18 de agosto de 2014

Perdendo-Me, de Cora Carmack [Resenha #183]

Perdendo-Me - Texto


Sinopse: VIRGINDADE. Bliss Edwards vai se formar na faculdade e ainda tem a sua. Chateada por ser a única virgem da turma, ela decide que o único jeito de lidar com o problema é perdê-lo da maneira mais rápida e simples possível com uma noite de sexo casual. Tudo se complica quando, usando a mais esfarrapada das desculpas, ela abandona um cara charmosíssimo em sua própria cama. Como se isso não fosse suficientemente embaraçoso, Bliss chega à faculdade para a primeira aula do último semestre e... adivinhe quem ela encontra?


Perdendo-me tem uma capa bastante sugestiva: um casal trocando olhares apaixonados. Partindo da curiosidade e do fato de não ter lido nenhum livro dito New Adult – pelo menos não conscientemente – decidi me arriscar na leitura do livro completamente no escuro, e, também, por ele ser bastante curto, caberia perfeitamente no #Cacilda-A-Thon. Foi o que eu fiz. Li.

No livro conhecemos Bliss, uma moça de vinte e alguns anos, virgem, e que vê nisso um grande problema: nenhuma das suas amigas é virgem, e ela não quer terminar a faculdade sem tem experimentado os sabores do sexo. Mas, como não está namorando, ela acredita que uma noite de amor sem compromisso com um desconhecido é a receita perfeita para por fim à situação. Eu não vou questionar as motivações da moça, vou apenas aceitá-las e fazer o barco andar, caso contrário a resenha iria degringolar aqui e agora. Então vamos lá.

Aconselhada por sua amiga, Kelsey, que definitivamente não compartilha dos medos da amiga, ela decide ir até um bar. Lá ela é paquerada pelo barman, mas prefere uma situação mais imediata que não faça com que ela espere até a madrugada, quando ela acredita que o turno do rapaz terminaria, o que só a faria morrer de nervosismo. Até que numa ida ao banheiro ela encontra um cara sentado sozinho em uma mesa, lendo Shakespeare. Shakespeare em um bar.

Como ela faz teatro, sente-se impelida a fazer um comentário, e, quando observa melhor o sujeito que está lendo, percebe o quão bonito ele é. A conversa flui de uma maneira surpreendente, apesar de ela seguir insegura, e eles vão para o apartamento dela. É agora? Não! Ela perde o controle, e foge, deixando o cara sem entender nada. Se isso já não fosse embaraçoso o suficiente, ela descobre, em seu primeiro dia de aula, que ele é seu novo professor na faculdade.

Bliss não é uma moça tímida, ela está no último semestre do curso de teatro, é bem resolvida em diversos outros aspectos, mas quando se trata de sexo há um bloqueio. Em alguns momentos eu a achei imatura demais, e o comportamento dela faz parecer que sua auto-estima seja uma montanha russa: ora está lá embaixo – principalmente quando há conquista ou sedução envolvida – ora ela atrai para si a atenção ou a responsabilidade, como se a insegurança dela fosse bastante pontual. E é.

Outro ponto é o jogo de gato e rato que ela e Garrick – o bonitão que lê Shakespeare – enrola um pouco a situação. São muitas idas e vindas para o meu gosto, muita indecisão e muito romance quase adolescente, como se a autora forçasse situações que criassem alguma expectativa no leitor.

Claro que o livro não escapa dos inevitáveis clichés, como o padrão bad boy do mocinho, a ingenuidade da mocinha, o cara mau, a amiga popular, e o amigo que corre por fora. Dá para lidar com eles. Sim, pois ao final, a autora nos entrega um bom livro de estreia para quem gosta do gênero e quer uma leitura despreocupada. Não muda a vida de ninguém – na verdade livros nem sequer deveriam dizer se você está velho ou não para ser ou deixar de ser virgem – assim como nenhum livro do gênero faz, mas ele até que é bem escrito.

Não sei dizer ao certo, mas me parece que cada livro da série trás um casal diferente de personagens como protagonistas. Se aproveitado da maneira correta, isso pode dar um fôlego maior à ela, e todos eles serão publicados pela Novo Conceito, e se chamarão Fingindo e Encontrando-Me. Para quem ainda não leu nada de NA, taí uma boa pedida. Eu acho que vou ficar por aqui.

 

Perdendo-Me, de Cora Carmack (Losing It, 2013 Tradução de Ana Death Duarte, 2014) – 384 páginas, ISBN 9788581634036, Editora Novo Conceito.

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Minha leitura de “Perdendo-Me” fez parte da Maratona #Cacilda-A-Thon

5 comentários:

  1. Me pergunto se o New Adult é a forma bonita de descriminar os livros eróticos agora. Porque sério, de todas as sinopses do gênero que eu li, não vi a menor diferença. Acho que, se um livro é bem escrito, já vale a leitura, mas não sinto a necessidade de ler algo que não acrescentaria nada. Hoje mesmo já repenso algumas leituras desse ano e se vale a pena continuar "gastando" o espaço da minha estante, então não acho que essa série entraria nas minhas prioridades.

    Abraços!!

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  2. Eu fico olhando, e ocasionalmente também me pego lendo esses textos New Adult e me pergunto o que eles tem que um romance de banca não tem! Esse "Perdendo-me" é a cara de meus "Bianca" da década de 1990 e 2000 esculpido e encarnado, tem aquela pegada divertida e a heroína com altos e baixos e tudo e tal. Claro, a capa é mais rebuscada o texto deve ser melhor trabalhado também, mas com os mesmo clichês e o diferencial de que não existe nenhuma chance do dono do sebo me dar de graça ou por módicos dois reais...

    O New Adult podia tal como o chink link faz com o universo das mulheres que dão olá aos 30 e passar um pouco adiante em relação a sexualidade e deixar de fazer dela tabu. E eu me pergunto, será que para uma pessoa em vias de concluir o curso superior a vida sexual tem mesmo um peso tão central assim? Eu lembro bem que no primeiro e no segundo períodos da faculdade o romance até tinha vez, era importante e central (eu percebi que muitas meninas decidem como vão lidar com sua sexualidade durante os primeiros anos de faculdade), mas nos semestres finais tinha um tal de TCC e outro tal de mercado de trabalho que chamava muito mais a nossa atenção e fazia muita ficar em segundo plano até o povo que é de noitada deixou de ser.

    Enfim, eu gosto de romances de banca, amo um bom chink link e tenho uma pendenga com New Adult, prefiro as trilogias adolescentes a eles, as trilogias adolescentes ao menos me fazem ri de mim mesma e ajudam a entender minhas alunas adolescentes terríveis.

    Cheros, Luciano.

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  3. Eu fico vendo um monte de resenhas positivas... Porém eu não quis nem ler, inclusive já coloquei para sorteio.
    Aí quando vi a sua, não tão positiva... apenas verdadeira, mas pelo que li aqui você não curtiu. Portanto acho que fiz muito bem em não ler.
    Nossos gostos são um tanto parecidos e acho que não iria curtir mesmo.

    Adorei a resenha!!!

    Bjks

    Lelê - http://topensandoemler.blogspot.com.br/

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  4. Oi, Luciano!
    Ia fazer um comentário muito parecido com o da Pandora.
    Enquanto lia a sua resenha, me lembrei dos livrinhos de banca, muitos deles usando pseudônimos. Achei muito esquisito uma moça de vinte anos ainda ter a necessidade de satisfazer as vontades das amigas. Bem, a leitura é mesmo para adulto ou para pré-adolescentes?
    :)
    Beijus,

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  5. Eu ri com a sinopse kkkk, parece meio genérico não?
    Bom, gostei da resenha, pelo menos me animou a ler

    http://penelopeetelemaco.blogspot.com.br/

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