Sinopse: O mundo de Sherry — de uma hora para outra — mudou completamente. Por causa de um vírus muito contagioso, as pessoas que ela costumava conhecer, e quase todas as pessoas de sua cidade, Los Angeles, na Califórnia, se transformaram em mutantes assustadores. Esses mutantes têm uma força excessiva, são ágeis, o corpo é coberto de pelos, eles lacrimejam um líquido imundo e… comem gente! Portanto, não há muito o que fazer — talvez tentar fugir — quando se encontra algum deles. A não ser que você tenha ao seu lado a força e a determinação de um jovem como Joshua. Joshua perdeu uma irmã para os mutantes e sua raiva é tão grande que ele seria capaz de vingar todos aqueles que perderam alguém para as criaturas. No entanto, para que esta revanche aconteça, é preciso prudência. Afinal, até que ponto a disseminação deste vírus foi uma coisa realmente natural? Que poderosos interesses estão por trás desta devastação? E será que Joshua e Sherry conseguirão ter a cautela necessária para lutar contra as criaturas justo agora que seus corações estão agitados pelo começo de uma paixão?
Comecei a leitura de “A Outra Vida”, primeiro volume da série “Weepers”, um tanto quanto desconfiado: mais uma série distópica chegando ao mercado, o que ela traria de novo – ou mesmo de bom – ao gênero? Durante a leitura eu formei uma opinião meio atravessada sobre ela, mas vou tentar me explicar.
No livro, Sherry está confinada há mais de três anos em um tipo de abrigo nuclear que protege ela e sua família da contaminação por uma misteriosa doença que ela descreve como similar à raiva. Segundo instruções que receberam no passado, deveriam aguardar no abrigo até o momento em que o governo – em especial os militares, responsáveis por colocar ordem em um mundo tomado por uma doença – entrassem em contato e dissessem que era seguro sair.
Porém, a família de Sherry – mãe, pai, avó, um irmão adolescente pentelho e uma irmã menor, novinha ainda – fica sem comida antes que alguém faça qualquer tipo de contato, então, entre morrerem de fome e desespero dentro do abrigo e saírem em busca de alimentos, optam pela segunda opção. Sherry deixa o abrigo com seu pai, afim de verem se encontram algo para comer.
O que vemos aqui é o de praxe em futuros apocalípticos: a sociedade como se conhece foi desfeita por alguma causa a ser determinada, destruição por todos os lados, e a perene impressão de que, de uma hora pra outra, o mundo se tornou grande e silencioso demais.
E aqui começa minha visão atravessada: apesar de não ter nada muito original, a autora cria um clima distópico competente. Uma doença assolou o mundo – com foco na cidade onde Sherry vive, Los Angeles, algo semelhante ao que já foi visto, na ordem, em Resident Evil, The Walking Dead (a hq, não a série), Eu Sou a Lenda; ou seja, uma doença como fator de extinção/colapso da raça humana que, em seu processo, mata grande parte da população e transforma outro tanto em seres irracionais que só pensam em se alimentar dos poucos sobreviventes que, num primeiro momento, eram imunes à tal doença (mas que podem contraí-la se forem mordidos, arranhados ou expostos a fluídos corporais). Nada novo, mas que me atrai bastante.
Mas deixamos Sherry e o pai em busca de alimentos. Algo ruim acontece, algo bom acontece, e um fio de esperança se mostra numa rapidez que me deixou tonto.
A narrativa da autora, Susanne Winnacker, é bastante direta. Ela não perde muito tempo com firulas ou pensamentos mais elaborados, pois foca nas necessidades básicas de seus personagens que querem, em primeira instância, sobreviverem: comida, segurança, saber o que raios aconteceu com o mundo, e amor. Eu não tenho como reclamar disso.
E se o livro é rápido, isso se deve, também, ao pensamento quase militar – e um tanto baseado em RPG’s e seu conceito de “quests” – que dá o tom às ações das personagens e, assim, guiam a história: isso tem de ser feito? Então vamos fazer acontecer! Se precisam buscar alguma coisa, simplesmente partem em busca, resolvendo a situação – para o bem ou para o mal – rapidamente.
Essa economia de páginas é bastante inteligente, mas deve incomodar alguns leitores. É uma pena, parece que, ao escrever, a autora tinha em mente que deveria ser objetiva, e levou isso às última consequências. Pra destoar um pouco, e traçar um paralelo entre a vida atual de Sherry e a “outra vida”, ou o como eram antes de a doença aparecer, a autora nos dá breves trechos de memória, onde podemos ver algo mais do passado.
Como personagem eu gostei de Sherry, ela é forte quando tem que ser, porém sem esconder o medo, e encarna bem o papel de “tenho de fazer algo por esta família”.
Um ponto que me incomodou um pouco é que os segredos são desfeitos rápidos demais, e algumas revelações que os personagens fazem me deram a impressão de estarem fora do lugar, precipitadas, e não conseguia conter o pensamento de “mas quem foi que te perguntou!” que surgia tão logo me encontrava com uma delas. É uma coisa com a qual temos que lidar.
Agora, pensando atravessado, acho o livro bastante simples, na estrutura, mas é bom. Bom por ser simples e não exigir muito do leitor. Ele segue uma fórmula batida, mas que a autora seguiu bem, e, sem ousar tanto, não cometeu erros. É como se, dentro do que se propôs a fazer, ou seja, uma distopia simples, sem muita firula ou algo de excepcionalmente novo, ela tenha tido sucesso. E, de novo, não posso reclamar disso.
A Outra Vida - Weepers Livro 01, de Susanne Winnacker (The Other Life, 2012 –Tradução de Shirley Gomes, 2013) – 272 páginas, ISBN 9788581631516, Editora Novo Conceito. [Comprar no Submarino]
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Parabéns Joshua!
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Boa sorte ;)
Ei!! Adorei a resenha!
ResponderExcluirTambém gostei muito da narrativa rápida e direta da autora. Gostei mais ainda porque ela deixa uma brecha para nossa imaginação.
Ficou perfeita. Não vou participar por motivos óbvios, mas deixo boa sorte à todos!!
Bjkas
Lelê Tapias
http://topensandoemler.blogspot.com.br/
Lelê, pelo conjunto eu gostei do livro, foi uma leitura rápida que não me deixou a ver navios. Quero ler os próximos livros da série.
ExcluirPelo conjunto da resenha fiquei com a impressão que esse livro parece ter sido escrito por uma boa autora, mas foi meio feito não por sua vontade e sim por encomenda porque distopias estão na moda e até bons escritores precisam comer.
ResponderExcluirSei lá... Quando diverte não tenho problema em ler livros assim, você sabe que sou louca por porcarias literárias assim como sou louca por porcarias açucaradas... Mas confesso ler quando leio essas coisas tenho aquela impressão de esta comendo fast food, uma coisa que não me alimenta como ser humano, só faz me engordar mais um pouquinho.
E claro, ótima resenha Luciano, daquelas que nos permitem tirar nossas conclusões sobre o livro, saber o que esperar dele e ainda assim não nos tira as surpresas da história.
Pandora, ele faz parte de uma modinha, é inegável, mas se sai bem. E também não ligo muito se o livro é mais fraco, me entretendo é o que basta para que eu goste.
ExcluirEstou querendo ler muito esse livro, por amar pós-apocalípticos, ainda mais quando um dos personagens principais é o meu xará, haha! Sua resenha ficou ótima e me deixou ainda mais curioso, apesar do enredo do livro, atualmente, não ser o mais original, mas é um ótimo entretenimento e acho que irei gostar.
ResponderExcluirAbraços, Joshua Guimarães
Blog Pensamentos do Joshua - pensamentosdojoshua.blogspot.com
Joshua, se curte o gênero tem tudo para gostar do livro, ela cumpre bem seu papel de entreter o leitor.
ExcluirMinha implicância com esse livro já começa pela capa - não curti mesmo. Sua resenha foi muito clara e me convenceu de que, mesmo com seus méritos, não é o tipo de livro que funciona comigo. Amo distopias demais para me render a um livro que pode ser mediano ou pior. Acho que essa vou passar.
ResponderExcluirLu, no começo a capa também não me descia não, mas lendo o livro os elementos foram fazendo sentido e até simpatizo com ela agora - a lombada é linda, muito bem trabalhada. Ah, mas deveria ler!
Excluirlivro muito bom vou ler com ceteza
ResponderExcluirleandro quirino
Adoro distopias e julgava esse livro pela capa feia mas agora que li a resenha me interessei bem mais!
ResponderExcluirLetícia, a capa num primeiro momento não é muito atrativa, mas ela casa bem com o que se narra no livro ;)
ExcluirEstou querendo muito, MUITO ler este livro!
ResponderExcluirA premissa dele me dá uma sensação de deja vu, mas mesmo assim instigou a minha curiosidade (já que só recentemente eu me rendi de fato a distopias).
A resenha ficou ótima e eu confesso que se eu tivesse me atentado somente a capa, seria facilmente enganada. E eu agradeço imensamente pelo livro ter uma abordagem mais simples, rs.
Daniela, a fórmula não tras grandes novidades ao gênero, mas a autora soube executar tudo muito bem, então vale a pena ler ;)
ExcluirGosto bastante de distopias, e acho interessante esse tipo de literatura... Estou bastante curiosa para ler...
ResponderExcluirTorcendo muito para ganhar a promoção...
Gislayne, se é fã do gênero tenho certeza de que vai gostar ;)
ExcluirOdeio quando os segredos de um livro são desvendados rápido demais, isso é um saco =/
ResponderExcluirSe for bem elaborado, talvez não seja, mas fica bem melhor quando tudo se resolve no fim da trama, se for feito rápido corre até o risco de perder o porque, ser desnecessário...Espero gostar se/quando ler, mas já vou ficar atenta a isso. Parece ser bom.
Cristiane, eu até gostei, por mais que me pareceram um pouco fora de lugar, eles deram agilidade ao livro.
ExcluirEste livro está tão badalado que não tem como não ficar curiosa. Apesar de não curtir tanto a premissa, gosto muito da agilidade proposta pela autora (mesmo que os segredos sejam revelados rápidos) e também da personalidade da personagem principal.
ResponderExcluirEspero ter a oportunidade de ler em breve.
bjs
Ana Paula, dentre os livros distópicos que já li este talvez seja o mais simples, porém, ficou melhor que muito livro no qual o autor quis complicar... vale a pena ler.
ExcluirOi Luciano!
ResponderExcluirÉ melhor mesmo não reclamar de algo simples, vai que ela resolvesse complicar a situação e trouxesse um livro ruim? Tudo bem que isso fez com que a originalidade do livro fosse embora, mas pelo menos não decepciona.
Eu estava toda ansiosa para ler esse livro, mas descobri que tem uma continuação. Você não sabe o quanto eu estou fugindo de livros "sem final". :(
Um beijo,
Luara - Estante Vertical
Hahahaha! Pois é, que bom que ela simplificou mas marcou pontos com isso! Também já estou com muitas séries no momento, essa acabou sendo mais uma...
ExcluirNossa, não estou pra livros com continuação no momento, sem contar que ele não é la dos mais originais mesmo não. Adoro distopias, mas elas tem sido muito genéricas, estou realmente cansada disso!
ResponderExcluirOi, Luciano!
ResponderExcluirFui atrás de um vídeo que por acaso assisti no youtube. Talvez do lançamento do livro em outro país.
O que me prendeu foram as palavras iniciais do vídeo:
"3 anos, 1 mês, 1 semana e 6 dias desde que eu tinha visto a luz do dia. Um quinto da minha vida. 98409602 segundos desde que a pesada porta de aço havia caído, fechado e nos selado do resto do mundo"
Me interessei e estou com o livro no kindle. Agora em português, tanto melhor!!
Beijus,
LUma, pois é, a protagonista tem essa fixação com números, em especial com o tempo passado desde que a "outra vida" terminara. eu gostei da leitura ;) espero que goste também.
ExcluirOi! Tudo bem?
ResponderExcluirFaz tempo que não passo por aqui :(
Até hoje não havia parado p/ ler uma resenha se quer desse livro, mas o título e capa me atraíram. Não fazia ideia que era uma distopia. Pensei que fosse algo no nosso tempo e puxado para um lado psicológico. Mas isso só serviu p/ aumentar minha vontade de ler!
Parabéns pela resenha!
Bjss.
sete-viidas.blogspot.com
Parece mais uma história apocalíptica do final dos tempos. Creio que há aventura e romance, apesar das dificuldades da personagem. Deve ser muito bom. Valeu pela resenha!
ResponderExcluirPOderia ser descrita assim..... e vale muito a pena ler ;)
Excluirque livro pequeno
ResponderExcluirSou gamadão em temáticas desse tipo. Mas como a pessoa acima disse, ele é pequeno... normalmente, livros assim, eu fico com a impressão de que correram muito com ele... mas ok. =S
ResponderExcluirsilborgue.blogspot.com.br
Acho que uma distopia ser direta combina com o gênero do livro, acho que mais detalhes e firulas combina mais com fantasia, talvez seja minha mente pensando quadrado, mas já é agoniante demais um futuro que deu errado e ainda se demorar nele não soa mto bom =P
ResponderExcluirmiquilis: Bruna Costenaro
Estranhamente, eu gostei da capa do livro. Achei interessante e a temática me lembrou um pouco "Os 13 Porques" que da maneira com que você descreveu me pareceu bem direta. Bem o livro parece interessantíssimo.
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