11 de agosto de 2010

3 coisas que me preocupam nos e-books

Se um item tem subido constantemente de posição em minha lista de desejos é um leitor de e-books: eles são modernos, tem um design atraente, e reduz a montanha de livros de sua estante em alguns gigas de informação num aparelho que cabe no bolso. Algo que sempre quis. Mas, como nem tudo são flores, alguns aspectos referentes a estes aparelhos me preocupam, ainda mais quando se tem em mente que sua aquisição pede um investimento considerável.

Alguns dos pontos que me questiono são:

Adaptabilidade à leitura: Para mim é um problema. Ainda não tive a oportunidade de ter um e-book em mãos, mas, mesmo assim, não recomendaria a compra de um sem que se tivesse pelo menos 30 minutos de test-drive antes, uma vez que é um “livro definitivo”, e você não pretende gastar com um objeto que não sabe nem se se adaptará não é? Uma boa estratégia é bancar o cliente consciente – o que, para os vendedores, é o cliente chato – e ler alguma coisa nele. Não é um comparativo a altura, mas vale de momento: anos atrás não me saí muito bem com a tela de um Game Boy Pocket, da Nintendo, que não possuía backlight, e exigia que você se sentasse e direcionasse a tela do aparelho para uma fonte e luz para que pudesse ver algo. É claro que de lá para cá muito se evoluiu, mas a falta do backlight trás a tona um paradoxo: sua inexistência é o que torna a leitura mais agradável aos olhos, porém, uma fonte de luz externa será sempre exigida para que se visualize algo. Isso merece ainda mais atenção para quem tem algum problema de visão, como eu. Como será a adaptabilidade nestes casos?

Pirataria e “projetos de democratização da leitura”: não consigo entender quem pede o fim das grandes editoras, por crer que, com isso, os livros ficarão mais acessíveis e coisa e tal. Concordo que livros são caros num país onde, com 510 reais, um pai tem de manter sua família alimentada, vestida e saudável, mas o caminho não é por aí. Por mais que me esforce, não vejo Dan Brown ou Stephenie Meyer fazendo aulas de português para traduzirem durante a noite suas obras para lançarem por aqui, de forma independente. Se forcei a barra no exemplo, também não os vejo pagando quem o faça. E ponto. As grandes editoras são necessárias para intermediar – e bancar – este processo. Levá-las ao fim não muda nada. Imaginemos um panorama onde, por qualquer que tenha sido o motivo, as grandes editoras foram varridas do mapa e apenas restaram centenas de pequenos grupos, que passam a ser os únicos atuantes no mercado. Com o tempo, meia dúzia deles começam a se destacar, vendem mais, ganham mais, podem investir mais, produzir em maior quantidade e menor preço, e assim, continuam crescendo. Isso é inevitável, pois é um característica inerente ao capitalismo, um sistema onde, logo que um grupo ou alguém caia, outro vem para substituí-lo. Um dos problemas dos e-books é justamente a utilização de livros “abertos”, que não remuneram quem escreveu, traduziu, adquiriu os direitos e publicou por aqui. A solução lógica seria a impossibilidade de seu uso nos leitores, mas, aposto meus exemplares de O Senhor dos Anéis, que este aparelho não teria uma boa vendagem. Mas, se é assim tão fácil, por que todas as empresas que lançam seus leitores no mercado não fazem a mesma restrição? Por que estão se lixando, não é o mercado delas, porque teriam que se intrometer? Seu negócio é vender o hardware, com o software que se preocupe que for de direito, e aparelhos com restrições deste tipo tendem a serem malvistos.

Preço e impostos: A questão de se tributar ou não os livros digitais é, ao meu ver, bastante ambígua. Se levarmos em consideração que um objeto deve ser definido por meio de seu uso primordial, então sim, o livro digital é um livro como qualquer outro e deve ser isento de ICMS. Agora, se o que conta forem as suas especificações, aparência e características, o livro digital passa a ser um aparelho eletrônico, devendo ser tributado. Pior para nós.

Acredito que tais dúvidas e preocupações serão sanadas com o tempo, como é comum em toda novidade – apesar de que os e-books não serem assim tão novos (alguém lembra do Librié, da Sony?).

Amanhã, para não ser tão pessimista, publico coisas que me agradam nos e-books. A pretensa variedade de títulos e menor preço são algumas delas. Até lá.

2 comentários:

  1. Na compra de um e-book,esses três pontos são relevantes e outro no livro eu leio e não há risco da tela travar.Mas mesmo assim o e-book ainda está na minha lista de compras.

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  2. Fábio,

    Ainda tem mais este detalhe, é verdade. Pelo que tenho lido, o Alfa, da Positivo, terá uma tecla que atualizará a página, removendo possíveis resquícios da tela anterior. Mesmo com todas as minhas dúvidas, ainda pretendo adquirir um e-book.

    Abraço.

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