9 de agosto de 2013

Os 10 Maiores Nomes da Literatura

10a

Adoro listas: são difíceis de compilar, invariavelmente algo muito importante fica de fora e te dá um arrependimento e remorso monstros, e, sempre, geram uma boa discussão, que, algumas vezes – e com alguma sorte – beiram à polêmica. Com a minha lista eu não quero polemizar, lembro que se trata do meu gosto pessoal, e respeito princípio que diz que aquilo que é bom para mim pode não ser para você, assim como me reservo o direito de torcer o nariz para aquilo que você gota e eu não.

Este é um mundo injusto, é o meio dele fica no umbigo de cada um.

A ideia da lista partiu deste post da Lu Tazinazzo, no aceita um Leite? há quase um mês atrás. Desde lá venho tentando elaborar a minha lista, e o resultado é o que se vê abaixo.

 

10Carlos Drummond de Andrade

Não sou muito fã de poesia, mas Drummond entra na lista com mérito, e não por “José”, seu poema mais conhecido, mais sim pelo “Morte do Leiteiro”.

 

9 Fernando Sabino

Com O Grande Mentecapto, Fernando Sabino me fez gargalhar – e, também, chorar. Um sujeito sem muito juízo, que parte em uma jornada por Minas Gerais, passando pelo exército e chegando até a liderar uma revolta de prostitutas. Nunca me diverti tanto lendo um livro, fascinado com as situações que Sabino criou para Viramundo, seu protagonista.

 

8 Charles Bukowski

Bukowski sabe, como poucos, rir das adversidades e ainda falar obscenidades no meio do caminho. Com um texto que o aproxima do leitor, é difícil se acompanhar seus livros alheio ao que se passa, e sem sorrir em concordância com as diversas considerações que suas personagens soltam em meio à seus enredos inusitados.

 

7W. Somerset Maugham

Maugham é um mestre em narrar o cotidiano e prender nele o leitor. Se não gostei muito de “Servidão Humana”, me rendi totalmente ao “O Fio da Navalha”. A história do jovem que retorna da Primeira Guerra Mundial sem conseguir se adaptar novamente à rotina diária e aos ditames da sociedade, e que parte pelo mundo em busca de autoconhecimento e redenção é relatada pelo autor de forma tão sublime que é impossível não admirá-lo por isso.

 

6José Lins do Rego

Entra na lista por ter sido o autor que me fez gostar de literatura nacional. “Riacho Doce” e “Menino de Engenho” me abriram os olhos para a literatura criada em nosso país, mas foi com “Fogo Morto” que ele me conquistou de vez. Com personagens marcantes, uma ambientação impecável, e uma narrativa que nos envolve do começo ao fim das três novelas que formam o livro, José Lins produziu obras que descrevem o sujeito brasileiro de uma forma ímpar.

 

5Júlio Verne

Está pra nascer autor com uma imaginação mais fértil. As viagens que Verne narrava – e nos fazia sentir presentes a cada momento – eram épicas, abrangendo desde uma volta à Terra em oitenta dias até uma viagem à Lua, não sem cruzar todo o Continente africano à bordo de um balão. A quantidade de tecnologias que, de uma forma ou de outra, intuiu para o uso humano e que só se tornaram realidades várias décadas depois é assustadora. A qualidade de sua narrativa também.

 

4Agatha Christie

Foi minha companheira de adolescência, me ensinou o que era terror psicológico, e surgiu como uma extensão natural às tramas de Marcos Rey que devorava quando mais novo, na saudosa Vaga-Lume. Seus livros até hoje ditam o modus operandi do romance policial – baseado em vítima-criminoso-investigador pairando ao redor de uma figura maior, o crime. Não à toa é reconhecida como a Rainha do Crime.

 

3Ray Bradbury

Comecei lendo Bradbury por aquele que é seu livro mais conhecido: “Fahrenheit 451”. A fábula dos bombeiros que queimam livros em um futuro opressor, que trás o emocionante embate entre Montag e Faber – coincidentemente, segundo o autor, famosas marcas de papel e lápis, que nos leva a pensar na pergunta de quem venceria, que sempre nos faziam nas aulas de ciências. Como se não bastasse, em seu “As Crônicas Marcianas” ele narra a conquista do planeta vermelho pelo homem e se sai, em um de seus episódios, a descoberta de uma cidade que emula a vizinhança onde viveram os conquistadores quando crianças, com suas famílias, que, inclusive, também estavam representados lá. A moral desta história, como narrada por Bradbury, é coisa fina, e faz, ela só, valer todo o livro.

 

2J.R.R. Tolkien

Tolkien é pai da gigantesca, intrincada e mil vezes adorada “Terra Média”. O cuidado de se criar um mundo repleto de lendas, seres fantásticos e uma mitologia e línguas próprias fazem com que se mantenha vivo o interesse por sua obra até os dias de hoje – e que, do outro lado da moeda, faz a maioria das obras de fantasia de autores estreantes parecerem ingênuas: um sujeito, hoje, batiza o personagem principal de seu livro com um nome estranho e diz que tem em mãos uma fantasia. Li a Trilogia do Anel duas vezes e não me arrependo. Ainda me arriscarei uma terceira jornada. Mas, é preciso dizer, Tolkien não se restringe aos hobbits: “Mestre Gil de Ham”, livro ambientado fora da Terra Média e protagonizado por um humano herói por acidente também proporciona excelente leitura.

 

1Maksim Górki

Fala da sua Rússia, em prosa, com um tom poético que me fascina. Eu não sei a razão de ser tão suscetível ao texto de Gorki. Claro que ele é bem trabalhado, mas a forma como me conquista e me preenche é algo fora do comum. O amor que sente pela pártria e tao incondicional e perceptível em sua trlogia autobiográfica – da qual faz parte “Ganhando Meu Pão” – que pode ser notada mesmo nos momentos em que a crítica. Já o fiz uma centena de vezes, então faço mais uma: leiam!

 

É isso. Concordou? Discordou? Me conta aí nos comentários.

6 comentários:

  1. Não existe forma, meio e circunstancia de ver o nome Górki e não lembrar de você!!! #FatoComprovado

    Eu também adoro listas e fiquei com os dedinhos coçando para correr e fazer a minha, afinal está aqui quem não rejeita uma boa polêmica...

    Alias, muito triste uma lista dos 10+ sem os meus amores Machado de Assis e Fernando Pessoa (o geminiano mais incrível de todos os tempos); a americana mais querida de todas as queridas Anne Tyler... e Jane Austen e chatinhas mais amadas do multiverso conhecidas popularmente como As Bronte??? Como pode??? Não pode!!! Tenho que fazer a minha lista!!!

    ResponderExcluir
  2. Eu também adoro listas!!! Concordo contigo, todos são grandes na sua lista (só não li nada do Maugham)... mas, numa lista minha, acho que só iria entrar o Drummond!!!

    =)

    Taí uma lista divertida pra gente pensar. Acho que vou fazer a minha. Beijo!

    ResponderExcluir
  3. Oi, Luciano!!
    Costumo ver as listas sem olhar para fora e só o faço quando surge a contradição. Não vou discordar de você, porque todos os autores são bons. Se esqueceu de um ou outro, teria que tirar outro da lista, mas não é bom pensar na enormidade de escritores bons que poderia configurar. Seria uma lista de mil? Essa sim seria difícil de fazer. Ou então, um outro título de lista "10 autores preferidos". Aí não entraria Carlos Drummond de Andrade, pelo jeito!! (rs*). Existe um espaço grande entre os autores que consideramos bons e aqueles que realmente gostamos de ler.
    Bom fim de semana!!
    Beijus,

    ResponderExcluir
  4. Essas listas... Hehe.. Se eu fizesse uma levando em conta meu gosto, colocaria o Ray Bradbury, porque é um dos meus escritores prediletos... Eu vejo, em várias listas que consideram somente a importância do escritor, uma injustiça: a falta do nome de Charles Dickens. Não somente considerado o maior romancista em língua inglesa de todos os tempos, também é Dickens um dos que mais venderam livros e que tiveram mais adaptações para cinema, televisão, gibi, etc. Ele encabeçaria minha lista, não somente porque li uns sete livros dele e adorei todos, mas também porque é um dos mais consagrados de todos os tempos, mas listas são pessoais..

    :D

    ResponderExcluir
  5. Que vergonha de ter lido só três nomes da sua lista! Também adoro fazê-las, embora, como você mesmo apontou, não sejam fáceis. Tentei pensar em um nome sequer para esse tema, mas como é difícil...

    ResponderExcluir
  6. Aaaah que legal que você fez sua lista!!! Quando elaborei a minha, levei mais em consideração a influência e alcance dos autores, e não exatamente minhas preferências - senão seria mais do mesmo, Neil Gaiman, Cornwell, etc hehehehehe.

    Mas gostei muito da sua abordagem, e achei seus argumentos muito justos. Eu juro que ainda me arrisco nos autores russos, só tive a oportunidade ainda. A Rússia desperta muito minha curiosidade - é um país com tantas facetas, só poder ser polêmico e interessante.

    Abração!

    ResponderExcluir

Olá, seu comentário é muito importante para nós.

Nenhum comentário aqui publicado sofre qualquer tipo de edição e/ou manipulação, porém o autor do blog se reserva o direito de excluir todo e qualquer comentário que apresente temática ofensiva, palavras de baixo calão, e qualquer tipo de preconceito e/ou discriminação racial, estando assim em desconformidade com nossa Política de Privacidade.

Oscar