph K. ignora de que é acusado, quem o acusa e mesmo onde fica o tribunal.
4°- Doutor Fausto (1947), Thomas Mann (1875-1955). Biografia imaginária do compositor alemão Adrian Leverkühn, escrita por seu amigo Serenus Zeitblom durante o desenrolar da Segunda Guerra Mundial. Nela, o autor, para recontar o pacto fáustico com o diabo, se vale de aspectos da vida de Nietzsche, da teoria dodecafônica de Shoenberg e do auxílio teórico do filósofo Adorno. O alemão Thomas Mann, filho de uma brasileira, recebeu o Prêmio Nobel em 1929.
5°- Grande Sertão: Veredas (1956), Guimarães Rosa (1908-1967). No sertão do Norte de Minas, o jagunço Riobaldo conta para um interlocutor, cujo nome não é revelado, a história de sua vida de guerreiro e de seu amor pelo jagunço Diadorim -na verdade, uma mulher disfarçada de homem para vingar o pai morto em luta. A escrita de permanente invenção de Guimarães Rosa (feita de neologismos, arcaísmos, transfigurações da sintaxe) reelabora a expressão oral e os mitos do interior do país a fim de criar um quadro épico e metafísico do sertão
6°- O Castelo (1926), Kafka. Em busca de trabalho, o agrimensor K. chega a uma aldeia governada por um déspota que habita um castelo construído no alto da colina. Submetida a leis arbitrárias, a população passa a hostilizá-lo. Kafka morreu antes de concluí-lo.
7°- A Montanha Mágica (1924), Thomas Mann. Imagem simbólica da corrosão da sociedade européia antes da Primeira Guerra. Ao visitar o primo em um sanatório, Hans Castorp acaba por contrair tuberculose. Permanece internado por sete anos, vivendo em um ambiente de requinte intelectual, em permanente debate com idéias filosóficas antagônicas, até que decide partir para o front.
8°- O Som e a Fúria (1929), William Faulkner (1897-1962). No condado imaginário de Yoknapatawpha, no sul dos EUA, a vida da decadente família Compson é narrada por quatro personagens distintos, todos obcecados pela jovem Caddy, neste romance em que a linguagem se amolda à consciência de cada personagem. O americano Faulkner ganhou o Prêmio Nobel em 1949.
9°- O Homem sem Qualidades (1930-43), Alfred [Robert] Musil (1880-1942). Nova Fronteira Fio condutor do enredo, o ex-oficial Ulrich é repleto de dotes intelectuais, mas incapaz de encontrar uma finalidade em que aplicá-los. De caráter ensaístico, a obra é uma vasta reflexão sobre a crise social e espiritual do século 20.
10°- Finnegans Wake (1939), James Joyce. No Brasil, trechos do livro em “Panaroma do Finnegans Wake” (Ed. Perspectiva). Joyce criou nesta obra, que radicaliza seu experimentalismo linguístico, provavelmente o mais complexo texto do século. A narrativa, repleta de referências simbólicas, mitológicas e linguísticas que tornam a leitura um desafio permanente, gira em torno do personagem Humphrey Chimpden Earwicker (HCE) e sua mulher Ana Lívia Plurabelle (ALP), que vivem em Dublin.

11° A Morte de Virgílio (1945), Herman Broch (1886-1951).
12° Coração das Trevas (1902), Joseph Conrad (1857-1924).
13° O Estrangeiro (1942), Albert Camus (1913-1960).
14° O Inominável (1953), Samuel Beckett (1906-1989).
15° Cem Anos de Solidão (1967), García Marquéz (1928).
16° Admirável Mundo Novo (1932), Aldous Huxley (1894-1963).
17° Mrs. Dolloway (1925), Virginia Woolf (1882-1941).
18° Ao Farol (1927), V. Woolf.
19° Os Embaixadores (1903), Henry James (1843-1916).
20° A Consciência do Zeno (1923), Italo Svevo (1861-1928).
21° Lolita (1958), Wladimir Nabokov (1899-1977).
22° Paraíso (1960), José Lezama Lima (1910-1976).
23° O Leopardo, Tomaso di Lampedusa (1910-1976).
24° 1984 (1949), George Orwell (1903-1950).
25° A Náusea (1938), Jean-Paul Sartre (1905-1980).
26° O Quarteto de Alexandria (1957-1960), Lawrence Durrell (1912-1990).
27° Os Moedeiros Falsos (1925), André Gide (1869-1951).
28° Malone Morre (1951), Samuel Beckett.
29° O Deserto dos Tártaros (1940), Dino Buzzati (1906-1972).
30° Lord Jim (1900), Joseph Conrad (1857-1924).
31° Orlando (1928), Virginia Woolf.
32° A Peste (1947), Albert Camus.
33° Grande Gatsby (1925), F. Scott Fitzgerald (1896-1940).
34° O Tambor (1959), Gunter Grass (1927).
35° Pedro Páramo (1955), Juan Rulfo (1918-1986).
36° Viagem ao Fim da Noite, (1932) Ferdinand Céline.
37° Berlin Alexanderplatz (1929), Alfred Döblin (1878-1957).
38° Doutor Jivago (1957), Boris Pasternak (1890-1960).
39° Molloy (1951), Samuel Beckett (1906-1989).
40° A Condição Humana (1933), André Malraux (1901-1976).
41° O Jogo da Amarelinha (1963), Julio Cortázar (1914-1984).
42° Retrato do Artista quando Jovem (1917), James Joyce.
43° A Cidade e as Serras (1901), Eça de Queirós (1845-1900).
44° Aquela Confusão Louca da Via Merulana (1957), Carlo Emilio Gadda (1893-1973).
45° As Vinhas da Ira (1939), John Steinbeck (1902-1968).
46° Auto da Fé (1935), Elias Canetti (1905-1994).
47° À Sombra do Vulcão (1947), Malcolm Lowry (1909-1957).
48° O Visconde Partido ao Meio, Italo Calvino.
49° Macunaíma (1928), Mario de Andrade (1893-1945).
50° O Bosque das Ilusões Perdidas (1913), Alain Fournier (1886-1914).
51° Morte a Crédito (1936), Ferdinand Céline (1894-1961).
52° Amante de Lady Chatterley (1928), D.H. Lawrence (1885-1930).
53° O Século das Luzes (1962), Alejo Carpentier (1904-1980).
54° Uma Tragédia Americana (1925), Theodore Dreiser (1871-1945).
55° América (1927), Franz Kafka.
56° Fontamara (1930), Ignazio Silone (1900-1978).
57° Luz em Agosto (1932), William Faulkner.
58° Nostromo (1904), Joseph Conrad.
59° A Vida Modo de Usar (1978), Georges Perec (1936-1982).
60° José e seus Irmãos (1933-1943), Thomas Mann.
61° Os Thibault (1921-1940), Roger Martin du Gard (1881-1958).
62° Cidades Invisíveis (1972), Italo Calvino (1923-1985)
63° Paralelo 42 (1930), John dos Passos (1896-1970)
64° Memórias de Adriano (1951), Marguerite Yourcenar (1903-1987).
65° Passagem para a Índia (1924), E.M. Forster (1879-1970).
66° Trópico de Câncer (1934), Henry Miller (1891-1980).
67° Enquanto Agonizo (1930), James Faulkner.
68° As Asas da Pomba (1902), Henry James (1843-1916)
69° O Jovem Törless (1906), Alfred Musil.
70° A Modificação (1957), Michel Butor (1926).
71° A Colméia (1951), Camilo José Cela (1916).
72° Estrada de Flandres (1960), Claude Simon (1913)
73° A Sangue Frio (1966), Truman Capote (1924-1984).
74° A Laranja Mecânica (1962), Anthony Burgess (1916-1993).
75° O Apanhador no Campo de Centeio (1951), J.D. Salinger (1919).
76° Cavalaria Vermelha (1926), Isaac Babel (1894-1944).
77° Jean Christophe (1904-12), Romain Rolland (1866-1944).
78° Complexo de Portnoy (1969), Philip Roth (1933).
79° Nós (1924), Evgueni Ivanovitch Zamiatin (1884-1937).
80° O Ciúme (1957), Allain Robbe-Grillet (1922).
81° O Imoralista (1902), Andre Gide (1869-1951).
82° O Mestre e a Margarida (1940), Mikhail Afanasevitch (1891-1940)
83° O Senhor Presidente (1946), Miguel Ángel Asturias (1899-1974).
84° O Lobo da Estepe (1927), Herman Hesse (1877-1962).
85° Os Cadernos de Malte Laurids Bridge (1910), Rainer Maria Rilke (1875-1926).
86° Satã em Gorai (1934), Isaac Bashevis Singer (1904-1991)
87° Zazie no Metrô (1959), Raymond Queneau (1903-1976).
88° Revolução dos Bichos (1945), George Orwell.
89° O Anão (1944), Pär Lagerkvist (1891-1974).
90° The Golden Bowl (1904), Henry James.
91° Santuário (1931), William Faulkner.
92° Morte de Artemio Cruz (1962), Carlos Fuentes (1928).
93° Don Segundo Sombra (1926), Ricardo Guiraldes (1886-1927).
94° A Invenção de Morel (1940), Adolfo Bioy Casares (1914).
95° Absalão, Absalão (1936), William Faulkner.
96° Fogo Pálido (1962), Wladimir Nabokov (1899-1977).
97° Herzog (1964), Saul Bellow (1915).
98° Memorial do Convento (1982), José Saramago (1922).
99° Judeus sem Dinheiro (1930), Michael Gold (1893-1967).
100° Os Cus de Judas (1980), Antônio Lobo Antunes (1942).

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Oscar