1 de dezembro de 2014

Maximun Ride – Projeto Angel: Fugitivos Livro 1, de James Patterson [Resenha #198]

Maximun Ride - Texto


Sinopse: Maximum Ride tem 14 anos. Ela e os seus amigos seriam crianças normais se não tivessem o dom de voar. Para algumas pessoas esse poder seria um sonho, mas, no caso da turma de Max, a vida se transformou em um pesadelo sem fim desde que a perseguição dos Apagadores começou. Seja em cima das árvores do Central Park, em uma jornada escaldante no deserto da Califórnia ou nas entranhas do metrô de Nova York, Max e sua nova família lutam para compreender por que eles são diferentes de todos os outros seres humanos. A maior dúvida é: eles vão salvar a humanidade ou ajudar a destruí-la? Impossível ficar indiferente a Max! Sarcástica, corajosa e meio impaciente, ela é a líder mais poderosa e forte que você já conheceu. Ao mesmo tempo em que luta para se proteger e salvar a vida dos seus amigos, Max tenta entender por que tudo tem que ser tão difícil e diferente para eles. Se você gosta de ação rápida, dinâmica, daquelas de tirar o fôlego, com vilões que você ama odiar... Este é o seu livro! Uma aventura fantástica e imprevisível, que emociona e desperta a imaginação.


Minha primeira experiência com Patterson não foi muito positiva. A série “Witch & Wizard” tinha alguns problemas na condução que acabaram me afastando, como os protagonistas infantilizados e a narrativa que queria ser mais do que realmente era. Parei no segundo livro, sem expectativas de retorno. Mas, quando li “Caçadores de Tesouros”, meio que me reconciliei com o autor. É um livro infanto-juvenil que me divertiu bastante durante a leitura, o que, por tabela, me animou a ler “Maximun Ride”.

Maximun Ride” é mais uma série do autor conhecido pelas dezenas de parcerias que fazem brotar livros do chão. Em um primeiro momento eu questiono esse sistema, me parece estritamente comercial, associando o nome de um autor figurão ao de um desconhecido, ancorado na fama e vendagem do primeiro e na expectativa de angariar novos leitores para o segundo. Mas se o livro é bom – como foi o “Caçadores de Tesouros” – até onde reclamar só faz de mim um tio chato?

Mas o caso é que “Maximum Ride” até aqui é um voo solo. Nos créditos não consta o nome de uma segunda pessoa, então a gente tem uma história como o Patterson gostaria de contar, e, caramba, como ela me surpreendeu!

Na série, conhecemos Max, uma garota de quatorze anos que tem de tomar conta de outras crianças, Fang e Iggy, que tem quase a mesma idade que ela; e Nudge, Gazzy e Angel, que são mais novos. Eles vivem sozinhos em uma grande casa em um lugar remoto dos Estados Unidos, para onde foram levados por Jeb, o único adulto que, durante toda a vida do grupo, os tratou como criança, e em quem confiam como a um pai. Mas há mais de dois anos Jeb desaparecera, e eles tem certeza de que está morto.

Mas Max e seus companheiros – que chamam a si mesmo de bando – não são crianças normais. Ele cresceram em uma instituição onde serviram de cobaias, e, entre outras coisas, tiveram seu DNA combinado com o de pássaros, o que fez com que desenvolvessem asas, e, claro, o dom de voar. O pesadelo terminara quando Jeb os tirara de lá, mas as pessoas que investiram tanto e correram tantos riscos para manterem o lugar sob segredo não os deixariam em paz. E eles querem respostas: de onde vieram, tiveram uma família, e o que são?

Gostei bastante do livro. Umas das coisas mais agradáveis em “Witch & Wizard” eram os capítulos curtos, e aqui eles estão de volta. A narrativa ganha um ritmo surpreendente quando se opta por utilizar capítulos com duas ou três páginas e ganchos que linkam uns aos outros. Como leitor isso me manteve preso, extremamente curioso por saber o que aconteceria em seguida.

E os personagens colaboram para isso. Max é extremamente cativante. Ela é uma menina com asas e um senso de dever enorme ao se ver responsável por mais cinco mutantes em fase de crescimento, se perguntando o tempo todo que tipo de vida terão. E não foge dessa responsabilidade por mais que em alguns momentos tenha de ligar o foda-se. Dos demais gostei bastante de Fang, que é mais calado, mas sempre pronto para agir; e Iggy, que tem uma percepção sensorial extremamente aguçada, dado o fato de que ficara cego após uma das experiências a que foi submetido – já os mais jovens cumprem bem o papel de “seja um pé-no-saco”.

O livro tem reviravoltas que sacodem o ritmo e dão uma animada nas coisas, mas, em certas passagens, os acontecimentos parecem providenciais demais, do tipo, “precisamos de uma pista”, e passa um carro com uma indicação clara deum endereço ou número de telefone. Fica um pouco forçado, mas dá para se viver com isso.

Como série – são oito livros! – a premissa funciona. Existem muitas questões a serem apuradas e mantive meu entusiasmo com o que lia até o final. Destaque para a edição, a capa é muito bonita, espero que se torne padrão para futuros lançamentos. E é muito bom que Patterson não traga mais ninguém para o time, sozinho como está ele se basta.

 


+do autor

Bruxos & Bruxas – Witch & Wizard Livro 1
O Dom – Witch & Wizard Livro 2
Caçadores de Tesouros


 

Maximum Ride - Projeto Angel: Fugitivos Livro 1, de James Patterson (Maximum Ride – The Angel Experiment, 2005 Tradução de Bárbara Menezes, 2014) – 384 páginas, ISBN 9788581635255, Editora Novo Conceito / #irado.

{B+}

4 comentários:

  1. Sempre digo que ele sozinho rende muito mais!!!

    Amei a resenha. Enquanto eu estava lendo, juro, eu fiquei aqui olhando na estante pra ver onde estava o meu pra pegar logo e colocar em cima de tudo, rsrs.

    Você influenciando minha fila aqui.

    Adorei e já vi que vou gostar do livro!

    Bjksssss

    Lelê - http://topensandoemler.blogspot.com.br/

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    1. Pois é, Lelê! Vou apostar nele em voos solos, se saiu muito melhor que quando acompanhado!

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  2. O primeiro livro do Patterson que li foi do Clube das Mulheres Contra o Crime. Na época, curti, mas hoje, pensando bem, não gosto muito. O mesmo aconteceu com Alex Cross. Li Escola, a série infantil do autor também e gostei, mas parei para pensar de novo e hoje acho que não curto o autor. O meu grande problema é: o quanto de seus livros ele escreve?

    Muitos dos romances policiais têm características do autor bem evidentes, mas em alguns projetos, sinto que ele só colocou o próprio nome, e isso me incomoda, por isso, decidi não ler mais nada do autor, pelo menos por enquanto.

    Abraços!

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    1. Então, acho que a imagem dele está muito vinculada à figura de "linha de montagem", ele publica muitos livros por ano e isso não é humano! Os livros podem até ser bons, mas fica lá no fundo uma sensação de picaretagem que não tem como desvincular.

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