Esta não é a primeira vez que falo sobre mangás por aqui, ao contrário, o blog tem uma tag cheia de resenhas deles, mas resolvi mudar o modo como o fazia, em grande parte por ser muito difícil se resenhar os volumes sem revelar grandes spoilers – é quase como se você tentasse contar o capítulo de hoje da novela sem revelar nada do que ocorreu ontem, fica difícil. Por isso vou passar a optar por tecer comentários rápidos, pequenas impressões, de uma forma que não se comprometa tanto o enredo.
Não posso dizer que haverá alguma periodicidade, acho que vou postar sempre que se acumularem a leitura de três volumes, pra coisa não ficar muito grande, mas a de hoje, contraditoriamente, terá apenas dois, vai me entender:
Hitman – Assassino por Acaso Vol. 01, de Hiroshi Mutou – Editora Sampa
Comprei por ser um seinen em um mar de shounens – lembrando que seinen é um demográfico voltado para homens jovens, na faixa dos vinte aos quarenta anos; enquanto shounen a garotos mais jovens. Ando meio saturado dos protagonistas de rosto feminino e cabelo colorido que inundaram os mangás shounen pós anos 90, então vi em “Hitman” uma opção.
A série é escrita e desenhada por Hiroshi Mutou e já conta com 24 volumes lançados no Japão, com o título de Kyou Kara Hitman – por aqui chega pelas mãos da Nova Sampa, cuja linha de mangás é capitaneada pelo competente Marcelo Del Greco, o homem que levou a grife “Planet Mangá”, da Panini, ao topo do mercado. Nela, Tokichi Inaba é um sujeito sem muitos atrativos, completamente submisso à sua esposa e que se esforça para ir bem no trabalho. Até que, estando na hora e lugar errado, acaba tendo de assumir a identidade de um famoso assassino – o tal Hitman – que atende pelo nome de Magnum Duplo, por usar uma Magnum como instrumento de trabalho e carregar a outra, digamos, desde que nasceu.
Neste primeiro volume vemos Tokichi tentando se adaptar à sua vida dupla, e isso rende bons momentos cômicos. Porém, sendo um seinen vemos cenas de violência, nudez e sexo, apesar de as imagens aparecerem borradas em locais estratégicos, como por exemplo nas genitálias, como se censuradas, mas não sei dizer se foi uma opção da Nova Sampa ou se já existia no original. Mas quem tem uma certe tendência ase sentir ofendido com elas, deixo claro que representam uma mínima parte do que é mostrado no mangá.
O mangá foi uma grata surpresa, o autor consegue imprimir um ritmo narrativo agradável, e a arte é competente, acompanhando bem o que é narrado, atendendo ao que se espera. De ponto negativo cito o papel pisa brite (papel jornal), que deveria ser banido dos quadrinhos; e a impressão muito escura em alguns quadros, comprometendo o contraste e fazendo com que seja difícil enxergar alguns pontos.
Toriko Vol. 01, de Mitsutoshi Shimabukuro – Planet Manga / Panini
Apesar de ser um shounen o, o traço lembrando os anos 80 – quando protagonistas masculinos tinham cara de homem – me atraiu para Toriko. Criado por Mitsutoshi Shimabukuro, o mangá conta a história de Toriko, um caçador gourmet em busca dos ingredientes mais exóticos para montar seu “cardápio perfeito”. Grande sucesso no Japão, o mangá já esta no 23º volume.
Eu gostei bastante do traço, é limpo, bem quadrinizado, os cenários e seres são enormes, e o personagem principal é muito carismático. Verdadeiro glutão, Toriko é um dos melhores caçadores gourmet – pessoas que buscam por ingredientes nos quatro cantos do planeta – em atividade, tendo descoberto boa parte dos ingrediente conhecidos pela culinária, que, inclusive, é um tema central na história, mas abordada “para meninos”. Seu companheiro de viagem, o jovem chef Komatsu é um personagem que contrasta com todo o tamanho de Toriko, tanto pelo tamanho quanto pelo comportamento covarde.
O que me preocupa é a longevidade do tema. Até que ponto acompanhá-lo nessa aventura será interessante? Um fator para corroborar minha opinião é que o título não tem um desempenho que sequer lembre suas vendagens no Japão, e, inclusive, a periodicidade do título no Brasil é bimestral, para “testar” o mercado, só passará a mensal se as vendas vierem a ser satisfatórias.
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Por enquanto é isso. Não antipatizei o suficiente com nenhuma das duas séries para desistir de acompanhá-las, então vamos ver como os próximos volumes se saem. Ah, as imagens foram retiradas da internet apenas para ilustrar o post.
Eu confesso que sou mais de shoujo e josei, exceto aqueles nos quais as mocinhas são umas perfeitas tapadas, ou eles expressam bem os meus dilemas (josei) ou me levam a ver em perspectiva o tipo de criatura que eu era na adolescência (shoujo).
ResponderExcluirAcho maravilhosa a forma como o Japão consegue ser um país no qual a literatura é tão pulverizada a ponto de ter publicações capazes de abarcar tantas pessoas diferentes... Será que um dia a gente consegue chegar a viver em um país assim?!?!
Ah, já fazia tanto tempo que não via nada de quadrinhos por aqui que até estranhei o post, mas ainda assim é muito legal ver esse gênero sendo abordado.
Oi Luciano!
ResponderExcluirEu lia muitos mangás antigamente, mas deve fazer anos que não leio nenhum. Meus preferidos eram os shoujo tipo comédia romântica.
Esse mangá "Hitman" por acaso tem alguma coisa a ver com o filme? Não assisti ainda mas já peguei algumas partes na tv...
Beijos,
Sora - Meu Jardim de Livros
Lia muito mangá antes, hoje não tanto. Desses, eu já li Hitman e como você disse é uma leitura bem agradável.
ResponderExcluirAbraços, Lucas
Oiee,
ResponderExcluirEstou aqui pois também amo livros...
Para falar verdade livros desses eu nunca li, mas tenho uma amiga que amo.
Estou seguindo e te convido a conhecer meu blog, e se gostar segue também.
Beijos
livrosvamosdevoralos.blogspot.com.br
Pense numa pessoa que não manja de mangás hahahahaha Então, quando você cita os "gêneros" e detalhes, não entendo nada =/ Ainda assim, foi uma ótima iniciativa, e li pouquíssimos mangás, mas adoro O Chamado, acho sensacional.
ResponderExcluirLuciano
ResponderExcluirNão leio Mangás, mas convivo com eles diáriamente ou no banheiro, no quarto do meu filho e por todas as instantes e armários que possa imaginar aqui em casa. Acho que meu filho mesmo chegandoo aos 35 anos não abandona essa paixão.
Vejo que são histórias cheias de aventura e somada aos quadrinhos a imaginação vai longe.
Boas leituras!
Beijos
Saleta de Leitura
zhengjx20160610
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