Sinopse: Quando grande parte da população do Texas foi dizimada por um vírus, os seres humanos começaram a retornar da morte. Os Reboots eram mais fortes, mais rápidos e quase invencíveis. E esse foi o destino de Wren Connolly, conhecida como 178, a Reboot mais implacável da CRAH, a Corporação de Repovoamento e Avanço Humano. Como a mais forte, Wren pode escolher quem treinar, e sempre opta pelos Reboots de número mais alto, que têm maior potencial. No entanto, quando a nova leva de novatos chega à CRAH, um simples 22 chama sua atenção, e, a partir do momento que a convivência com o novato faz com que ela comece a questionar a própria vida, a realidade dos reinicializados começa a mudar.
Reboot caiu nas minhas mãos por acaso, mas veio com uma boa indicação e a promessa de ser apenas uma duologia e uma boa estreia da autora, Amy Tintera, no gênero. Resolvi ler, mas o começo foi um tanto complicado.
Quase desisti da leitura nas primeiras cinquenta páginas: a autora havia introduzido conceitos demais, dado informações que me deixava interessado e curioso mas não desenvolvia o tema, cortando o que dizia e inserindo um novo assunto. Assim, ela despertou minha curiosidade em saber quem eram os “reboots”, o que eles faziam, como morreram, por que aprisionavam humanos, e, isto é uma distopia?, mas me deixava sempre em suspenso.
Acho que a intenção era instigar o leitor, apresentando uma pequena amostra de tudo o que mostraria no livro, mas em mim teve um efeito contrário, pois, ao mostrar tanto sem dar detalhes sobre, me deixou um tanto desconfiado e desmotivado para continuar.
Mas continuei, e aí a autora me agradou.
No livro, uma epidemia dizimou grande parte da população, e o pior era que as vítimas desses vírus voltavam à vida – o que num primeiro momento foi visto como uma benção, uma segunda chance para aqueles que morreram, mas logo se percebeu que eles não eram os mesmos de antes – mais fortes, rápidos, e sem muitas lembranças humanas. São os chamados “reboot”, uma raça inteiramente nova.
Claro que a população se apavorou: o que fazer contra uma legião inteira de renascidos que podiam subjulgá-los facilmente se nada fosse feito rapidamente? Há uma guerra, os humanos vencem o reboots, e uma instituição é criada não só para mantê-los sob controle, mas também para reestruturar uma sociedade destruída e segregada entre ricos e pobres – os mais afetados pela epidemia – a CRAH, Corporação de Repovoamento e Avanço Humano.
Então, sim, isto é uma distopia. Uma das questões foi respondida.
Faltava ainda entender a atuação da CRAH e seu exército de reboots, porque prendiam humanos, e nas razões pelas quais os reboots não se revoltava, e assumiam o controle de tudo.
No livro conhecemos Wren 178, uma garota que havia reiniciado há cinco anos, e que era temida por todos com a simples menção de seu número: 178. Todo este terror se explica por os renascidos receberem, quando acordam após a morte, um número que indica quantos minutos levaram para “reiniciar”. Quanto menor este número, mas resquícios de humanidade persistiam no reboot, assim, quanto maior, mais implacáveis e reboots eles eram.
Wren é a que tem o número mais alto, assim como a melhor treinadora de reboots e a mais eficaz agente da CRAH. Ela se sente bem com o que faz, com a adrenalina das perseguições, do quanto os humanos pateticamente choram pedindo clemência ou param na esperança de conseguirem enfrentá-la em uma luta mano-a-mano.
Tudo corre perfeitamente bem até que uma nova leva de recrutas chega á CRAH, e nela está Callum 22. Seu número logo chama a atenção, é um dos mais baixos desde a epidemia, e todos sabem que ele não tem chances nenhuma em campo, nas missões das quais os reboots participam.
O que acontece é que, tendo ficado morto por apenas vinte e doi minutos antes de reiniciar, Calluam manteve muito da essência humana, ele tem um sorriso que não sai dos lábios, não entende o funcionamento ao qual os outros reiniciados se sujeitam, e incomoda especialmente Wren.
Agora, sério, Callum é muito chato, inconveniente, não sabe se comportar e mexe com Wren de diversas formas que contradiz todo o discurso da autora sobre o tempo que os reboots levam para reiniciar e a forma como acordam depois disso. Ok, ela se sente confusa com relação à ele, pelo comportamento dele, e decide treiná-lo, pode até ter algo mais se insinuando; e essa mudança de posicionamento dela é visto com ressalvas até mesmo pelos outros reboots.
No decorrer do livro vamos entendendo melhor a atuação da CRAH, o papel do reboots na sociedade e alguns acontecimentos movimentam bastante a narrativa: existem reboots insatisfeitos – ponto positivo pra autora a criação de uma atmosfera onde os humanos, temerosos de toda a superioridade dos reboots, agem com um misto de medo e violência para com eles – e é a partir daí que o livro cresce e se mostra efetivamente. Ainda com deslizes, mas muito melhor que no começo.
Reboot – Reboot #1, de Amy Tintera (Reboot 2013 – Tradução de Fabiana Colasanti, 2015 ) – 352 páginas, ISBN 9788501401090, Galera Record.
{ B }
Minha leitura de Reboot fez parte da minha participação no “Desafo de E-Books 2015”, criado pela Sora Seishin, do Meu Jardim de Livros. Saiba mais aqui.
Medo desse livro. Juro que tô com medinho de não curtir.
ResponderExcluirEu gosto de distopias, mas sei lá... Enfim, adorei a resenha, acho que vou ler só por causa da sua resenha. Mesmo com os pontos negativos e a chatice do moço, rsrs.
Quando eu ler eu te conto.
Bjkssssss
Lelê - http://topensandoemler.blogspot.com.br/
A proposta do livro me pareceu meio confusa e desconexa, talvez eu precisasse de uma leitura bem concentrada para conseguir formar uma opinião. A ideia é interessante, mas muito ousada, exige uma boa lapidada e experiência do autor conta muito nessas horas.
ResponderExcluirAbraços!