25 de agosto de 2014

Caçadores de Tesouros, de James Patterson & Chris Grabenstein [Resenha #185]

Caçadores de Tesouros - Texto


Sinopse: CAÇAR TESOUROS? ENFRENTAR PIRATAS? MOLEZA! ESSA TURMA É RADICAL! Os pais de Bick Kidd são caçadores de tesouros mundialmente famosos, que desapareceram misteriosamente. Agora, Bick e os seus irmãos Beck,Tommy e Tempestade precisam cumprir a última grande missão de seu pai e sua mãe. Mas a vida dos garotos corre perigo agora que eles estão sozinhos no meio do oceano. Junte-se a esta aventura, na mais perigosa e divertida caçada da sua vida!


Tive meus problemas com a série Witch & Wizard, do James Patterson, escrita sempre com um parceiro. No primeiro livro, apesar de ter identificado alguns problemas, acreditei que no segundo volume – e escrevendo com um autor diferente daquela vez – esses problemas fossem em parte sanados. As coisas melhoraram em alguns aspectos, mas ainda ficou à desejar, o que me fez pensar que ainda não havia encontrado o Patterson em um terreno onde ele se apresentasse “tão grande quanto sua fama”. Daí veio o “Caçadores de Tesouros”.

Caçadores de Tesouros é o primeiro livro de uma série infantojuvenil que trás a grife do autor associada à um parceiro, narrando as aventuras de quatro irmãos, filhos de famosos caçadores de tesouros, que tem de se virar sozinhos quando sua mãe desaparece em Chipre e seu pai é aparentemente tragado pelo mar durante uma grande tormenta. Sem opção, decidem fazer o que sempre viram seus pais fazendo, continuar caçando tesouros, o que, inclusive, custearia as buscas pelos dois.

Os irmãos são Tommy, o mais velho, que passa mais tempo cuidando de seu corpo que fazendo qualquer outra coisa, mas que assume bem a função de filho mais velho quando tem de fazê-lo após o desaparecimento do pai – e mesmo sendo um pouco lerdo –; Tempestade, a segunda filha, do tipo nerd que tem uma memória fotográfica e é capaz de decorar todo o livro de Direito Marítimo mas que tem uma série de complexos por ser gordinha e não ajudar a família na hora que o serviço pesado tem de ser feito, como mergulhos e recuperação de artefatos; e os gêmeos, Bick, o menino, que é quem narra o livro, e Beck, a menina, que é quem o ilustra.

Apesar de não acreditarem que os pais morreram – estão em um tipo de negação, onde mesmo quando aceitam o fato é com uma raiva e frustração que demonstra que não levam aquilo totalmente à sério, é mais como uma válvula de escape – eles ficam em dúvida e discordam entre si acerca de qual o próximo passo que devem dar. Procurar pela mãe, ou pelo pai? Ou seguir com a última missão? Como tempestade afirma que eles tem perto de nada nas contas bancárias, decidem seguir com a missão, talvez recebessem alguma coisa por ela.

Em uma série sobre piratas, é claro que tem de ter uma passagem pelo Caribe e personagens estereotipados. Geralmente falo contra personagens que já vem formatados para você amar ou odiar, mas aqui eu gostei! Eles tem todo o exagero que se espera de piratas, como tatuagens, brincos e roupas estilosamente esfarrapadas, além do linguajar único, e, o melhor de tudo, combinam incrivelmente com a atmosfera do livro.

A narrativa do livro é muito fluída, não há dificuldade alguma em se acompanhar o texto, e o mais interessante é que, como é narrado por Bick, ele tem o tom que um garoto daria se fosse uma história contada verbalmente. A agilidade que isso trás ao texto é enorme, sem falar nas inúmeras ilustrações – não cheguei a contar, mas não é exagero dizer que existem uma ilustração a cada duas páginas – que dão um toque a mais ao livro, em especial quando os gêmeos conversam entre si usando-se delas e do texto.

Gostei. Ainda não é o Patterson que eu espero ver, mas ao menos é uma prova de que posso me divertir com ele. Acho que a tradução pecou em alguns pontos na localização, como quando faz do time sempre citado pelos garotos como sendo o Palmeiras – sério? achava que era quase um padrão que, em se falando de times do Brasil, sempre se citasse o Corinthians ou o Flamengo – mas é algo pontual. A edição em si segue o padrão #irado: trabalho impecável e capa-dura*. No geral, para quem gosta de um bom infantojuvenil, ágil e engraçado, essa é uma leitura obrigatória.

 

Caçadores de Tesouros, de James Patterson, Chris Grabenstein e Mark Shulman, com ilustrações de Juliana Neufeld (Treasure Hunters, 2013 Tradução de Luciana Garcia, 2014) – 384 páginas, ISBN 9788581634135, Editora Novo Conceito, #irado. [Comprar no Submarino]

{B+}

 

*Apesar de também ter sido lançada pelo selo #irado, o Boneca de Ossos é paperback.

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Minha leitura de “Caçadores de Tesouros” fez parte da Maratona #Cacilda-A-Thon

6 comentários:

  1. Meus olhos não brilham pelo James, acho até que rola uma antipatia não justificada! #ProntoConfessei Mas, confesso, sou louca por histórias infantis, bem contadas que não desprezam a inteligencia infantil e as vezes uma delas casa bem quando se eu desejo da uma quebra violenta nos meus costumes literários sabe?!?!?

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    1. Também tenho lá minhas desconfianças, mas desse eu até que gostei bastante. É uma boa leitura!

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  2. Oi, Luciano!
    Não li nenhum dos livros e minha sobrinha leu o primeiro volume. liguei para ela para saber o que achou e ela não disse muito! Disse que gostou dos gêmeos e que as ilustrações são bastante divertidas. Crianças!
    Boa semana!!
    Beijus,

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    1. As ilustrações são muito bem feitas, e casam bem com o texto ;) eu gostei, rsrs!

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  3. Eu dedico o sucesso de James Patterson à sua infinidade de lançamentos por ano. A primeira impressão de sua obra (pelo menos nos livros de suspense que eu li) é boa, e enquanto você deveria estar ruminando o livro e os detalhes, ele já lança outra coisa e você meio que esquece. Quando eu parei pra pensar na obra dele de verdade, percebei pontas soltas, clichês e erros quase grotescos. Sinto que James Patterson me enganou direitinho, hoje é quase uma promessa pessoal evitar ao máximo lhe dar qualquer mídia ou dinheiro. Não posso afirmar ou provar nada, mas a minha impressão é que ele não é um autor totalmente honesto. Mas aí vai de cada um né?

    Abraços!!!

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    1. Hahaha! Ele sabe como capitalizar seu nome, isso é verdade, assim como ele tem uma obra extremamente comercial. Mas[e aquela coisa, vale pelo momento.

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