4 de abril de 2012

Kimi ni Todoke – Que chegue a você Vol. 01 [Resenha #046]

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Sinopse: Sawako é cheia de boas intenções, mas muitos a confudem com um fantasma e acreditam que falar com ela dá azar! Kazehaya é o único na classe que a trata como uma pessoa normal, e ainda é o cara mais querido da escola. Será que esses dois têm algumas chance?

 

Kimi ni Todoke foi meu primeiro shoujo. Para quem não é ligado a mangás, shoujo é o demográfico referente a garotas jovens, meninas. Demográficos nunca guiaram minhas leituras de mangás, então para mim não foi nenhum problema ler uma história para meninas, mas a diferença se faz sentir desde o começo: o traço é mais leve, limpo, diria até mesmo romântico.

O mangá, escrito por Karuho Shiina e que já conta com mais de 13 volumes publicados no Japão, sendo atualmente o título shoujo mais vendido por lá, com tiragem média de 1 milhão de exemplares,  além de produtos derivados como animes, light novels, live action e afins, conta a história da jovem Sawako Kuronuma, uma menina tímida, triste e deslocada socialmente, que constantemente é vítima de bullying por ser diferente das demais garotas, por não ter o padrão  “x” de beleza: bastante magra, pálida e com longos cabelos negros, ela se parece com a personagem Sadako, do filme “O Chamado”, de modo que todos a chamam de Sadako, criando inclusive histórias que dizem que ela pode conversar com espíritos, e que algo de muito ruim pode acontecer com quem olhar por mais de três segundos para seus olhos.

Claro que, na realidade, não é nada disso. Sawako faz de tudo para agradar a todos, é meiga, gentil, dedicada e até mesmo tenta se esforçar para parecer animada – suas tentativas em dar “bons dias” de forma alegre e descontraída são hilárias, e em certo momento ela chega a se lamentar por não poder invocar espíritos e satisfazer as expectativas dos colegas – porém nada do que faz parece dar certo, e só contribui para piorar sua fama. Até que  Kazehaya, um garoto que é seu extremo oposto, alegre, sociável e, como ela mesma diz, “faz de tudo para ser agradável e acessível a todos”, inclusive com ela, decide dar uma ajuda.

E este é um ponto chave da trama: Kazehaya se esforça para fazer com que Sawako se sinta bem, e possa também interagir com os outros alunos, motivando-a a sempre a dar o melhor de si para que isso aconteça – apesar de que desde o começo Sawako nos diz que seu lema é fazer ao menos uma boa ação a cada dia. Esta união tem tudo para ser, pelo que pude perceber neste primeiro volume, o tema central da história: enquanto Sawako acredita que Kazehaya apenas está sendo gentil conversando com ela e ajudando-a, como faz com todos ao seu redor, é bem visível que ele sente algo a mais pela garota, que nada percebe.

E nem se pode julgá-la por deixar isso passar em branco: ninguém nunca se aproximara dela como Kazehaya fizera, e sentir-se querida é uma coisa tão nova que ela diz que nunca sentira nada tão bom em sua vida, e este sentimento só faz aumentar, como quando cada barreira é quebrada, quando mais uma de suas colegas de classe começa a conversar com ela (caso das impagáveis – e inseparáveis – Yano e Yoshida) e ela enfim começa a perceber que tudo pode ser completamente diferente; e seus colegas de classe, por sua vez, começam a enxergá-la – finalmente – como uma garota como todas as outras.

Espero, mesmo, que eles formem um par, mas um dos últimos diálogos deste primeiro volume indica que nem tudo será tão fácil para Sawako, e que, possivelmente, até mesmo alguns retrocessos ocorrerão.

No fim, mais que um simples mangá para garotas, Kimi ni Todoke nos ensina a lidar com as diferenças, e aceitar quem somos. Acredito que este será o maior desafio de Sawako: entender que ela não tem de se transformar para ser aceita e fazer parte do grupo – ela precisa se abrir, ser mais receptiva, mas não moldar-se na forma dos outros.

Quero ver como a autora desenvolverá este ponto.

 

Kimi ni Todoke – Que chegue a você Vol 01 (Kimi ni Todoke, 2006Tradução de Karen Hayashida) Karuho Shiina – 210 páginas, ISBN 7897653514571 01, Panini Comics

{C+}

14 comentários:

  1. Nunca ouvi falar desse mangá. Aliás, eu não leio mangás e não entendo nada... mas a sinopse pareceu meio clichê... talvez a história se desenvolva nos próximos volumes.

    Abraços

    Lu Tazinazzo
    http://aceitaumleite.blogspot.com.br

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    1. Lu, a história é a tão comum a mangás de vida escolar: a menina tímida, o carinha desinibido e popular, eles acabam se aproxmando, enfim, mas gostei da forma como a autora conduz tudo, é bonitinho.

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  2. Só tenho uma expressão: "Eu quero!" kkk

    Sou fã de shoujo, adoro!!! E esse realmente vai para a lista!!!

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    1. Rsrs, tenho certeza de que vai gostar. Pior que ele sumiu das bancas aqui na região, parou no número 4, tenho que ver no site da Panini em que volume ele está ;)

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  3. Quando era menor eu amava mangá mas a muito não leio um...
    Preciso voltar a lê-los... estou sentindo falta...
    Amei teu blog e estou seguindo =]

    Beijos,
    #Resenha falada.

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    1. Carol, eu estou ficando mais velho e gostando cada vez mais, rsrs. Vai entender ;) Beijo.

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  4. Lu, eu não li o mangá mais vi as duas temporadas do anime, e simplesmente Amoooooooooooo.Já te falei que também sou apaixonada por animes, neh?

    Beijos e uma Feliz Pascoa (✿◠‿◠)
    Luciana
    ♪♥ Apaixonada por Romances♥ ♪

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    1. Então, li o primeiro volume e assisti aos dois primeiros episódios da primeira temporada. Gostei bastante, é bem diferente do que costumeiramente leio, mas não causou em mim aquele choque de estranheza, então tá tudo bem ;) Eu sou mais para mangá que para anime, mas sempre que posso to assistindo, rs.

      Beijos e boa Páscoa.

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  5. Muito interessante você resenhar um mangá, Luciano!

    Nunca fui de colecionar mangás na adolescência, mas agora meu interesse por esse tipo de quadrinhos também está crescendo. Logo, logo vou publicar a resenha de uma graphic novel em mangá no Biblioluv, aguarde. E também é shoujo!

    Parabéns pelo texto! Só senti falta de fotos das páginas do mangá, já que a parte gráfica é essencial nesse tipo de publicação... Que tal mostrá-la nas resenhas dos próximos números?

    Até mais! ;]

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    1. Jéssica, realmente ficou faltando. Minha câmera está péssima, e meu note teima em não reconhecer o scanner, mas para as próxima resenhas de quadrinhos tenho que dar um jeito neste aspecto ;)

      Ah, e fico esperando sua resenha lá :D

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  6. Aqui em casa quem é viciado em Mangá é o meu filho. O que tem aqui de coleções e fora o que baixa direto para ler ocupa quase o quarto todo. Se já não sobra lugar para as coleções eu imagino se não baixasse pela Internet o que seria daquele quarto...

    Ele já foi morar sozinho e deixou quase tudo por aqui e agora vai casar e já disse leva contigo ou então vou vender as coleções para o sebo. Claro que o seu silêncio é por respeito.:(

    Depois de ler sua resenha e os posts da Pandora até já estou começando a gostar. Quem sabe arrisco a ler algum.

    Uffa escrevi demais.

    Beijos
    Irene

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    1. Irene, eu também gosto muito ;)e se fosse ele levava comigo, rsrs, não é fácil deixar o que se gosta pra trás. Hoje leio bem menos do que a pilha à espera de ser lida que tenho em casa merece, mas é sempre bom para fugir da rotina de vez em quando.

      Beijos.

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  7. Tem em algum site este livro traduzido para comprar?

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  8. Nossa ,amo esse anime , ja vi mais de 4 vezes as duas temporadas. O mangá n é mt diferente do anime , emocionante *--*
    Se bem que na minha cidade acabou rapido e desapareceu :´c o jeito é comprar pela internet, so tem os mais recentes , queria fazer a coleção D=

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Oscar