Ascension – Part Two

ESTE POST APRESENTA SPOILERS. SE AINDA NÃO ASSISTIU A ASCENSION, CONTINUE LENDO POR SUA CONTA E RISCO.

O primeiro episódio de Ascension termina de uma maneira sensacional. Tudo o que contaram aos tripulantes da nave sobre a missão é uma mentira: a nave está no solo, não existe viagem até Próxima, e são monitorados 24 horas por dia. É como um BBB de cinquenta anos.

Primeiro fiquei absorvendo o impacto disso. Quando o Harris Enzmann – filho do cientista que defendia que os EUA já eram capazes de realizar uma viagem interestelar nos anos 60 – foi apresentado no episódio anterior, eu imaginava que ele havia herdado do pai o controle da missão, e que agora era o responsável pelo projeto. Bem, de certa forma isso está certo, ele tem o controle do projeto que fora de seu pai, mas, não existe uma missão para Ascension como os tripulantes da nave imaginam, mas já vamos chegar lá.

Na nave, Gault continua insatisfeito com os desdobramentos da investigação do assassinato de Lorelei – que indicara como culpado Stokes, um decker que é dragado por um compartimento da nave que é usado em cerimônias de sepultamento, mas que cai em um colchão de ar, ao invés de pairar até a morte quase instantânea no vácuo espacial, e é mantido preso pelo controle da Ascension, em terra, já que está um tanto surtado e acreditando que ainda está na nave – enquanto o Capitão Denninger respira aliviado: o culpado está morto, agora todos podem viver tranquilos, sem que fiquem cobrando dele uma atitude mais enérgica.

Além de Duke, outro personagem percebe que algo não esta certo: Christa. Já no primeiro episódio ela dizia que tinha sonhos que se mostravam reais, e que “sabia de coisas” que as outras pessoas não tinham ideia. Ela foi a primeira para apontar ao destino da nave, um tipo de nebulosa onde Próxima deve ficar, e dizer que lá só haveria morte, e que a vida estava em outro lugar, que ela também aponta, e que, não por acaso, é onde fica a cabine de observação do projeto que mantém todo mundo da Ascension confinado como em uma gaiola. E ela ainda afirma, que o Globus sempre os observa, sempre. Estou intrigado com ela. é um personagem interessante, uma menina estranha, que percebe mais do que deveria, com um nome sugestivo. Christa, tipo Christo?

Fazendo uma pausa rápida, a cena acima é a mais bonita de toda a série. De um lado da fuselagem da Ascension, Gault investiga possíveis danos causados pelas sabotagens na nave, acreditando que isso é de suma importância para o andamento da missão. Do outro Enzmann, o homem que tem controle sobre tudo, fica tão perto quanto possível das pessoas que ele conhece tão bem. Eles colocam as mãos sobre o mesmo ponto da nave, cada um de um lado.

Fora da nave, no projeto que os acompanha, Harris Enzmann, recebe a visita nada amigável de Samantha Krueger, uma investigadora enviada pelo alto escalão do governo e que está ali, basicamente, para se certificar de que: a) ele tem pleno controle da situação; e, b) ele não interfere no andamento da pesquisa.

E aqui ficamos sabendo qual é o objetivo de se enfiar centenas de pessoas em uma nave de mentira e fazê-las acreditar que estão em uma missão interestelar de suma importância: segundo Enzmann, a Ascension é um experimento sociológico que pretende analisar como reage o indivíduo, isolado e como grupo – a uma missão que atravessa gerações.

Em um primeiro momento fiquei acreditando que, apesar de cruel e fruto de uma mente um tanto doentia, um projeto como Ascension seria de extrema importância para futuras viagens interestelares, pois usando como base dados coletados durante a experiência, estariam prontos para levarem a cabo uma missão de tamanha magnitude, quando ela se fizesse necessária. Mas há algo mais, e voltamos à Christa.

Na nave, há um sabotador e uma bomba é detonada. Felizmente ela não atinge o banco de sementes, ou a missão – que os tripulantes da Ascension acreditam ser real, lembrem-se – estaria fadada ao fracasso, mas faz com que a corda volte ao pescoço do Capitão. Gault parte para investigar novamente, e ele se sente inclinado a acreditar em Christa, que entra em pânico antes de tomar um tipo de vacina, dizendo que vira, em sonhos, uma pessoa adulterar a dose destinada a ela. A bibliotecária, bobinha e solícita, diz a ela que não tem nada demais, e toma aquela dose. A gente conta até três, e ela tem um ataque.

Pra falar a verdade o que acontece de mais interessante nesse episódio se passa do lado de fora da nave. A investigadora, Samantha, pressiona Enzmann, pela verdade, e acaba descobrindo uma fonte externa de informações sobre o projeto. E nós temos duas importantes confirmações:

Primeiro, Christa é dotada de poderes extra-sensoriais, e em uma cena ela olha direto para uma câmera de onde Enzmann, o responsável pela Ascension, a está observando. Ele comemora a descoberta, ao que parece, ainda não fica muito claro, a missão da Ascension não é apenas sociológica, mas busca também seres humanos extraordinários, com habilidades únicas, como Christa.

Segundo, ele tem mesmo um homem infiltrado na nave.

Gostei ainda mais desse segundo episódio que do primeiro. Refeito do choque inicial que a descoberta de que Ascension é uma farsa produz, achei que pouquíssimas coisas poderiam ser tão surpreendentes quanto. Estava errado, e Christa vem comprovar isso. O episódio final dessa temporada promete.

 

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+sobre a série

Ascension – Part One

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Ascension (Ascension – USA, Season 1: 2014) Criada por Philip Levens. Com Gil Bellows,Brian Van Holt, Brandon P Bell, Tricia Helfer. SyFy. Créditos completos aqui.

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