6 de outubro de 2014

O Código do Apocalipse – Leo Tillman & Heather Livro 02, de Adam Blake [Resenha #190]

O Código do Apocalipse


Sinopse: Depois das investigações de Manuscritos do Mar Morto, a ex-detetive Heather Kennedy recebe um telefonema com uma proposta de trabalho. Um suposto roubo no Museu Britânico precisa ser investigado. Kennedy rapidamente deduz que alguém teve acesso a livros sobre Johann Toller, um profeta europeu louco do século 17. Acreditando que o fim dos dias estava em suas mãos, Toller fez uma série de previsões relacionadas ao Apocalipse e aos eventos que o precederiam. Mas nenhuma delas havia se tornado realidade até então. Agora, pouco a pouco, os sinais se confirmam. Com a ajuda do mercenário e antigo parceiro Leo Tillman e de uma jovem que pertence a uma tribo secreta, Kennedy deve lutar para impedir que a próxima profecia se concretize: a destruição de uma cidade sem nome...


A primeira coisa que fiz em minha resenha sobre “Manuscritos do Mar Morto” , foi compará-lo a “O Código Da Vinci”. Era inevitável fazê-lo, mas, lendo o O Código do Apocalipse”, finalmente me dei conta do quanto o estilo de escrita do Adam Blake é diferente do de Dan Brown.

Para situá-los, o “Manuscritos do Mar Morto” trás a primeira aventura de Heather e Tillman, uma dupla de investigadores cujos caminhos acabam por se encontrar, então trabalham juntos para solucionar o problema comum. O mote principal do livro era algo no tipo “e se Judas não fosse o cara mal da história?”, que funcionava muito bem como impulsor ao subverter algo tomado como verdade absoluta, deixando curiosos todo leitor minimamente versado no cristianismo. Ao final do livro, ficava margem para uma nova aventura, é assim que chegamos ao “O Código do Apocalipse”.

Os acontecimentos do livro se passam três anos após o “Manuscritos”, com Heather e Tillman seguindo suas vidas da melhor forma que poderiam devido às consequências de seus atos, com ela tentando sobreviver após ter sido demitida da polícia londrina, e ele em busca por sua família; até que uma sequência de fatos aparentemente isolados faz com que se reúnam novamente.

A série tem uma construção social interessante. O autor nos apresenta um grupo cuja sobrevivência depende da ação de duas “castas”, as Kelim, os vasos; e os Elohim, as lanças. Como toda estrutura social, ela é complexa e dada a preconceitos, e, neste caso, com forte influência religiosa. Os Elohim são os encarregados de exterminar aqueles que ameacem seu povo; já as Kelim são as que garantem uma linhagem saldável sem que o DNA do grupo seja corrompido por relacionamentos consanguíneos. Apesar de ambos serem importantes para o grupo, muitos deles consideram as Kelim impuras, pois como frutificar é sua missão, elas tem de ser tocadas por pessoas “de fora”, os adamitas.

Assim como o anterior, “O Código do Apocalipse” é repleto de mistérios, cenários em mais de um continente, e muita, mas muita pesquisa e ação. Gostei dele em uma medida ainda maior que do primeiro. Adam Blake aqui acertou o tom, soube conduzir os fatos e lidar com diversas situações espinhosas que já se insinuavam em “O Manuscrito”, ao mesmo tempo em que deixa pontas soltas e finais abertos que imploram por mais um livro.

Por ter tantos temas em comum e uma narrativa sequencial, considero fundamental que os livros sejam lidos na ordem de publicação. Aqueles que optarem por ler a série em ordem inversa, darão de cara com diversas revelações que podem se tornar incômodas. E o que acho mais bacana em títulos policiais é acompanhar a evolução das características dos personagens, e, aqui, também o quanto o autor melhorou sua narrativa, e o quanto este livro flui melhor que seu antecessor.

Aquela sensação de semelhança entre o autor e Dan Brown também me pareceu bem mais sutil. O autor, Adam Blake, finalmente imprimiu seu estilo, e foi até mesmo prazeroso acompanhar a sequência de acontecimentos e a forma como ele os cadencia, com especial destaque para os momentos de ação e a grata inserção de comicidade, com Rush, um jovem que tem um humor negro muito bem dosado.

Recomendo fortemente a leitura. Para quem é fã do gênero policial, tem nos livros do Blake uma excelente opção.


+ da série: Manuscritos do Mar Morto

O Código do Apocalipse, de Adam Blake (The Demon Code, 2011Tradução de Camila Fernandes, 2014) – 464 páginas, ISBN 9788581633862, Editora Novo Conceito. [Comprar no Submarino]

{B+}

4 comentários:

  1. Até gostei da resenha, mas não estou no clima deste livro.
    Porém, sei que este clima vai e volta, então tenho certeza que vou ler e gostar!!

    Adoro esse clima de mistério!! É ótimo!!

    E quanto a resenha... Ah! Perfeita como sempre!!

    Bjks

    Lelê - http://topensandoemler.blogspot.com.br/

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    1. Lelê, a série é bem envolvente, estava com uma ressaca literária das bravas, mas o livro me colocou de volta no ritmo ;)

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  2. Essa série me passou batida, mas agora fiquei interessada. Na verdade, eu ainda nem li O Código da Vinci e Anjos e Demônios (considero estas leituras obrigatórias), então talvez eu leia Dan Brown primeiro, mas esse estilo de livro muito me interessa. Me lembra um pouco O Clone de Cristo, gosto muito quando os autores ousam questionar a história tradicional e trazem novos desfechos.

    Abraços!

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    1. Lu, eu acho o Dan Brown mais "erudito", já o Adam Blake é mais prático, focado na ação. E eu tenho que ler "O Clone de Cristo"!

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