Kings of Cool, de Don Winslow [Resenha #217]

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Sinopse: Em Selvagens, Don Winslow apresentou Ben e Chon, dois amigos de vinte e poucos anos que arriscam tudo para salvar O., a garota que amam. Um dos thrillers mais festejados nos últimos anos – que deu origem ao filme dirigido por Oliver Stone –, Selvagens foi eleito um dos melhores livros de 2010 por veículos como The New York Times, Entertainment Weekly, The Los Angeles Times e Chicago Sun-Times.

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“Minha missão é espalhar a literatura de Don Winslow pelo mundo”, diria eu, no Miss Universo.

Meu primeiro contato com Winslow foi arrebatador. Selvagens é um dos meus livros preferidos da vida e me fez colocar seu autor em um pedestal, ficando logo ao lado de gente muito grande e que admiro, como Bukowski e Palahniuk. O Inverno de Frankie Machine se mostrou tão genial quanto, mas ainda me restava uma vontade enorme de visitar Ben, Chon e O., – os protagonistas de “Selvagens” – mais uma vez, e não poderia ter sido mais prazeroso.

“Kings of Cool” se passa antes dos acontecimentos de “Selvagens”, então quem ficou preocupado com o final deste e torcia por uma reviravolta, não foi agora que isso aconteceu. Principalmente através das passagens com O., vamos tendo mais informações sobre como se conheceram e como entraram no ramo de tráfico de drogas, tornado-se os melhores fornecedores de Laguna Beach, com um produto elaborado e sem concorrentes, além de acompanhar, através de saltos no tempo, o desenvolvimento do tráfico de Laguna Beach em si, e da história pregressa de personagens importantes do primeiro livro.

O interessante aqui é que temos a chance de vermos se desenvolvendo algumas características que os fizeram tão marcantes em “Selvagens”, como o fato de Ben ser um filantropo pacifista, que acha que violência só gera violência; e, Chon (ficamos sabendo até mesmo a origem do apelido ;) um fuzileiro que acredita que só uma violência maior pode acabar com a violência; além dos conflitos pessoais de O. com Rupa (Rainha do Universo Passivo Agressivo), sua mãe; coisas que fazem deles personagens tão rápidos, afiados e precisos.

E, claro, de certo modo eles já são os personagens marcantes do primeiro livro, e isso é reforçado pela sensação de familiaridade que o texto de Winslow trás, não são necessárias grande introduções ou apresentações, uma vez que, se você curtiu o anterior, tudo está neste aqui: os personagens marcantes, os diálogos desconcertantes e a narrativa inconfundível do autor.

Só para se ter uma ideia, no começo do livro eles fazem uma brincadeira, onde O. indica mulheres na praia e Chon tem de dizer se pegaria ou não, com três negativas dele (strikes), O., está fora, como no baseball, até que ela conclui que o tipo preferido de mulher dele – bronzeada, magra, rosto meigo, grandes olhos castanhos, cílios longos – só pode ser o Bambi. Ainda, nas primeiras vinte páginas eles conjugam o verbo foder em diferentes tempos e pessoas, mas isso não soa feio ou forçado, é simplesmente o jeito Winslow de fazer literatura!, é até mesmo poético, é algo natural e que tem sua razão de ser ali - sensação que também tenho com os textos de Bukowski e Palahniuk.

O diferencial aqui é que, quando o problema surge, Chon está embarcando para mais uma missão no Afeganistão, então caberá a Ben resolvê-lo, e ele não tem um perfil mais apropriado para lidar com este tipo de situação…

Recomendo fortemente o livro – e todos os outros do autor! – mas aconselho a seguirem a cronologia de lançamento, já que o fator nostalgia é elevado as alturas adotando essa ordem. Então, se não leram “Selvagens”, leiam!, e depois deem uma chance para “Kings of Cool”.

Tudo o mais que eu falasse sobre Winslow seria uma rasgação de seda sem fim, então, novamente, leiam, vale muito a pena!

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+do autor

Selvagens
O Inverno de Frankie Machine

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Kings of Cool, de Don Winslow (Kings of Cool, 2012 –Tradução de Alexandre Raposo, 2013) 320 páginas, ISBN 9788580573329,  Editora Intrínseca.

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