18 de abril de 2013

A Elite – The Selection Livro 2, de Kiera Cass [Resenha #122]

A Elite


Sinopse: A Seleção começou com 35 garotas. Agora restam apenas seis, e a competição para ganhar o coração do príncipe Maxon está acirrada como nunca. Só uma se casará com o príncipe Maxon e será coroada princesa de Illéa. Quanto mais America se aproxima da coroa, mais se sente confusa. Os momentos que passa com Maxon parecem um conto de fadas. Quando ela está com Maxon, é arrebatada por esse novo romance de tirar o fôlego, e não consegue se imaginar com mais ninguém. Mas sempre que vê seu ex-namorado Aspen no palácio, trabalhando como guarda e se esforçando para protegê-la, ela sente que é nele que está o seu conforto, dominada pelas memórias da vida que eles planejavam ter juntos.

America precisa de mais tempo. Mas, enquanto ela está às voltas com o seu futuro, perdida em sua indecisão, o resto da Elite sabe exatamente o que quer — e ela está prestes a perder sua chance de escolher. E justo quando America tem certeza de que fez sua escolha, uma perda devastadora faz com que suas dúvidas retornem. E enquanto ela está se esforçando para decidir seu futuro, rebeldes violentos, determinados a derrubar a monarquia, estão se fortalecendo — e seus planos podem destruir as chances de qualquer final feliz.


Depois de ter ficado satisfeito com os rumos que a autora, Kiera Cass, deu para “A Seleção”, comecei a leitura de “O Príncipe”, conto disponibilizado pela Seguinte onde conhecemos o que Maxon, o Príncipe, pensa a respeito da seleção, e terminei a leitura tirando duas conclusões:

Um: o Rei é o cara sacana que eu já imaginava, tirano, só pensa em política e política e acordos e política. Claro, ele é um rei, mas seria bem mais agradável se fosse um rei genuinamente gentil, como Theoden, de Rohan.  Não custaria nada. Nem posso descrever o quanto me senti satisfeito por não ter sido ludibriado por ele.

E, dois: Maxon é um cara legal, ou ao menos decente, mas não tenho certeza se pensei isso dele na resenha de "A Seleção" - acho que não! Ele também sofre com o peso da escolha, a obrigação de ter um país para governar futuramente, e acredito que, no fundo, ele tenha puxado o temperamento de sua mãe, que, me parece até aqui, bondosa, e não infectada com a falsa simpatia do rei – acho que para ela cabe  adjetivo “resignada” com sua posição.

Assim, comecei a ler “A Elite” acreditando já saber até onde ia a “gentileza real” e torcendo para America – agora pertencente a “elite”, ou seja, uma dentre as seis moças finalistas da seleção – ficar com Maxon e dar um jeito de deixar Aspen pra lá.

Mas não é assim tão simples. O relacionamento America-Maxon-Aspen lembra a “Quadrilha”, do Drummond:

America ora quer Maxon, ora não.
America ora quer Aspen, ora não.
Maxon ora quer America, ora não.
Aspen sempre quer America – mas já a chutou antes!

E a razão de tudo isso é o quanto America é volúvel e indecisa sobre seus sentimentos. Eu até tentei dar um desconto por ela ser ainda adolescente, vinda de uma casta inferior que se depara com chances reais de se tornar uma princesa, mesmo que logo perceba até onde vão as obrigações do cargo e o quanto terá que abdicar de sua humanidade para levá-las a cabo. Ela mesma diz em certa passagem que não consegue se decidir, quando está com um o ama mais que ao outro, e vice-versa.

Porém, se no primeiro livro o romance se sobressaía à distopia, aqui a coisa muda e, mesmo ainda tendo muitas partes românticas, o clima distópico se faz mais presente que no livro anterior, e um pouco da atmosfera de encantamento que envolve o castelo e seus personagens principais se desfaz, e America em primeira mão percebe que nada é o que aparenta.

Uma das mais importantes revelações é feita quando Maxon permite que ela leia um diário escrito por Gregory Illéa, fundador do país, tido como um herói. Nele ela pode vislumbrar como se formou o país e o que foi preciso que ele fizesse para se ver no poder. Para quem já suspeitava da injustiça que é um sistema baseado em castas, aqui temos a resposta, para o bem ou para o mal, e o mais surpreendente é que América tenta fazer algo com isso, mesmo que ingenuamente, conseguindo um inimigo de peso.

Este diário, ainda, nos dá uma resposta sobre a legitimidade da ação dos rebeldes – e aqui é necessária uma observação: quando digo “legitimidade”, o digo no universo do livro e apenas nele – ao que parece, a ação rebelde ainda será de suma importância na história, através do diário temos um claro vislumbre de suas motivações, ao menos dos rebeldes sulistas, que são mais pacíficos e roubam livros, pois penso que há algo mais nas ações violentas dos nortistas.

Mas ainda há uma boa parcela de romance no livro, e é ela, no fim, que dá o tom da narrativa. Graças à indecisão de America, Maxon consegue enxergar as outras participantes, o que coloca em risco seu posto de preferida. No fundo minha torcida é a de que América se decida logo. Apesar de Aspen ser seu primeiro amor, com tudo que ela já viu enquanto está na seleção, já deveria ter percebido o quanto as coisas em seu país estão erradas e que ela só pode fazer algo se for a princesa e, um dia, a Rainha.

Bom, é complicado se resenhar o segundo livro de uma trilogia sem entregar muita coisa, então acho melhor parar por aqui. Tenho que dizer que o problema que tive com a “continuidade” do livro “A Seleção” melhorou e já não me incomoda mais. Não sei ao certo se a autora o corrigiu ou se me acostumei com o texto; mas, de qualquer forma, foi resolvido, me pareceu bem mais fluído e menos quebrado.

Meu interesse na série continua alto, e não posso deixar de me perguntar o que será que acontecerá com America.

Assim, espero que não demore muito para que tenhamos em mãos o desfecho da trilogia. Se a autora seguir uma tendência, as coisas tendem a ficar piores, com as relações esfriando na simpatia e pegando fogo na aversão, com os rebeldes cada vez mais presentes  - pois desde o primeiro livro anunciam que “estão chegando” – e Maxon cada vez mais perto de ter de se decidir.

 


A Elite já se encontra em pré-venda na Saraiva, na Cultura e no Submarino.
O lançamento será no dia 23.


 

A Elite, de Kiera Cass (The Selection 2 Tradução de Cristian Clemente, 2013).  360 páginas, ISBN 9788565765121  Editora Seguinte. [Comprar no Submarino]

{ A }

12 comentários:

  1. Luciano
    Encantada com essa série e com a chegada da A Elite tenho iniciar essa leitura. O livro A seleção está em destaque na minha estante e todo dia dou bom dia para ele rs. Já baixei O Príncipe para o meu tablet. Preciso conhecer de perto America , Maxon e Aspen. Pelo que conta existe uma insegurança quanto aos seus sentimentos.
    Pela avaliação A Elite já ganhou mais uns pontinhos em relação A Seleção.
    Excelente resenha!

    Depois de um tempo ausente desse ponto de encontro fico feliz em saber sua opinião.

    Beijos

    Saleta de Leitura

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    1. Irene, o bom de se começar a ler a serie agora é que você não tem de esperar pelo segundo volume, pode ler num s[o fôlego, e vale a pena. Tenho gostado muito.

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  2. No meio da resenha tive um ataque de riso pensando: "America e geminiana!" Sim, ela tem todas as características e eu me identifiquei com ela kkkk... Ter 18 anos, ser geminiana e ter mais de um pretendente deve ser dureza... kkk...

    Pelo o que você colocou aqui, me parece que a Kiera Cass também tem dialogado de alguma forma com a história da Abolição da escravidão dos EUA, essa coisa de oposição Norte/Sul é bem a cara desse periodo quando os EUA ainda eram um pouco mais ou menos que 13 colônias.

    Enfim, os leitores da Kiera tem me seduzido para a leitura de seu livro... E sim, essa coisa de resenhar trilogia é tenso, quando chega no livro 2 você começa a se perguntar "como falar disso sem tocar naquilo?", mas você se saiu bem, como sempre.

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    1. Hahahaha! Acho que o problema maior seria a quantidade de pretendentes, rsrs.

      Então, ela, a autora, vem retratado a questão dos conflitos mas ainda não nos deu um panorama completo: eles querem isso ou aquilo; acredito que isto será apurado no terceiro livro.

      E sim, é complicado não soltar um spoiler - acho que não fiz, ao menos não soltei nenhum monstruoso.

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    2. Ah, eu voltei a essa resenha porque terminei de ler "A Elite" - li em dois dias acredita?- se ninguém tivesse me chamado teria lido em 1. Gostei da Kierinha, e agora tenho certeza absoluta: "A América é geminiana!" kkk ela tem todas as características e eu compreendo ela tão bem, 17 anos e dois pregos como o Aspen e o Maxon grudados no seu pé é terrível... Só de pensar eu não sei se choro ou morro de ri, me identifico muito com a adolescente America...

      Mas vou te contar não consigo ser fã nem do Aspen e nem do Maxon, eles são mais um empecilho na vida da América do que algo que a impulsione, se eu fosse a America daria um chute nos dois, me juntava aos rebeldes e fazia uma revolução. Mas a América tem fogo demais para fazer isso, já percebesse que ela não perde a chance de um amasso seja no príncipe ou no soldado? É muito fogo Jesus!!!

      Ah, a construção da distopia feita pela Kiera foi de péssima para pior, ela é muito ingenua em relação a tudo que sai do contexto dramas amorosos da America e você tem razão quando diz que os rebeldes não foram aproveitados.

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  3. Eu ainda preciso ler A Seleção, então posso entrar em detalhes nem ler toda a resenha. Li só os comentários genéricos. Quando começa a falar de detalhes do livro eu pulei....rs
    Preciso do primeiro livro logo.

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  4. Oi Luciano!
    Tive praticamente a mesma opinião que você durante o livro. Eu me irritei DEMAIS com essa indecisão da America, e, assim como você, entendo que que ela tem as limitações de ter um amor antigo próximo, ser adolescente, ser de uma casta inferior... Mas mesmo assim, precisa desse drama todo? :/
    O livro poderia ter sido bem melhor se essa parte da indecisão fosse um pouquinho menos focada e focassem ainda mais nos rebeldes, daria MUITO mais ação e tornaria o livro bem melhor.
    Mas, fora isso, pelo menos descobrimos o "lado humano" do Maxon e vimos que ele não é tão perfeito quanto parecia, mas isso só fez com que eu gostasse mais dele.
    Estou MUITO curiosa pra ver como a Kiera vai terminar essa trilogia. Só espero que ela não condense TANTAS coisas no terceiro e que ela não se perca. Veremos.

    Um beijo,
    Luara - Estante Vertical

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    1. Luara, pois é, uma America mais firme seria um bálsamo, rsrsrs. Agora acho que a Kiera tem um mundo sobre os ombros, estou muito ansioso com o modo como ela vai desenvolver o volume final sem deixar nada solto.

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  5. Lu, uma coisa que eu percebo em algumas séries é que o ritmo das sequências costuma ser melhor do que o do primeiro livro porque os livros seguintes não precisam ser tão introdutórios e podem se focar mais na história e no desenvolvimento dos elementos da narrativa, talvez seja esse um dos fatores que deram uma amenizada na sua leitura. Ainda assim, não tenho interesse nessa série, eu passaria facilmente =/

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    1. Lu, concordo, a necessidade de se introduzir um mundo/personagens/enredo faz os primeiros volumes, geralmente, serem mais atravancados, com o sseguintes melhores desenvolvidos.

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  6. Eu discordo desta resenha e também discordo que os primeiros livros por serem introdutórios são piores. Achei que a autora se perdeu na continuação e que a parte política ficou muito pouco desenvolvida. Esperava bem mais dessa continuação, sem falar que esse triângulo amoroso dá nos nervos (como diria dr chapatin: "isso me dá coisas!")

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