2 de setembro de 2014

Blogagem Coletiva – Livros que Marcaram a Infância

BC

Quando fui convidado pela Pandora a participar dessa Blogagem Coletiva idealizada pela Sybylla, do Momentum Saga não tive que pensar duas vezes para aceitar. A ideia é falar, no dia de hoje, sobre a leitura na infância, quem ou o quê nos incentivou a ler, e quais obras lidas na época nos marcaram. então vamos lá.

Meu grande incentivo para ler veio de casa. Meus pais sempre leram bastante, e de tudo um pouco, o que facilitava o acesso que tinha a uma ampla quantidade de material. Mas lá no início, o começo de tudo mesmo, foram as visitas à banca. Em se tratando de gibis, quando era pequeno tinha clara predileção à Turma da Mônica. Não sei, acho que o cotidiano da turma do Limoeiro tinha comigo um apelo muito maior que as aventuras dos personagens Disney no fundo do mar ou no Egito. Questão de aproximação com o que era a minha realidade, talvez.

Dentre os personagens – e mais uma vez acredito que por aproximação com o que eu vivia – meu preferido era o Chico Bento. Quando criança passava os fins de semana em uma fazenda onde meus avós moravam, então aquela coisa de chupar seriguela, comer goiaba do pé e correr de boi bravo no meio do pasto eram coisas que eu conhecia muito bem. Pouco depois o Cebolinha também começou a se insinuar em minhas preferências, com o amor sugerido na amizade, o jeito mais descolado, e o fato de que falar diferente também era legal.

Ainda sou do tempo em que criança se conhecia no campinho de terra batida e que, depois de um mal jogado futebol, vinham as outras brincadeiras. Conhecer outros mundos?, só através da leitura.

Já falei no blog como foi minha primeira visita a uma biblioteca e o primeiro livro que li, e é incrível como, mesmo hoje, mais de vinte anos depois, a lembrança da leitura me traga sentimentos tão  ternos. Li muita coisa depois daquele “Por Um Triz a Elis Ficava Sem Nariz”, mas não me canso de me admirar o quanto lembro mais dele que de muitas outras coisas que vieram depois.

Mas minha infância foi produtiva. Meus pais continuaram me dando suporte e incentivos para que lesse, então segui em frente. Numa tentativa rápida de me lembrar de outros livros da época, logo me veem à mente “O Reizinho Mandão”, da Ruth Rocha, “A Casa Sonolenta”, da Audrey Wood – que também escreveu o bacaninha “O Ratinho, o Morango Vermelho Maduro e o Grande Urso Esfomeado” que já li na adolescência de carona com meu primo – o “A Curiosidade Premiada”, da Fernanda Lopes de Almeida, a “Suriléia, Mãe Monstrinha”, da Lia Zatz e da Eva Furnari, e, claro, a “Bruxinha Atrapalhada” da Eva Furnari.

Um pouco mais tarde, comecei a encarar os livros com mais texto que ilustrações, e aí foi a vez do “A Fada que Tinha Ideias” e do “Soprinho” – que só caiu a ficha agora que também são da Fernanda Lopes de Almeida! – d’A Bolsa Amarela e “Os Colegas” da Lygia Bojunga Nunes, e o “Vira-Lata Virador”, do Daniel Pennac.

O “Suriléia Mãe Monstrinha” foi talvez o livro melhor trabalhado por professores em sala de aula em todo o meu período escolar. Tinha nove ou dez anos e a professora, após a leitura, dividiu a classe em grupos e cada aluno reproduziu uma parte do livro, que depois foi colocada em sequência na montagem de livretos. Foi aquele tipo de trabalho que, aos nove, você considera árduo, mas que foi bastante recompensador ter depois de tudo, em mãos, um livro feito por nós mesmos.

Mas essa blogagem me rendeu uma constatação que me deixou surpreso: o do quanto a Fernanda Lopes de Almeida fez parte da minha vida como leitor! Sério, foram três livros que guardo na memória com carinho e isso não é pouco, já que isso faz mais de vinte anos. Me bateu agora aquele sentimento de gratidão, e acho que é o que me cabe fazer. Agradecer. Obrigado.

 

Este post faz parte da Blogagem Coletiva “Livros que Marcaram a Infância”, idealizada pela Sybylla, do Momentum Saga. Para conhecer outros participantes, visite essa publicação no Facebook.

8 comentários:

  1. Não conheço alguns dos livros mencionados, mas tenho um amor especial por Eva Furnari. Também li muito A Turma da Mônica e a Magali era a minha favorita (meus hábitos alimentares explicam isso hahaha). Sempre achei a obra do Maurício de Souza completa, um verdadeiro tesouro. No mais, eu curtia muito a Disney, embora hoje não seja tããão enlouquecida assim pelos contos de fadas tradicionais.

    Abraços!!!

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  2. As "minhas" crianças adoram "O Ratinho, o Morango Vermelho Maduro e o Grande Urso Esfomeado”, sempre que conto essa história pela primeira vez levo morangos hahah... Luciano, no frigir dos ovos temos coisas em comum em nossos primeiros passos literários, eu li umas trocentas vezes "Soprinho” e meu vinculo afetivo com "A Bolsa Amarela" é tão firme que minha amiga Aline me deu uma bolsa amarela de presente de aniversário um ano desses jshajsas #ComoNãoAmar

    Claro que amei que você tenha topado a ideia, claro que amei conhecer um pouco mais de sua trajetória como leitor <3

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  3. Muito bons os livros que você colocou como referência. Eu li alguns e hoje, minha filha de 7 anos, tb já leu. Coisa boa ter estas lembranças né?

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  4. Nossa, não conheço várias obras listadas, mas adorei o post. =D

    Turma da Mônica é meu xodó. Aprendi muito com essa turminha. E eu tinha uma preciosidade: o primeiro gibi da Magali que saiu! Ele vinha numa caixinha e ela saía de uma melancia... rs Guardei tão bem que agora não sei onde está.

    Muito obrigada por participar, adorei. =D

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  5. Oi, Lu!
    Eu ainda leio livros infanto-juvenis, adoro! Também por causa do meu trabalho voluntário com crianças (contação de histórias), recebo muitos livros infantis e vejo enorme diferença da temática e, também o modo de comunicação. Vamos dizer que o português empobreceu entre os autores atuais, talvez por conta da facilidade de publicação em comparação com o passado.
    Eu era colecionadora dos gibis da turma da Mônica e só não gostava muito do Astronauta. Depois passei a recebê-lo melhor :D
    Selecionei alguns títulos que postou para ler, entre eles “A Casa Sonolenta”, de Audrey Wood e também o outro livro dela. Pelos títulos já senti simpatia! :D
    Beijus,

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  6. Fala, Luciano!
    Então... eu não me lembro de quando eu comecei a ler, não lembro de uma idade. Mas, acho que desde o início da minha vida escolar, a leitura estava presente. Na primeira série, lembro que a professora me emprestava aqueles livrinhos infantis da filha dela, como "Três Porquinhos", "Chapeuzinho", "Ali-Babá", entre outros. Depois disso surgiu "A Bolsa Amarela", "Pluft, O Fantasminha" , "Meu Pé de Laranja Lima", "Memória de Emília", " As Aventuras de Tom Sawyer" e até o rebuscado "O Velho e O Mar". Estudei na mesma escola até a oitava série e por ser pequena acabei lendo quase todos os livros dela até a oitava. Ah, também li muito Turma da Mônica e gostava bastante do Chico Bento também. =D

    Lucas - Carpe Liber
    http://livrosecontos.blogspot.com.br/

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