26 de novembro de 2012

P.S. Eu Te Amo, de Cecelia Ahern [Resenha #086]

PS Eu Te Amo


Sinopse: Gerry e Holly eram namorados de infância e ficariam juntos para sempre, até que o inimaginável acontece e Gerry morre, deixando-a devastada. Conforme seu aniversário de 30 anos se aproxima, Holly descobre um pacote de cartas nas quais Gerry, gentilmente, a guia em sua nova vida sem ele. Com ajuda de seus amigos e de sua família barulhenta e carinhosa, Holly consegue rir, chorar, cantar, dançar e ser mais corajosa do que nunca.


A resenha de hoje foi feita pela Jaci, do blog “Uma Pandora e Sua Caixa”.  Obrigado por ter aceito o convite mais uma vez, Jaci ;)

Quando o Luciano me convidou a ler “P.S. Eu Te Amo” fiquei super empolgada com a perspectiva da leitura, já havia visto o filme algumas vezes e tinha gostado muito, chorado rios de lágrimas, me apaixonado pelo Gerry, pela Holly, pela Irlanda e por tudo o mais. Então imaginem qual não foi minha surpresa quando ao começar a ler o livro percebi que a história contada na película é quase totalmente diferente da contada pela irlandesa Cecelia Ahern no livro responsável por inspirar o filme.

Pois é, senhoras e senhores que já tiveram a honra de ver o filme, a premissa do livro é a mesma do filme: Holly é uma viúva depressiva cujo marido foi suficientemente atencioso para escrever cartas para ela ler depois de sua morte, tem duas amigas queridas, a Sheron e a Denise e Gerry é irlandês. Ponto, pronto, acaba aqui grande parte das semelhanças. Sim, eu quase fiquei frustrada. #ProntoConfessei

Quase, porque apesar de se tratar de uma história mais ou menos diferente da contada no filme, mas o livro, apesar de não nos matar de chorar como o filme, tem lá seu charme. Nele nós encontramos a história de uma mulher irlandesa que no limiar de seu trigésimo aniversário esperava se ver bem casada, empregada, feliz e esperando o seu primeiro filho e, a despeito de suas expectativas, se vê viúva, solitária e sem saber qual rumo tomar na vida.

Holly, a heroína de nossa história, não tem uma profissão do tipo que se adquire através de uma formação universitária, não tem nenhum objetivo de vida especifico ou sonho de consumo, morre de saudades de seu marido e não consegue encontrar motivos suficientes para sair da cama e viver depois da morte do seu marido. Gerry, o marido morto de Holly, foi seu único e grande amor de infância, adolescência e vida adulta, para ela, ele foi mais que o sol e a lua, ele foi seu chão e seu céu desde sempre.

Quando ele morre vitima de um câncer no cérebro é como se ela tivesse perdido uma parte de seu próprio corpo e alma, aliás, a parte mais importante, aquela que fornecia o equilíbrio, a motivação, o motivo para sair de casa e trabalhar e o motivo para voltar para casa depois do trabalho. E não! Eu não estou exagerando! A Cecelia diz isso o tempo todo ao longo de sua narrativa de várias formas diferentes. E sim! Falando em narrativa, nela repousa minha maior crítica a Cecelia Ahern.

Ahern não é uma contadora de história ruim, a sua narrativa é clara e direta, não há metáforas muito complexas e o livro flui. Quem está vivendo suas primeiras aventuras com a leitura ou gosta de textos objetivos sem muitas sutilezas corre o sério perigo de amar a leitura desse livro ou de qualquer um escrito pela autora. Mas, apesar de contar sua história toda em terceira pessoa o seu olhar estar o tempo todo focado na Holly, apenas em dois momentos nós nos desviamos para o Gerry, e assim eu sempre fico me perguntando o porquê de se usar a terceira pessoa se a história contada foca apenas na Holly, nos sentimentos da Holly, na rotina da Holly, Holly... Holly... Holly... Sempre Holly, da primeira a ultima frase do livro????

Abordando tanto a perspectiva da Holly penso que o livro se tornaria bem mais aconchegante para quem ler se fosse narrado pela própria Holly, em primeiríssima pessoa. Pra que uma narração em terceira pessoa se a gente só vai viver através da leitura a experiência de um dos personagens da história? Caraca mulher, chuta o pau da barraca e fala um pouquinho de todo mundo ou chuta o pau da barraca entra na carne da Holly de uma vez! Aí que alivio! Fiquei 365 páginas querendo dizer isso a Cecelia Ahern! #AgoraAliviei

Ainda comentando a narrativa, a Cecelia lembra muito a minha diva dos romances, Danielle Stell, cujos romances sempre focam em um personagem (homem ou mulher) que começa a sua trajetória muito focado em um amor, e de repente não mais que de repente perde esse amor e é forçado a recomeçar focando em outras coisas. Tá que perto da Dani, a Cecelia é um pintinho saindo do ovo, mas havemos de refletir pelo número de vendagem do livro e a escolha da Novo Conceito por publicar mais uma história da Cecelia Ahern, que esse tipo de experiência narrada por ela é muito comum, as pessoas se identificam com personagens como Holly de uma forma surpreendente.

Ou melhor, eu sempre me surpreendo com o fato de que algumas pessoas fazem do amor/romance e derivativos o centro de sua existência. Talvez porque sempre fui (e continuo sendo) uma pessoa cuja maior paixão é o trabalho e equilibra sua vida pela fé, sinto sempre um estranhamento em relação a pessoas que fazem do marido ou da esposa o centro de seu sistema solar.

Talvez livros como P.S. Eu te amo sejam uma boa pedida para quem está começando a viver uma vida afetiva, ele nos lembra que talvez seja boa ideia organizar nossa vida ao redor de outras coisas ou pessoas além de nosso amor... Coisa que eu reafirmo, pois considero muito difícil encontrar um parceiro tão generoso quanto o Gerry, capaz de prestes a morrer se preocupar em armar uma estratégia para ajudar sua parceira a recomeçar sem ele ao menos durante os primeiros 12 meses de ausência.

Por fim, agradeço muito ao Luciano por uma vez mais me convidar a ler para o .Livro, desculpe os erros de grafia, a demora da leitura e obrigada pelo prazer de uma vez mais está por aqui.

Cheros Mil, Jaci!!!

 

P.S. Eu Te Amo, de Cecelia Ahern (P.S. I Love You, 2004Tradução de Carolina Caires Coelho, 2012) – 368 páginas, ISBN 9788581630625,  Editora Novo Conceito. [Comprar no Submarino]

19 comentários:

  1. Eu sempre peço desculpa pelos erros, porque leio e releio o texto algumas vezes e ainda assim quando vejo o que escrevo em outros blogs encontro pérolas... #aff... kkk... Obrigada Luciano, pelo convite!!!

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    1. Sério? se quiser que eu arrume alguma coisa é só falar ;) mas eu achei a resenha excelente, acho que está aprendendo a ficar ranzinza como eu, rsrs.

      Obrigado, de novo, por ter aceito o convite.

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    2. rsrsrs... Eita pal... Néh que ranzinzice pega!!! kkk

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  2. Eu ainda não assisti o filme e nem li o livro :( Mas acho que vou assistir ao filme primeiro, agora que sei que é diferente do livro, acho que não vai prejudicar a leitura. Adorei a resenha jaci ;) Ela escreve bem demais e é super sincera.

    Beijos. Tudo Tem Refrão

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    1. Não vai Ágata, são histórias diferentes com os mesmos personagens, apesar de ter me emocionado mais com a ideia do filme, acho que o livro também vale a pena!!!

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  3. Pandora eu vou repetir as mesmas palavras do Luciano. Você..." está aprendendo a ficar ranzinza...".
    Realmente sou da mesma opinião com relação ao filme x livro. Vi o filme e fiz questão de revê-lo antes de ler o livro. São totalmente diferentes sim.
    Quanto a autora Cecelia Ahern considero que ter feito sua narrativa em terceira pessoa mesmo sendo a maior parte da Holly tenha sido por lhe dar maior liberdade para contar os fatos que acontecem com os outros personagens. Já em primeira pessoa forçaria a Holly a ter que narrar a sua própria história.
    PS Eu te amo é válido para todos que tenham ou não uma vida afetiva seja ela iniciando ou não. A vida é um constante renovar.
    Gostoso de ler a sua resenha que prima em nos detalhar a relação autor x personagem. Sempre aprendendo. Resenha excelente sem tirar nem por minha doce Pandora!!!

    Bem agora a Saleta de Leitura vai dar um tempinho para todos curtirem a sua resenha para depois lançar a sua.

    Luciano é sempre bom podermos compartilhar desses momentos onde nos unimos nesse amor pela leitura.

    Beijinhos

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    1. kkk... Oh Irene, tá vendo o que a convivência não faz?!? Obrigada pelo carinho de sempre Irene, vc é mesmo totalmente mãezona!!!

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  4. Gente, como eu ri de algumas coisas que você disse, Jaci!
    Concordo com você: se ela vai abordar só um personagem durante a narrativa inteira, coloca logo uma narrativa em terceira pessoa, OW!
    Eu fiquei muito feliz quando soube que a NC iria relançar esse livro. Como você, também chorei LITROS com o filme. Já vi diversas vezes e é um dos meus favoritos. Então começaram a vir as resenhas...
    E aqui estou eu, tentando reprimir as altas expectativas. Não quero me decepcionar com uma história que eu considero tão linda.

    Um beijo,
    Luara - Estante Vertical

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    1. Luara que legal que vc riu!!! Adoro quando riem de mim ou de coisas que eu digo porque poucas coisas são tão boas quanto um sorriso, especialmente quando é cúmplice.

      E sim, Luara sempre acho que o melhor é não criar expectativa, porque ai só nos resta a surpresa positiva, eu criei expectativa demais com esse livro e isso atrapalhou minha leitura! #Confesso

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  5. Oi Jaci e Luciano!
    Eu não tenho vontade de ler esse livro porque já vi o filme, mesmo você falando que não é muito parecido, vou acabar lembrando... E sei lá, pela resenha, me pareceu que o livro nem é tão legal assim. Vou deixar passar.

    Beijos,
    Sora - Meu Jardim de Livros

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  6. Adoro o filme,pretendo ler em breve.
    Gostei como escreveu a crítica sobre a narrativa em terceira pessoa.

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  7. Adorei a resenha quero muito ler esse livro!!!

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  8. Depois de assistir ao filme adaptado (e morrer de amor), já me interessei em ler o livro, que certamente será ainda melhor que o filme... mas em razão de ter alguns livros na espera, acabei não comprando o P.S. Eu te amo. Quem sabe agora eu não ganho no sorteio =)

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  9. Já vi o filme e não sabia que era baseado em um livro, depois que fiquei sabendo e li várias resenhas dizendo que ele é incrível, fiquei muito interessada em ler!

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  10. Eu tinha visto o filme e li agora nas minhas férias. Até vi o filme de novo. Ambos são ótimos, mas o livro é muito melhor. Os detalhes, os rompantes de humor, tristeza, são mais bem abordados.

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  11. Eu amei o filme, o modo como ele faz ela lidar com sua falta, mesmo tendo partido. Ainda não li o livro, mas espero lê-lo em breve. Ótima resenha

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  12. Já assisti o filme, mas me disseram que o filme não tem nada haver com o livro, mas tanto faz. Eu amei o filme e sei que com o livro não será diferente. Já tive muitas respostar positivas sobre ele.

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  13. nunca vi o filme, nem li o livro, mas sempre tive curiosidade de ler, nunca tinha lido uma resenha dele até agora, e adorei! só fez aumentar minha vontade de ler

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  14. Já vi o filme sobre ele e amei.Mais quero ler o livro,porque dizem que o livro é sempre a melhor pedida.E eu sei que é.Beijos.

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Oscar