22 de agosto de 2012

Bem Mais Perto [Resenha #065]

Bem Mais Perto

 

 

 

 

 

Sinopse: Quando Brooke descobre que o amor de sua vida, Scott Abrams, está se mudando do subúrbio de New Jersey para Nova York, ela decide segui-lo até lá. Viver com o pai ausente e se adaptar a uma escola totalmente nova são desafiantes para ela — e as coisas ficam ainda piores quando ela descobre que Scott já tem uma namorada. Mas como ela aprende a sobreviver na cidade grande, começa a descobrir todo um novo lado de si mesma e percebe que, às vezes, o amor pode te encontrar mesmo quando você não está olhando para ele.

Depois de uma leitura mais séria, como foi “Serena” – leitura séria de Serena, esta frase me derrubou, eu sei – nada como ler um livro mais despreocupado, como é o caso de Bem Mais Perto, da escritora Susane Colasanti. É bom para desestressar, para não pensar muito e deixar o cérebro voltar à sua atividade normal – não sabem como Serena me manteve pensando na última semana.

Em “Bem mais Perto”, Brooke é apaixonada por Scott mas não tem  coragem de se revelar – é a típica paixão platônica adolescente, – e quando começa  a criar coragem para enfim se declarar fica sabendo pelo próprio Scott que ele se mudaria com a família para Nova York. Ou seja: Brooke teria que agir rápido e ir atrás dele.

Mudando-se para Nova York, antes morava em New Jersey, Brooke assimila toda a cultura e que a cidade transpira de forma apaixonada. Isto faz com que pareça que a autora tem uma visão bastante romântica da cidade – ela inclusive dedica o livro “Para minha querida cidade de Nova York, naquela época agora e sempre” – destacando a diversidade de culturas, pessoas, lugares maravilhosos e variadas opções que se tem morando em uma cidade cosmopolita. É um quadro condizente com o público-alvo do livro, adolescentes americanos com dinheiro suficiente para comprar um livro, ansiar pela entrada na universidade e poder sair com os amigos, enquanto mora com um dos pais separados em um bom apartamento e seu maior questionamento é se é popular e se o garoto/a bonitinho da escola sabe que existe.

O livro também retrata os traumas de se morar em Jersey e ser separado por um rio da grande cidade de Nova York. Este é um ponto bastante explorado por séries, filmes e livros: enquanto a primeira é limitadora e sufocante, a segunda é o lugar onde todos os sonhos podem se tornar realidade. Sair de uma cidade como New Jersey e ir para Nova York é um grande passo, quase uma redenção.

Mas o tom “chá na casa da Barbie” não chega a atrapalhar, e de forma alguma é algo castrador em livros do tipo, escritos para entreter mais que para informar. Não é crime emular a vida que uma pessoa gostaria de ter em um livro ou filme ou um comercial de um produto qualquer. Funciona e vende. Por mais que algumas vezes estas associações desrespeitem nossa inteligência – vide qualquer comercial de cerveja ou o homem de Marlboro – muitas pessoas caem no artifício. Melhor ainda se for um livro onde a jovem leitora pode se colocar no lugar da protagonista adolescente que tem tudo e não dá a devida importância para isso, sofre de amores e tem que aprender a lidar com si própria antes de tentar mudar o ambiente ao seu redor. É um caminho de aprendizado que pode ensinar algumas coisas ao jovem leitor. 

Mas o livro, apesar de curto, não fica só nisso. Com experiência como professora, Susane tece boas críticas quanto ao sistema de ensino, e o modo como desmotiva os alunos enquanto deveria ter um efeito contrário. E Brooke evolui como pessoa, o que é uma mensagem importante a ser transmitida. Sem querer ser pretensioso, o livro é motivador e cumpre bem um papel de aconselhamento que na maioria das vezes está implícito, sem ser uma lição de moral descarada.

É bem escrito, cativante, bom para os mais jovens. Susane entende seu público, e isso a faz começar quatro casas na frente.

 

Bem Mais Perto, de Susane Colasanti (So Much Closer, 2011Tradução de Cibele da Silva Costa, 2012) 240 páginas, ISBN 9788581630151,  Editora Novo Conceito. [Comprar no Submarino]

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27 comentários:

  1. Oi homem bicentenário rsrs... Vc fala como se fosse um velhinho bem inho Luciano rsrssrs.... Olha que nós temos a mesma idade e eu ainda me sinto jovem ein!!! rsrs Aaaah, uma boa e velha literatura açucarada faz bem de vez em quando, não mata e dissipa um pouco o peso da literatura de verdade que consumimos!!! Eu gosto e higieniza minha mente para mais!!!

    Guardo essa pedida!!!

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    1. Pandora, eu acho que sou ranzinza - ou pelo menos mais do que minha idade me permite ser, e convenhamos, não é tanta assim, né?! - e concordo com você, um livro despretensioso e despreocupado é sempre bom para desestressar, limpar os poros de textos mais árduos.

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    2. Você é sim um ranzinzinha!!! Eu acho fofo!!! Tenho um fraco por velhinhos rsrsrs... Vc me lembra um amigo querido, só que um pouco mais jovem, ou melhor, menos velho, pq vc tem aquele jeito de gente que nunca foi criança ou adolescente dos jeito que as crianças e adolescentes são realmente srsrsrs...

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  2. Gostei da sua abordagem na resenha até porque este é exatamente o tipo de livro que gera muito preconceito. Acho que um leitor está amadurecido quando consegue compreender que muitos livros podem não ter sido escritos para você, mas podem fazer outros leitores se identificarem e crescerem.

    Falando um pouco sobre o enredo, não acredito que eu seja o tipo de pessoa que se identifique exatamente com a protagonista exatamente porque eu ADORARIA viver em New Jersey. Já pensou estar na padaria e o Jon Bon Jovi aparece atrás de você na fila? hehehehe.

    Abraços!

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    1. Lu, pessoalmente me dou bem com quase todos os gêneros e faixa etárias de livros, consigo ler de peito aberto, e às vezes muitas de minhas leituras parecem ingênuas por isso, mas eu gosto! É bom diversificar um pouco. E eu também acho NJ bem charmosa, tem seu brilho, aquela coisa acolhedora que uma cidade como NY não mais tem.

      Grande abraço ;)

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  3. Que bom que você se diverte, Lu! Eu sofreria DEMAIS com essa leitura... rerere

    =P

    (olha a capa, Laerte me socorra!)

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    1. Sharon, mas não é sempre que funciona assim não: às vezes simplesmente não dá, rsrs.

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  4. Já te disse que ri do "séria de Serena" no twitter, não é mesmo? UAHSUHAUS Adorei.
    Enfim, entendo bem o que você quer dizer sobre pegar um livro mais leve depois da leitura de Serena - eu mesma fiz isso, uma pena que o livro que eu peguei não tenha me agradado, mas agora estou lendo Do Seu Lado e as coisas estão melhores - e também entendo quando você diz que ficou pensando com esse livro. Estamos juntos nessa, Luciano!
    Enfim, sobre Bem Mais Perto, eu não sei se seria uma leitura para o momento. Acho que meu "nível literário" está temporariamente tão alto - culpa do Don DeLillo e do Ian McEwan - que esses livros adolescentes demais estão me irritando em 80% do tempo, já que nos outros 20% todo mundo precisa de um livro mais suave.
    Quem sabe mais para frente, quando o ritmo de leituras nesse estilo voltar, seja uma boa pedida.

    Um beijo,
    Luara - Estante Vertical

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    1. Luara, então, Bem mais Perto também serviu para tirar o nível literário lá da estratosfera, rs, sabe, emparelhou as coisas, o que me permite ler sem tanta cobrança por agora. Mas é como você falou, em alguns momentos queremos ler ficção científica, em outro YA, são como fases.

      Beijos.

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  5. Você "fala" muito bem mesmo e de um jeito diferente!
    Gostei da sua crítica ao livro... Mas fiquei indecisa quanto ao que achar do livro! Confesso que gosto de leituras leves, desde que eu possa me colocar nas situações (neste caso, não acontece). Mas, como é bem pra entreter sem acrescentar nada (talvez), ainda mantenho aqui a minha vontade de ler Bem mais perto.

    PS: ok, esse comentário ficou bem confuso. Acho que eu realmente preciso ir dormir!

    Beijos ;*

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    1. Jana, bom, Bem Mais Perto é para entreter mais que para informar, então você lê descontraidamente.

      E obrigado, fiquei me perguntando "diferente de que maneira, rsrs".

      Beijos.

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  6. Sempre faço questão de intercalar uma leitura leve depois de ter lido um livro, digamos, mais pesado.
    Acho que faz bem, "desintoxica" a alma.
    Ainda não tive a oportunidade de ler esse livro da Novo Conceito. Mas já li muita coisa positiva.
    Gostei muito do tema, tá..foge um cadim ao convencional..mas não seria essa a ideia??
    Sei que quero ler...rs

    Beijo :)

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    1. É bom fazer isso, rs. Te libera para ter novas experiências de forma mais aberta. Vale a pena ;)

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  7. Acho que só leria esse livro se realmente estivesse precisando muito de uma leitura leve, parece adolescente demais para o meu gosto e não é o meu tipo de leitura, certamente se esse livro estivesse na minha fila de leitura seria ultrapassado por muitos outros até chegar a sua vez.

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    1. Cris, ele é bem leve mesmo, serviu para desestressar, mas é aquela coisa, ele tem uma faixa etária bem localizada mesmo.

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  8. Luciano estou precisando fazer isso pegar uma leitura bem light para sair um pouco do sério.
    Vamos ver se consigo ler este livro,mas devo estar repassando para leitura para uma das colaboradoras.
    Cheguei a olhar no site da Susane Colasanti e vejo que tem muitas histórias nesse gênero e será que a NC vai editar todas aqui no Brasil?

    Bjs

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  9. Um livro 'sem muita coisa' é bom às vezes para descansar a mente dos mais densos. PARECE ser bom, mas não estou nossa, preciso ler não vou morrer. Se um dia surgir a oportunidade, beleza, se não, ele não ficaria na minha estante.

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  10. Me parece ser um livro bem despretencioso e bem light. Gosto de ler livros assim, após uma leitura mais pesada. Aliás, sempre que termino uma leitura mais carregada, já busco uma outra leve, alegre, que tanto pode ser livro, revista, etc...
    quanto a resenha, está linda, como sempre. suas resenhas são muito boas e esta não foge a regra. Parabéns.

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  11. Tom " Chá na cada da Barbie" shaushuahs....amei....bem lendo o nome da personagem impossível eu não ligá-la a série que eu amo "One Tree Hill" espero logo poder ler esse livro e trazer minhas impressões.

    Beijoaks elis!!!!!

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  12. pela resenha me lembrou um pouco do livro 'anna e o beijo francês' parece ser legal esse livro, to afim de ler :D

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  13. Gostei, já está na minha listinha de natal \o

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  14. Adorei o post, mas lendo acho que esse livro não entra na minha lista de prioridades... pq ela ultimamente só vem aumentando, uaauhahu

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  15. Gostei! quero esse livro de presente de natal!

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Oscar