15 de março de 2012

Blogagem Coletiva Amor aos Pedaços

bcapQuando soube desta blogagem coletiva lá no Luz de Luma, fiquei tentado a participar, mas de começo achei que, talvez, o tema não casasse com o blog. Até que a Luma me socorreu e me deu uma sugestão de qual caminho seguir para levar minha participação adiante.

Organizada pelas quatro “erres”, Rute, Rosélia, Regina e Luma Rosa – mais detalhes aqui na, chamada para a blogagem – a blogagem será dividida em 5 fases, sendo que nesta primeira devemos falar sobre o 1º pedaço de amor.

Como este é um blog – salvo raras exceções – sobre livros, optei por falar sobre a primeira vez em que entrei em uma biblioteca para escolher um livro, que também foi o primeiro que li sozinho, sem precisar da ajuda de meus pais, e de como me apaixonei pela experiência. Na verdade já contei esta história em outras duas ocasiões, uma delas aqui mesmo, no blog, em setembro do ano passado. O texto dizia o seguinte:

O primeiro dia de funcionamento da biblioteca na escola onde fiz o primário – e, por sinal, todo o resto também – foi uma festa. Todas as séries formando fila para fazer a carteirinha e escolher seu primeiro livro, e começar a embarcar na grande aventura que é ler.

Não sei se já contei a vocês, mas saí da pré-escola aos 6 anos já sabendo ler e escrever. Claro que em alguns momentos precisava de ajuda para entender o significado da palavra, ou para compreender o que uma frase dizia, mas já dava para me aventurar sozinho em águas mais calmas sem problema algum.

Me lembro de, na fila, ter ficado nervoso e errado o nome da rua em que morava uma ou duas vezes, mas nada tão traumático. Depois de um “pode ir” mais falado com um gesto de cabeça que com a boca,  vindo de uma bibliotecária que depois se mostraria muito simpática – e que o tempo tratou de colocar para trabalhar, dezesseis anos mais tarde, em uma sala em frente à minha – me vi  defronte a um mar de livros distribuídos sobre grandes mesas.

por um trizNão demorei tanto na escolha – não se precisa escolher muito quando você ainda não leu nada, a não ser revistas em quadrinhos, e pouco entende de qualidade – e saí de lá com Por um triz a Elis ficava sem nariz debaixo do braço. Escolha rápida, decisão certa. Com que frequência isso acontece?

Acho que o li umas três vezes. A história da menina infeliz com uma pinta na ponta do nariz, e que tentara apagá-la com uma borracha, fazendo com que seu nariz caísse (!) me encantou na época. Na passagem em que o nariz some, levei a mão instintivamente ao meu nariz, coisas que se faz quando é pequeno.

“Por um triz” foi escrito pelo grande João das Neves, com ilustrações de Denise Rochael, e é, ainda hoje, publicado pela Editora Dimensão. Todo o mérito ao autor e à ilustradora. Se sou um leitor hoje, muito devo à eles por este primeiro contato.

 

Assim dei meus primeiros passos com leitor, e desde esta época vem meu amor pelos livros. Foi ali que me encantei. Foi aqui que vim parar. Do quê eu reclamo tanto mesmo? Com o livro nas mãos, chegando em casa, lembro de ter me sentido importante: o confiaram à mim, então um moleque de sete anos. Não era o primeiro livro que tinha em mãos, mas era o primeiro que não era somente meu, que não me fora dado pelos meus pais – que sempre me incentivaram a ler. Não sei, senti sensações diferentes ao lê-lo. Foi muito bom. Um pedaço de amor.

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Você pode conferir mais detalhes sobre a Blogagem Coletiva Amor aos Pedaços no Luz de Luma.

Geralmente vou direto ao ponto, mas, às vezes, costumo viajar, fugir do foco enquanto desenvolvo o que quero escrever, Isto aconteceu no texto aproveitado aqui, por isso dei uma lapidada nele, tirando os trechos “viajantes”. Para ler a postagem completa, que se chama “O Primeiro Livro a Gente Nunca Esquece”, clique no link ;)

30 comentários:

  1. Luciano,

    Que texto fofo!
    Bibliotecas mexem com a gente, né!
    E poder levar um livro para casa parece uma enorme responsabilidade para uma criança.
    Eu visitava a minha sempre, mas não me lembro exatamente o primeiro livro que li. Acho que era algo sobre uma sequóia gigante...

    =)

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    1. Joelma, é um sentimento muito bom, e tem sido até aqui. Este livro me marcou bastante, ele tem um toque meio nonsense que me intrigou na época. Muito bom ;)

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  2. Oi, Luciano!

    O seu encantamento, é também o meu.Costumo dizer que a leitura é o meu doce vício. Apaixonei-me, perdidamente, pelos livros, também na infância, e tenho desde então me encantado por este mundo mágico do saber.
    Ótima participação.

    Grande abraço
    Socorro Melo

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    1. Socorro, uma vez uma bibliotecária me deu um livro e colocou isso na dedicatória "O único vício que enaltece o homem é o da leitura". Estas palavras fazem todo o sentido ;)

      Grande abraço.

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  3. Olá! Também participo desta blogagem coletiva. Aprendi a gostar de ler com meu pai e a partir do momento que você começa a ler livros não quer parar mais.
    Big Beijos

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    1. Olá Lulu, meus pais foram de grande importância para mim neste processo todo, sem este incentivo não vejo de que forma teria um contato tão próximo com os livros.

      Beijos.

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  4. Oi Luciano que texto lindo!
    Esse amor nunca te deixou, nunca te frustou, nunca te decepcionou e ainda tem o dom de te encantar em cada página
    bjo

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    1. Marcela, é bem isso mesmo: continua comigo, seguimos juntos, firmes e fortes ;)

      Beijos.

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  5. Olá, amigo

    "Somente quem ama e se permite amar
    é que detém o tesouro do
    verdadeiro
    AMOR!
    (Kiro)

    Mais uma emoção rola no ar... que maravilha poder contar com tanta gente impregnada de amor!!!
    Encantada por assim dizer... Enamorada pela vida...
    Amando o amor...
    E pelo Amor sendo amado...

    Gostei do paralelo que estabeleceu do primeiro amor e o primeiro livro... Eu Tenho guardado o Alice no País das Maravilhas e um de Poesia que meu padrinho ofertou-me... nunca esquecidos... Nem poderia!!!
    Gostei muito!!!
    Obrigado por nos enriquecer culturalmente e à nossa blogagem...

    "Orvalhou o próprio Céu ante a face do Senhor"...
    Abraços fraternos de paz e tenha uma noite amorizada

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    1. É incrível como nos apegamos a estas memórias, e como elas são importantes para a nossa formação. É sempre bom tê-las frescas, sempre a frente na lembrança. EU que agradeço a oportunidade de participar.

      Grande abraço.

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  6. TAMBÉM SOFRO DO SEU ENCANTAMENTO. LIVROS, JÁ CHOREI POR QUERÊ-LOS E MINHA MÃE ÃO PODIA COMPRÁ-LOS. FUI LEITORA VORAZ NA ADOLESCÊNCIA, NA JUVENTUDE, NA MATURIDADE FOI CAINDO A QUANTIDADE DE LIVROS QUE EU LIA. FUI DEIXANDO AOS POUCOS COM OS AFAZERES E AGORA COM BLOG, É MAIS DIFÍCIL LER. PARABÉNS AMIGO, ADOREI LER O SEU ENCANTAMENTO! PE FORTE ABRAÇO

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    1. Olá Maria Luiza, é um encantamento mesmo, também ficava triste quando não podia ter um ou outro livro que gostaria de ler, mas a gente vai aprendendo a lidar com isso, o importante é que o encantamento continua.

      Grande abraço.

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  7. Luciano,
    adorei sua participação. Primeiro porque é original. Depois porque também sou apaixonada por livros em papel. Não tem jeito, jamais vou me render ao livro virtual apesar de ser ecologista.

    Ao ler a sua história lembrei da minha filha. Também ela vibra de emoção quando vai à feira do livro na escola. E também ela ficou muito nervosa e indecisa quando escolheu seu primeiro livro.

    Somos duas enamoradas pela literatura. Sempre que saimos de casa levamos um livro debaixo do braço para encantar os tempos mortos, aqueles em que não se faz nada de útil, enquanto se espera por algo...

    E tem mais! Quando almoço ou janto sozinha num restaurante, na verdade nunca estou só, porque o livro me acompanha enquanto como. Se você me perguntar quem estáva no restaurante, não vou saber responder pois não vi ninguém, (rs*)estáva noutro "mundo".

    Tudo isto me fez pensar no filme "Ink Heart - Coração de Tinta". Uma ótima ideia de participação para quem se encantar com cinema (como eu!!).
    Abraços além-mar (Portugal).
    Rute

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    1. Rute, também não me vejo me adaptando aos e-books, já tentei, mas não deu não! É muito bom este amor que nutrimos, pelos livros, sempre recebemos dele uma boa recompensa. Espero que sua filha continue neste caminho ;)

      Grande abraço, e obrigado pela visita; ou tentar assistir ao filme que indicou.

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  8. Foi bacana contar esse encantamento pelos livros...e vi em você, como meus filhos aprenderam na escola a pegar seus livros preferidos e quando pagavam a multa quando esqueciam do livro em casa...era muito engraçado.Eu gosto muito de ler e sempre estou com um livro, minha filha me segue, mas meu filho não é muito eu sinto, pois acho importante e não foi por falta de incentivo.Espero que passe essa fase..
    Gostei muito de seu blog e aproveito para ficar...
    Paz e bem

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    1. Olá Bel, sempre é bom que se incentive o hábito da leitura, mas nem todo mundo é tão receptivo a ela - meu irmão caçula se recusa a ler terminantemente - mas ficamo daqui esperando que seja só uma fase, pois eles não sabem o que estão perdendo.

      Grande abraço.

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  9. Gostei do seu texto. Trouxe-me à memória a história do primeiro livro que li.
    Quando eu era menina na minha casa não havia livros. Meus pais eram quase analfabetos. A vida era madrasta, a gente não tinha muitas vezes o que comer como havia de haver livros. Então quando eu tinha uns 9 anos, andava na 3ª classe, apareceu lá na terra uma camioneta com livros. A professora chamou-nos e disse-nos que aquilo era uma biblioteca itinerante que ia chegar ali todos os meses e que quem quisesse podia levar um livro, que devolveria no mês seguinte. Tinha que ter muito cuidado em não estragá-lo e deviamos entregar-lho logo que estivesse lido já que ela ficava responsável por eles. Nada sabia de leitura infantil, e como tinha ouvido falar no "Amor de perdição" eu queria lê-lo.
    Paciente ela fez-me ver que eu não tinha idade para ler aquele romance e escolheu para mim "Os cinco na ilha do tesouro" de Enid Blyton.

    Um abraço e bom fim de semana

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    1. Elvira, fico feliz que tenha partilhado tua história. Aqui também passávamos apertados, mas sem grandes dificuldades. É muito bo ver como a vida sempre dá um jeito de nos colocar em um caminho, uma oportunidade de mudar nossa realidade.

      Grande abraço.

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  10. Adorei!!!!Meu encantamento por livros vem de outras eras!!!
    Encantamento,fase que precisamos entender os porques de ser como é!!!Bjs .Estou com postagem em dois blogs tentando mostrar algo mais.
    zildasantiago.blogspot.com
    rumoslibertadores.blogspot.com

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  11. Luciano

    Adorei sua história. Seu primeiro livro , seu primeiro encantamento. Gostoso demais! Ficou bem original sua participação. Interessante como vivestes a história do nariz da Elis que até tocastes no teu. São momentos inesquecíveis e a leitura nos transporta.

    Cheguei a participar na Saleta de Leitura da Blogagem promovida pelo Diários de Bordo com o tema "O amor Salva". Gostei , pois participei com a resenha do livro A CABANA. Já tinho lido há mais de um ano e não me animava a escrever sobre ele.


    Beijinhos

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    1. Irene, foi muito bom participar ;) Sabe, também li "A Cabana" mas não resenhei, não sei o motivo, não me identifiquei muito com ele não...

      Beijos.

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  12. Também me fez lembrar da primeira vez que entrei em uma biblioteca.
    No lugar que estudava, os alunos formavam a sua biblioteca particular. Cada sala tinha um estante e éramos responsáveis pela conservação dos livros. No início do ano, era pedido que os alunos doassem livros para formar essa mini-biblioteca e ao final do ano esses livros iriam para a biblioteca maior. Essa responsabilidade na conservação dos livros e o modo como a professora escolhia títulos para ler em voz alta, nos levava a valorizar mais a leitura.
    A escola era grande, escura e toda coberta de madeira e pinturas na parede. Crianças não circulavam pelos corredores. Quando saíamos de nossa sala, era para ir à sala de artes ou pátio. Nessa escola estudei dos 2 aos 8 anos e só conheci a biblioteca no último ano. Parecia que estava entrando em um santuário. Ainda escuto o barulho que a sola do sapato fazia no piso e do cheiro da cera de carnaúba. Bons tempos! Foram momentos mágicos!
    hahahaha Quanta imaginação! Ri com a sua reação ao procurar o nariz!
    Obrigada por participar!! Ah, desculpe o comentário enooorme!!
    Bom fim de semana!! Beijus,

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    1. Luma, este primeiro contato a gente não esquece mesmo, não há como, pois nos marca de forma defintiva. Muito obrigado pelo comentário ;) Beijo.

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  13. Olá, Luciano!Que bom que a coletiva nos trouxe tantas participações ótimas! Adorei a sua!Também eu sou uma apaixonada pelos livros e bibliotecas! A minha paixão começou um pouco mais tarde, só aos 11 anos li o livro que me despertou, o Clube dos Bacanas, de Odete de Barros Mott, literatura infanto-juvenil. Depois nunca mais parei, nem consigo e não quero!Sou fã de biblioteca, frequentadora assídua e pelo que vejo, hoje em dia, por aqui tem aumentado o número de visitantes, principalmente crianças. Tenho uma filha que espero tenha esse mesmo vício!
    Foi bem relembrar estes tempos!
    Beijinhos, de Portugal

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    1. Oi Lina, é sempre muito bom visitar uma biblioteca e levar um bom livro pra casa. Quando tiver os meus pequenos também gostaria que fossem leitores como eu.

      Beijos.

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  14. Luciano, que história linda! E se eu te disser que sou bibliotecária. Sou. Os livros sempre fizeram parte da minha vida. Belo texto.

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    1. Virginia, eu também quaaase segui a profissão, rs. Abraços.

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  15. Bem que a Luma falou para vir conferir seu blog... identificação total com o amor pelo livro. Adorei a história. Parabéns.

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    1. Olá Geíza, seja bem vinda, ainda mais com uma indicação destas ;)

      Grande abraço.

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Oscar