6 de abril de 2015

A Mais Pura Verdade, de Dan Gemeinhart [Resenha #212] + Promoção

A Mais Pura Verdade


Sinopse: Em todos os sentidos que interessam, Mark é uma criança normal. Ele tem um cachorro chamado Beau e uma grande amiga, Jessie. Ele gosta de fotografar e de escrever haicais em seu caderno. Seu sonho é um dia escalar uma montanha. Mas, em certo sentido um sentido muito importante , Mark não tem nada a ver com as outras crianças. Mark está doente. O tipo de doença que tem a ver com hospital. Tratamento. O tipo de doença da qual algumas pessoas nunca melhoram. Então, Mark foge. Ele sai de casa com sua máquina fotográfica, seu caderno, seu cachorro e um plano. Um plano para alcançar o topo do Monte Rainier.Nem que seja a última coisa que ele faça.

A Mais Pura Verdade é uma história preciosa e surpreendente sobre grandes questões, pequenos momentos e uma jornada inacreditável.


Tentei ler ao “A Mais Pura Verdade” sem muitas expectativas, mas não acho que tenha conseguido. O livro vem sendo muito comentado e, como acontece com os sick-lit, carregam consigo uma carga emocional que pode despertar sentimentos ambíguos nos leitores. Ainda estava ansioso quando comecei a leitura, e a sensação de que algo muito ruim acabaria acontecendo foi me acompanhando por toda ela.

A Mais Pura Verdade” conta a história de Mark, um garoto que foge de casa na companhia de seu cachorro, Beau. Logo ficamos sabendo que Mark está doente, e que sua fuga tem uma motivação maior, algo como “sua última chance de fazer algo”, de se afastar dos olhares preocupados dos pais, e, talvez o mais importante, de decidir como será sua vida – ou o fim dela.

Mark passara toda a vida com idas e vindas dos hospitais, convivendo desde sempre com momentos saudáveis com sua doença em remissão e com recaídas. Quando fica sabendo os resultados dos últimos exames de controle que fez, ele percebe que tem que se apressar para fazer alguma coisa por si, que seu tempo é escasso e que, caso parta nessa jornada, será algo em definitivo. Ele decide escalar uma montanha.

Ao longo da narrativa o autor vai explicando melhor as motivações de Mark e vamos tomando conhecimento de uma forma mais completa de seu íntimo e de como fora sua vida. Estando doente boa parte dela, Mark tem apenas uma grande amiga – além de Beau, seu cachorro – Jessie, a única pessoa que o entende e com quem ele pode se abrir, desde chorar abertamente com medo do que está por vir, até falar sobre os planos que viria a colocar em prática.

Tive encontros e desencontros com Mark como personagem. Entendo o cansaço, o peso que carrega sobre os ombros – e que no fim, mesmo com todo o apoio que recebe de todos ao seu redor, é só dele – e da responsabilidade que sente por fazer seus pais sofrerem tanto, mesmo que isso seja algo que foge de seu controle. Ele está cansado de ser olhado com pena, de receber ajuda onde quer que vá, e de todos se sentirem mal pelo que ele tem que enfrentar.

Por isso é tão importante o que ele tem de fazer naquela montanha, e a razão de ele ir sozinho. Claro que Beau se mostra uma companhia mais do que fundamental em todo o processo, mas a relação entre cachorro e dono se dá em um espectro diferente: cães são leais, não pedem nada em troca e ficam felizes com cada afago. Mark sabe que seu cachorro o compreende, e não o julga, por isso ele é uma companhia tão necessária.

Mas, em alguns momentos, o achei um tanto egoísta. É quase como se ele fosse um garoto que entrara em parafuso e, fugindo, acredita estar indo de encontro ao inevitável, mas expõe seus pais a uma dor ainda maior ao mesmo tempo em que se imagina evitando-a, e coloca em risco seu melhor amigo, um pequeno cachorro, sempre solícito a lhe fazer companhia.

Porém foi aí que compreendi que o livro é sobre a vida e seus pequenos momentos. Mark sempre se mostrara um bom amigo, tanto para Beau quanto para Jessie, mas ele precisava experimentar o mundo de uma forma não controlada por seus pais ou por experiências em quarto de hospitais para saber o quanto viver implica escolher caminhos, tomar decisões, e quebrar a cara. Ele precisa sofrer para aprender a valorizar cada ajuda que recebe, finalmente percebendo que não o estão julgando como fraco, mas apenas fazendo o que todas as pessoas deveriam fazer, se ajudar. E, ainda, foi aí que percebi que, como leitor, fui aprendendo com ele: a experiência de leitura se altera da mesma forma como muda a percepção que Mark tem do mundo e de sua condição!

O autor mantém uma narrativa interessante em primeira pessoa, nos capítulos que acompanham Mark, e consegue dar fôlego à narrativa com os capítulos mais curtos, narrados em terceira, e que contam o impacto de sua fuga em Jessie, sua melhor amiga. Eu só acho que essa mescla já está um tanto batida, é uma fórmula que vem sendo muito usada e está descambando pra mesmice. Considerando que este é o livro de estreia do autor, certamente deverá inovar em um futuro lançamento, ou então inevitavelmente poderemos teer aqueaa sensação de “já vi isso antes”.

Quanto ao fator sofrência inerente ao sick-lit, uma parte do tempo me mantive distanciado justamente por ver Mark como um garoto um tanto egoísta. Mas, ao longo das páginas, quando o autor vai desenhando as motivações, os anseios e, em especial, os medos incrivelmente legítimos de um garoto que já passou por muita coisa, fui me sentindo mais próximo, e cheguei ao final emocionado.

É um bom livro, sem dúvida.

 

A Mais Pura Verdade, de Dan Gemeinhart (The Honest Truth, 2015Tradução de Leonardo Castilhone, 2015) –224 páginas, ISBN 9788581636337, Editora Novo Conceito.

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PROMOÇÃO


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O prêmio será enviado em até 15 dias, a partir da data de contato do ganhador. O blog não se responsabiliza pelo reenvio de objetos retornados ou extraviados pelos Correios, quaisquer que sejam os motivos.

Caso o participante descumpra algumas das etapas descritas no Rafflecopter, será desclassificado.

Em caso de dúvidas, deixe-as nos comentários.

Boa sorte ;)

Parceiro 2015

21 comentários:

  1. muito bom, resenha muito boa, estou lendo o livro e estou amando beijos
    livro-azul.blogspot.com.br

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  2. Oie!!

    Eu nem cheguei a me emocionar, mas achei um bom livro.

    Adorei sua resenha. Ficou linda e até mais emocionante do que o próprio livro, rsrs.

    Bjksssssss

    Lelê - http://topensandoemler.blogspot.com.br/

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    1. Então, eu também achei que ia me emocionar mais, mas tive alguns distanciamentos. Mas, apesar disso, é um bom livro ;)

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  3. Não sou muito fã de sick-lit, mas esse livro parece ser bom, fiquei com vontade de ler.

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    1. Lígia, ele não apela muito não, dá pra ler tranquilo ;)

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  4. Estou bem curiosa com esse livro. Vi gente que amou, gente que não gostou tanto...Não parece ser um livro perfeito, mas deve emocionar o leitor.

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    1. Marília, acho sempre bom quando dividem opiniões. Geralmente tenho um pé atrás com aqueles que TODOS concordam ser bons ;)

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  5. Eu li AMPV e também senti isso que você viu na figura de Mark. Também achei o livro bom, mas nada de fora do comum. Não sabia que esse tipo de literatura dramática e de doenças tinha nome! kkk "sick-lit", obrigado por enriquecer meu conhecimento! Confesso que não gostei da atenção excessiva dada ao cachorro... mas tudo bem. Foi uma jogada de mestre o marketing da Novo Conceito, pois a blogosfera literária em peso estão falando desse livro. Também resenhei ele, se quiser dá uma passada lá no meu espaço.
    Abraço!
    Alexandre do blog Do Que Eu Leio
    @doqueeuleio

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    1. Pois é, Alexandre, os sick-lit estão na moda....Alguns pontos no livro também me incomodaram, mas no final gostei do livro, só não tanto quanto imaginava. E, sim, o marketing da Novo Conceito é matador ;)

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  6. Eu li a prova e fiquei super curiosa para conferir o final da trama.
    Achei Mark um garotinho difícil, talvez seja a doença ou a idade. Só lendo o livro todo para ter certeza.

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    1. Gladys, também achei, e acredito que seja por causa da doença, mas algumas das atitudes dele ultrapassam isso, e o faz um tanto egoísta. Mas ao final gostei do livro ;)

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  7. Oi Luciano, tudo bem?
    Nossa que resenha. eu te entendo completamente, e em certos momentos também, pesei isso, mas o mais estranho é que me coloquei no lugar dele e entendi desde o princípio o porquê da viagem. Ele precisava dela, isso é inegável. Concordo também que esse duplo ponto de vista já tá começando a ficar batido, mas nesse livro achei diferente, pq tínhamos apenas uma pequena visão do que a Jess via, não era exatamente algo grande.
    Abraços,
    Amanda Almeida
    http://amanda-almeida.com.br

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    1. Amanda, eu tive algumas dificuldades em me ligar ao Mark, e se o compreendi algumas de suas ações continuaram me parecendo injustificadas. E, pois é, alguns desses recursos já parecem bem batidos...

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  8. Eu tinha certeza que já tinha comentado nessa resenha, será que to doida? Enfim, a leitura me interessa, mas sua resenha me deu aquela jogada de pé no chão. Talvez eu demore um pouco ainda, li muitos livros com essa pegada ultimamente e não quero me sobrecarregar, mas no futuro, fica como opção!

    Abraços!

    P.S.: O blog tá lindo!!! =D

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    1. Eu gostei mas fiquei sentindo que poderia ter gostado mais, acho que o "Quando Tudo Volta" vai ficar me assombrando por um tempo ainda...

      Olha, essas alterações de header e background sãoas únicas coisas que me atrevo a fazer, mudar um template dá trabalho demais...

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  9. Sério que você viu Mark como um garoto egoísta?...eu vi apenas uma criança na sua santa inocência sendo inconsequente, achando que o mundo é simples e fácil.
    Quanto a forma de divisão na narrativa, apesar de estar se tornando muito comum, não me incomodou, muito pelo contrário, essas pequenas pausas me incentivaram.
    Eu me apaixonei por Beau e foi por ele que eu me emocionei com esse enredo, e eu fiquei querendo conhecer mais da super amiga Jessie.

    Beijos.
    Leituras da Paty



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  10. Eita livro sofrido, não ando muito nessa onda de choradeira kkk, me pareceu bom o livro, mas essa questão que você falou do personagem ser meio egoísta acho que afeta um pouco na hora de conectar com a história, mesmo assim gostei :D

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  11. Já estava bastante interessada em ler esse livro só pela sinopse, curto muito um sick-lit e cada resenha que leio dele me deixa ainda mais ansiosa em conferi essa história que parece ser ótima, bem emocionante.

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  12. Esse é um dos livros da minha enorme lista de desejados, mas não um dos primeiros. Li resenhas positivas e negativas e estou em um momento da vida em que não me atrai muito ler coisas tristes. Vai continuar na lista até que a vontade de ler seja mais forte ou que não tenha nenhum para ler antes dele.

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  13. Quero muitoooooooooo!

    Laís Couto

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