18 de janeiro de 2016

A Fazenda, de Tom Rob Smith [Resenha #239]

A Fazenda


Sinopse: Até o momento em que ele recebeu um telefonema desesperado de seu pai, Daniel acreditava que seus pais estavam indo para uma aposentadoria tranquila, bem merecida. Eles venderam sua casa de negócios em Londres e disseram "adeus para a Inglaterra" com uma festa alegre onde todos os seus amigos se reuniram para desejar-lhes bem para a grande aventura: sair para começar uma nova vida sem um controle remoto, numa fazenda bucólica na zona rural Suécia. Mas, com um telefonema, tudo muda. "Sua mãe não está bem" seu pai lhe diz., "Ela está imaginando coisas - terríveis, coisas terríveis. Ela teve um surto psicótico e foi internada em um hospital mental". Daniel se prepara para correr para a Suécia, no primeiro voo disponível para o dia seguinte. Antes que ele possa embarcar no avião, seu pai contatá-lo novamente com uma notícia mais assustadora: sua mãe foi liberada do hospital, e ele não sabe onde ela está. Em seguida , ele ouve de sua mãe: "Tenho certeza que seu pai falou com você. Tudo o que o homem lhe disse é uma mentira. Eu não sou louca. Eu não preciso de um médico. Preciso da polícia. Estou prestes a embarcar em um voo para Londres. Encontre-me no aeroporto de Heathrow". Pego entre seus pais, e não tem certeza de quem acreditar ou em quem confiar, Daniel torna-se juiz e o júri disposto de sua mãe quando ela diz-lhe um conto urgente de segredos, de mentiras, de um crime horrível e uma conspiração que implica o próprio pai.


Após a leitura de “Kingmaker” – livro incrível,não perca a resenha! – precisava renovar minhas leituras tentando manter o bom ritmo que consegui com o livro, então cheguei a mesma conclusão que já havia chego inúmeras outras vezes: preciso ler um romance policial!

Me sinto em casa com eles, levado por eles, e, quase sempre, ansioso por saber o final. Mas desta vez, queria desbravar águas desconhecidas, ler algo de algúem que nunca tinha lido nada amtes, foi assim que me lembrei do Tom Rob Smith, que fez algum barulho com o seu “Criança 44”.

Mas se o “Criança” já estava na minha lista de leitura desde seu lançamento, fiquei receoso de que o hype estragasse a experiência, então optei por aquele que, salvo engano, é o mais recente lançamento do autor por aqui, o “A Fazenda”.

O plot do livro é sensacional. Daniel mora na Inglaterra enquanto seus pais, após se aposentarem, se mudam para uma fazenda recém adquirida na Suécia, em busca de “sua última grande aventura”, e de um contato mais genuíno com a natureza e um modo de vida mais simples em diversos sentidos.

Por “n” motivos, o rapaz protela sua visita ao lugar – em grande parte por não saber como “sairá do armário” e apresentará seu companheiro aos dois – mas entra em estado de alerta quando recebe três telefonemas inesperados:

1. Seu pai dizendo que sua mãe está mal psicologicamente, inventando situações e imaginando inimigos, de modo que ele tem de interná-la em uma instituição psiquiátrica;

2. Seu pai dizendo que sua mãe conseguira convencer os médicos a sair do hospital, e, agora, estava desaparecida; e,

3. Sua mãe dizendo que sabe que seu pai já falou com ele e provavelmente tentou envenená-lo contra ela. Mas, o que era importante: ela não estava louca, e seu próprio pai estava envolvido em acontecimentos sinistros. Após conseguir fugir do hospício, ela estava a caminho do aeroporto, voltando para a Inglaterra.

Esses fatos, apresentados em rápida sucessão me fizeram ficar extremamente preso à leitura. Eu tinha que saber o que aconteceu, já que a primeira coisa que se faz ao ler estas afirmações é imaginar de que lado Daniel ficará: da mãe, que diz que seu pai, um homem pacato, é um criminoso; ou de seu pai, que alega que a mãe perdera o juízo. Tom Rob SMith não deixa a desejar, e vai nos envolvendo cada vez mais em sua narrativa.

Quando sua mãe, Tilda, de origem sueca, chega ao aeroporto, Daniel logo percebe que algo está errado, ela parece cansada e alerta, olhando para todos os lados como se, a qualquer momento, um inimigo pudesse aparecer. ele tenta questionar o que aconteceu, mas ela diz que não podem falar em público, e que contará toda a história após chegarem ao apartamento do filho.

A maneira como o autor estruturou o texto é muito inteligente. Narrado em primeira pessoa, ele mescla o ponto de vista de Daniel e o que ele pensa sobre cada novo fato que sua mãe lhe conta com as passagens em que a própria Tilde narra os acontecimentos ocorridos na Suécia, e que, segundo elas, são todos pequenos indícios mas de suma importância pois, quando somados, são provas cabais para levar os criminosos à justiça.

Em grande parte do tempo Daniel não sabe o que fazer. Ele se ressente por não poder atualizar o pai sobre o estado da mãe, pois sabe que qualquer atitude precipitada que ele tomar pode fazer com que se rompa o tênue fio de confiança que ela ainda deposita nele, mesmo sendo ele sua última esperança.

E a todo momento, como leitor, somos instados a questionar o que ela relata da maneira como nos aprouver. E essa é a beleza do livro: há indícios suficientes para que você acredite no que ela diz; assim como explicações óbvias caso você queira desmantelar seu relato. Talvez esta não seja uma escolha do leitor propriamente dita, talvez envolva algo a mais, um sentimento que nasça – que palavra feia! – de seu interior conforme a história vai sendo contada.

Ao final, gostei muito do livro. Há mistério em toda a parte e tudo o que Tilde relata pode levar a algo extremamente obscuro, e é engenhosa a forma como o autor trabalha isso. Terminei seu fã.

A Fazenda - Dados

A Fazenda, de Tom Rob Smith (The Farm, 2014 Tradução de Janaína Marcoantonio, 2015) – 332 páginas, ISBN 9788501062017, Editora Record.

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Oscar