28 de agosto de 2013

Correio #21 – Especial mangá

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Já fazia um tempo que eu queria mostrar aqui os mangás que tenho comprado – ainda tenho que arrumar uma maneira de falar sobre o que tenho lido que funcione, eu não gostei muito do formato do último post sobre, e, além disso, é complicado se falar de volumes de quadrinhos sem soltar um spoiler – de forma que as coisas acabaram se acumulando.

E me perguntaram onde compro quadrinhos, então lá vem história: Como moro no interior, e a maioria dos títulos segue distribuição setorizada – ou sejam, rodam São Paulo, Rio e outras metrópoles, são recolhidos das bancas e reenviados para o resto do país – os volumes chegam bem castigados por aqui, sujos, amassados, arranhados, sem condições, e as editoras teimam em ignorar qualquer contato cobrando algo a respeito do assunto, como se eu tivesse rasgado minha revista de propósito e decidira dar uma de esperto. Ou seja: não compro em bancas.

Uma vez que parece que as grandes lojas pela internet desistiram de dar suporte ao gênero e são raros os lançamentos disponíveis, tenho de recorrer ao Mercado Livre – em último caso e somente quando aceito Mercado Pago – ou pelas lojas especializadas. Tenho experiência com duas, a Comix e a Liga HQ.

A Comix é a maior do ramo aqui no Brasil. Pensou em quadrinhos, lá tem e, se não tiver, é porque tá esgotado! O catálogo é enorme, apreciando até mesmo os títulos independentes. O único problema é o frete, que, me parece, é padrão para um número pequeno de revistas, então acaba ficando salgado, mas, fazendo um pedido grande, a coisa compensa.

Já a Liga HQ tem um catálogo limitado, mas não cobra frete – eles utilizam o termo “Taxa de Manuseio”, que fica por menos de dois reais por exemplar comprado – e ainda devolvem ao cliente uma parte do valor da compra como em um sistema de milhas, que podem ser utilizadas em compras futuras, como um vale desconto. Como o catálogo e as unidades de cada título são limitadas, o segredo aqui é ficar de olho nas pré-vendas e garantir logo seu exemplar, sendo bastante comum alguns títulos esgotarem logo na pré-venda.

Pelo frete e os bônus costumo preferir a Liga HQ, mas até não tive nenhum problema com ambas as lojas.

Certinho? Voltando ao assunto do post, de cima para baixo, os títulos são:

Não sei do que se trata o “Psychic Detective Yakumo Vol. 01”, do Manabu Kaminaga (história original) e Suzuka Oda (versão em mangá). Comprei pra arredondar o valor de um pedido,

Oh! great é bastante famoso aqui no Brasil como o magaká de Tenjo Tenge e Air Gear, mas nunca li nada dele. Como “Burn’Up Excess & W” é um volume único, decidi arriscar.

Assim como resolvi, finalmente, ler “Nana”. Ai Yazawa já é uma lenda do mangá. Nana é o mangá shoujo – para meninas jovens – mais vendido do mundo, o equivalente para garotas do que “One Piece” e “Naruto” são para os meninos. A título de curiosidade, a série está paralisada há alguns anos no Japão, devido a um misterioso problema de saúde da autora. Comecei a ler a série mas não consegui ir em frente: é chato, moço, mas muito chato! Acho que não vou passar desse primeiro volume.

Depois de ter gostado bastante de “Hitman”, decidi arriscar e comprar mais um título da editora Nova Sampa. Optei então por “Old Boy”, que tem roteiro de Garon Tsuchiya e arte de Nobuaki Minegishi. Li bons comentários sobre, ele, estou querendo comprar o volume dois pra poder ler em sequencia, já que a espera me mata. Por sinal, Tsuchiya também esteve por trás de “Astral Project”.

O primeiro volume de “Genshiken” – série que tem o horrível subtítulo de “O clube de estudos da cultura pop japonesa” – foi uma grata surpresa. A obra do autor Kio Shimoku é um passeio pra qualquer fã de cultura japonesa, e nos leva a acompanhar Kanji Sasahara, um jovem apaixonado por games, mangás  e animês, que entra para o clube Genshiken, onde discutem esses assuntos, ao mesmo tempo que teme por sua imagem na universidade por andar com um grupo de otakus. A editora JBC acertou em cheio ao apostar no título, mas temo por ele por ser um “mangá de nicho”, sem monstros, heróis ou mocinhas.

Gen, Vol. 1 e Vol. 02 dispensa comentários. Obra autobiográfica, conta a história do autor, Keiji Nakazawa, que tinha sete anos quando os EUA lançaram a bomba atômica sobre Hiroshima. Na série ele conta sua história, de como ele e sua família lutaram para sobreviver ao horror da bomba atômica. Esta é edição, que vem sendo lançada pela Conrad, é a integral da história, ao contrário de uma condensada que chegou ao mercado bons anos atrás. Pelo tratamento dado, papel off-set, e edição muito caprichada – padrão Conrad – o preço cobrado pela editora é até até baixo. Nakazawa faleceu no final do ano passado.

Por enquanto é isso. E aí, o que estão lendo?

14 comentários:

  1. Oi Luciano!
    Faz um século que não leio mangá :(
    Ouvi falar que iam relançar Sailor Moon no Brasil... Se lançarem mesmo, quero colecionar, eu adorava o anime.

    Beijos,
    Sora - Meu Jardim de Livros

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    1. Sora, até que tenho lido bastante coisa, ao menos um volume por semana ;) A JBC vem relançando diversos títulos, quem sabe Sailor vem pras bancas novamente né?!

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  2. Assisti o anime Nana e fiquei desidratada de tanto chorar... sou apaixonada pela história, pelos personagens da história... penso muito neles, adoraria conhecer a conclusão da história. Já Gen é um mangá que um amigo me emprestou, li os quatro volumes e também fiquei desidratada, mas alguns amigos leram também e não sofreram tanto, então não se assuste... Gen é um documento, um marco, uma coisa especial no mundo literário, não a toa entrou na lista do mec para ser enviado as escolas - na minha opinião melhor que Monteiro Lobato #MeJulgue rsrsrs

    Os outros eu não conheço e as dicas eu apreciei muito!!! Obrigada \o/

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    1. Pandora, eu não me identifiquei com a moça não, se não me engano parei na página 40, mas não desisti de todo, quero terminar ao menos esse volume. Já Gen estou ansioso, quero comprar o terceiro volume pra poder ler de uma vez só, sem ter que esperar muito ;) E olha a polêmica! rsrsrs

      Dois abraços!

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    2. Nem me fale de polemica, devo a mim mesma um post sobre essa criatura e vivo adiando... Eu gosto das Nanas, mas compreendo sua falta de empatia. :p

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  3. Oi Amigo,
    Uma pena o descaso dessas bancas ai....bem eu não gosto de ler mangá...apesar de ter lido alguns....me perco lendo de trás pra frente...kkkk....prefiro quadrinhos HQ...boas leituras..beijokas elis!!!

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    1. Pois é, Elis, não tem com comprar em banca, mas o problema maior é com as distribuidoras...... Beijos

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  4. Oi Luciano,
    Também não sou fã de mangás e prefiro os HQ's.
    É triste essa situação que ocorre no transporte, as editoras deviam se preocupar mais. Boa leitura!

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  5. Luciano, fora do tema: A Leya lançou mais cinco livros para a coleção Novíssimos! Comprei ontem em promoção nas Casas Bahia online, porque estavam mais caros na Bienal.

    :D

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  6. Oi, Luciano!!
    Acho que no Estado de São Paulo ainda é mais repercutido os mangás por conta dos orientais que aí residem. Aqui no Estado do Rio é uma tristeza! Na semana que passou tivemos uma feira de Anime aqui em Cabufa e já achei inusitado. Então, faz tempo que não leio nada! Quem me deixa a par dos lançamentos, também em filmes e documentários é a Elena que sempre deixa alguma coisa no sistema de comentários do "Luz". Só acessar posts anteriores ao atual que encontrará alguma dica.
    Boas compras! Bom divertimento!!
    Beijus,

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  7. Não costumo ler mangás - acho que já mencionei isso - mas achei o post interessante. Se um dia você vier à capital, não deixe de ir ao bairro da Liberdade: é a maior comunidade asiática do Brasil (se não me engano), e o bairro é tradicionalmente japonês / chinês, por isso, você pode encontrar qualquer produto do ramo a preços acessíveis.

    Grande abraço!

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  8. Nana deveria ser considerado um Josei, já que a história é bem pesada. - Peguei Trauma de Ai Yazawa com o Paradise Kiss, ela me deixou atormentado e esse é um dos motivos de nunca ter terminado Nana -

    Gen é um clássico! :)

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Oscar