5 de dezembro de 2011

Astral Project: Sob a Luz da Lua Vol. 01 [Resenha #031]

astralAstral Project é diferente da maioria dos mangás que se vê nas bancas atualmente, e justamente por isso me agradou tanto. A história pode parecer simples, mas vai se mostrando tão intrincada  e cheia de nuances a cada capítulo que é bastante justo que alguns leitores a comparem a uma cebola, com diversas camadas, e sempre ficando mais interessante. Lançado originalmente em capítulos mensais na Comic Bean, em 2005, Astral Project foi concluído com 4 volumes, sendo talvez a obra de maior expressão da dupla marginal (assim minúsculo mesmo, na verdade é o pseudônimo de Garon Tsuchiya) e Syuji Takeya.

Na história, Masahiko, um cara bonitão, que não se entende com o pai e o estilo de vida de sua família, que é bastante tradicional, tendo por isso saído de casa,  sem se importar muito com o futuro ou com o que pensam dele, e que trabalha como motorista para garotas de programa; pega o último cd que sua irmã ouviu antes de ser encontrada morta como recordação. Porém, quando ele o ouve, passa por uma experiência de projeção astral, sua alma deixa seu corpo – que ele pode ver inerte, como se estivesse dormindo, ou morto – e ele ganha a habilidade de flutuar pelos ares sem que as outras pessoas o vejam.

astral2

Surpreso com o acontecido, ele passa a fazer diversos questionamentos, como se o mesmo teria ocorrido com sua irmã, que maldito cd seria aquele e, principalmente, se sua irmã não teria conseguido retornar ao seu corpo, tendo sido dada, então, como morta.

Um dos pontos mais admiráveis, é  a arte de Syuji Takeya – e em um mangá a arte deveria ser sempre admirável, mas infelizmente não é o que acontece – aliada ao texto de marginal, narrando uma história carregada de misticismo, simbologia  e referências ao jazz, que na maioria das vezes é um grande monólogo de Masahiko, fazendo observações sobre a projeção astral, e buscando saber tudo sobre o estranho evento, o cd e seu compositor, o músico Albert Ayler. Na passagem onde Masahiko recebe uma carta de sua irmã, que havia deixado escrita antes de “morrer”, vemos um dos momentos mais tocantes do volume, com os autores nos entregando um material de primeira, que seria muito bom se ver com uma frequência maior.

Me senti preso ao mangá, principalmente após Masahiko descobrir outras pessoas que também podem sair de seu corpo – ou casca, como ele diz. Alguns reclamam de que o ritmo do mangá é lento, eu discordo, acho que casa muito bem com a proposta e a arte. Astral Project é bastante recompensador – destaque para a sempre competente tradução da Drik Sada – não se trata de monstros alienígenas do espaço que buscam destruir o mundo. Ao contrário, é uma busca em grande parte interior, de pessoas que encontraram, seja através da música o de qualquer outra forma, um meio de se desligar de um mundo que as oprimia, para, literalmente, se libertarem para o espaço.

{B+}

Só uma reclamação: apesar de tê-lo comprado em banca ainda plastificado, a capa apresentava muitos riscos – quem mora fora do eixo Rio-SP sofre com a distribuição setorizada – e isso é bastante comum em mangás da editora. Até já tentei reclamar, mas a editora parece ignorar solenemente seus clientes, e, pessoalmente, nunca retornaram um contato meu. Neste aspecto, tem muito a aprender com a JBC – sempre me retornaram, no máximo, no dia seguinte –, e com a Conrad, que na última vez que fiz contato, me responderam em poucos minutos.

Astral Project: Sob a Luz da Lua Vol. 01 (Astral Project: Tsuki no Hikari, 2006Tradução de Drik Sada) marginal (roteiro) Syuji Takeya (arte) – 240 páginas, 13x18, ISBN 7897653514212 Editora Panini / Planet Manga.

Com | JBox

4 comentários:

  1. Oie, Lu!

    Eu estou viciada é em anime, mangá li somente do InuYasha. Esta semana peguei um mangá Angel Sanctuary.

    Obrigada pela visita!

    Beijos
    Luciana
    Blog Apaixonada por Romances

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  2. Lu, mangás viciam mesmo, e felizmente estamos tendo bastantye opção nas bancas: tam mangás para quase odos os gostos.

    Beijo.

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  3. Uau, que linda a arte desse mangá, Luciano!

    E o enredo também, super ousado. Fiquei curiosa.

    Parabéns a você, que tem paciência e persistência para coleções. Não sei se teria...!

    ;]

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    Respostas
    1. Jéssica, finalmente tenho a série completa - são 4 volumes - e logo devo ler o segundo. Eu tenho um problema com coleções, não consigo ler o volume conforme é lançado, sempre espero acumular três ou quatro, para poder ler mais rápido.

      ;)

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