Sinopse
Antes de morrer, Constance deixa um mistério nas mãos de Kitty que pode ser a chave para sua mudança de vida: uma relação de nomes de pessoas desconhecidas. É com base neles que Kitty deverá escrever a melhor matéria de sua carreira.
Quando começa a ouvir o que aquelas pessoas têm a dizer, Kitty aos poucos descobre as conexões entre suas histórias de vida e compreende por que foi escolhida para dar voz a elas.
Já disse algumas vezes aqui no blog o quanto gosto da autora Cecelia Ahern, e de como nem sempre foi assim, com o primeiro livro que li dela, o “A Vez da Minha Vida” ter me causado certa estranheza, principalmente, por eu não ter entendido a presença do fantástico na obra da autora.
Uma vez transposta esta barreira, ela se tornou uma das minhas autoras favoritas.
Em A Lista, conhecemos Kitty, uma jornalista na casa dos trinta que tem a vida virada do avesso em um ano que tinha tudo para ser o melhor de sua vida: ela finalmente estava apresentando um programa de tv, escrevia para uma das mais respeitadas revistas do país, e recentemente recebera uma pauta que mereceria destaque, o tipo de matéria que todo o mundo estaria comentando no dia seguinte.
Mas ela comete um erro, bagunça a vida de muitas pessoas, e vê seu mundo desmoronar.
Cecelia sempre me convence escrevendo sobre mulheres que estão em seu limite. Suas protagonistas não estão vivendo os melhores dias de suas vidas, se encontram perdidas e sem saber ao certo o que fazer, e está em “encontrar seu caminho”, seja ele qual for, o objetivo delas que nos é contado através da narrativa.
Uma das coisas que mais gosto em seu texto é a habilidade que ela tem de, sem vitimizá-los – em alguns momentos, Kitty não é flor que se cheire!, e a autora os mostra de formas que suas ações são pouco louváveis – fazer com que o leitor seja simpático a esses personagens, e que torça juntos por uma virada, cúmplices em todo o processo. No caso de Kitty, apesar de o erro que ela cometera ter mudado profundamente a vida de uma pessoa que nada tinha a ver com o caso, o karma instantâneo que veio logo a seguir me fez ser solidário a ela, e um partidário aberto: torci desde o começo para que desse certo o que ela precisava fazer, e, mais uma vez, fosse isso o que fosse.
No momento mais atribulado de sua vida, sua mentora e chefe, Constance, adoece, e Kitty, envergonhada de diversas maneiras, encontra nela algo em que trabalhar. Durante uma conversa das duas, Kitty pergunta à Constance se havia uma matéria que ela gostaria de ter escrito e que não o fez. Constance menciona uma, que estava guardada em seu escritório. Elas combinam então que Kitty a pegue, para que possa discutí-las, mas ela vem a falecer pouco depois.
Kitty fica então responsável por escrever esta matéria na edição da revista que homenageará Constance, o problema é que não existem rascunhos ou ideias gerais ou qualquer coisa que dê a ela um pista sobre o que a matéria deve falar, apenas uma lista com cem nomes.
Se tem algo em que Cecelia Ahern foi certeira neste livro foi em manter o leitor sobre uma constante áurea de mistério. Kitty tem de escrever uma matéria, tem em mãos uma lista com cem nomes aparentemente aleatórios, e mesmo quando encontra alguns deles não consegue equacionar suas histórias de uma forma que faça algum sentido, ou, pelo menos, que faça sentido para ela, já que certamente fez para Constance.
E estas pessoas são as mais diferentes possíveis: uma senhora idosa que vive em um retiro; uma jovem cabeleireira que se divide entre o trabalho e os cuidados com a mãe, doente; um homem atormentado pelo passado; uma personal shopper; dois homens com educação sólida mas que não conseguem trabalho; e talvez a mais interessante de todas elas: a dona de um museu de borboletas, que ostenta uma vasta cabeleira ruiva e olhos bicolores.
O livro é extremamente bem escrito, tem um ritmo que prende o leitor, e mistério só vem a acrescentar. Sinceramente não entendo as pessoas que apontam como um defeito o fato de os livros da autora narrarem situações cotidianas: amizades, romances, decepções e recomeços. Mas não é assim a vida?
E o final é tão vívido e repleto de significados que certamente emocionará quem se doou completamente à leitura, sem se questionar sobre como é possível, já que em livros da autora o inesperado convive em bons termos com o que é lógico.
Talvez, seja tudo sobre o amor.
Mais da autora:
P.S. Eu Te Amo – resenhado pela Jaci Pandora
A Vez da Minha Vida
O Livro do Amanhã
O Presente
Simplesmente Acontece
A Lista, de Cecelia Ahern (One Hundred Names, 2014 – Tradução de Amanda Moura, 2015) – 385 páginas, ISBN 9788581636832, Editora Novo Conceito.
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{A+}
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Me tornei muito fã da autora em O Livro do Amanhã e sinto necessidade de ler novos livros dela. Nem sabia da existência de A Lista e agora já estou colocando na minha lista de desejados hahaha. Sei que a autora tem o dom de nos envolver e nos fazer mergulhar e estou pronta pra ter a recompensa por isso hahaha.
ResponderExcluirBeijos. Tudo Tem Refrão
Ágata, o "O Livro do Amanhã" é meu preferido dela, gostei muito dele. Os outros também são muito bons, acho que o mais fraco é "O Presente", mas, mesmo assim, vale a leitura!
ExcluirQue delícia!!!
ResponderExcluirAdoro livros com personagens super diferentes, mas que no livro se completam.
Pirei na resenha. Este será o primeiro que lerei dessa leva, com certeza!
Adoro a autora também. Até o pior livro dela é muito bom, rs.
Bjkssssssss
Lelê, espero que goste ;) Cecelia escreve muito bem, e neste livro estava perfeita!
ExcluirJá li quatro livros da Cecelia Ahern e até agora não me desapontei com nenhum de seus livros. Amo a forma como ela consegue criar personagens carismáticos e tramas realistas sem perder o bom humor.
ResponderExcluirBjs ;)
Ana, também sou muito fã, já li tudo dela que em chegou em mãos, fica faltando só o PS Eu te Amo, que pretendo ler muito em breve!
ExcluirNunca li nada dessa autora mas vi o filme P.s. eu te amo que foi baseado em sua obra e achei um filme lindo (e olha que não sou de romances).
ResponderExcluirSua resenha me abriu certo interesse, gosto de livros que tenham um mistério envolvido. :)
o/ até
Como já disse em outro post, vou me reencontrar novamente com a Cecelia e suas histórias com uma pitada de fantasia. Você não é um leitor fácil de agradar, se ela tem te agradado eu sigo sem medo de encontrar algo menos do que encontrei em "P. S. Eu te amo", acho que ela deve ter amadurecido sua escrita, afinal passaram-se alguns anos e ela produz textos de forma continua.
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