6 de março de 2013

10 Autores de quem eu leria qualquer coisa

autores

Vi esta lista no Distopicamente, da Isabel e decidi responder. Gosto muito de listas, elas dão trabalho para formatar, e, terminadas, não nos satisfazem por completo, sempre alguém ou algo importante fica de fora. Para listar apenas dez autores de quem leria qualquer coisa, tive os mesmos problemas de sempre e, para não me comprometer com uma missão quase impossível, optei por ordená-los alfabeticamente. É melhor assim. São eles:

Agatha Christie

Meu caso de amor com a Rainha do Crime vem desde às primeiras páginas de “Sócios no Crime”, primeiro livro dela que li, e o auge foi com “O Caso dos Dez Negrinhos”, obra prima da autora que para mim atingiu ali a perfeição. Nem mesmo o estranho “Passageiro para Frankfurt” diminui meu entusiasmo com os livros dela, que tem a seu dispor um time de personagens icônicos pra ninguém botar defeito.

Anne Tyler

A bonitinha da Tyler me surpreendeu com seu “O Começo do Adeus”. Autores que contam uma vida como todas as vidas são, sem personagens com poderes especiais, monstros e afins, tem de ter um domínio e talentos incríveis para prender o leitor. E é isso que Tyler fez em seu livro, nos tornando cúmplices da dor de Aaron. Certamente quero ler algo mais dela.

Charles Bukowski

O Velho Safado. Sai resenha de “Pulp”, último livro escrito por ele antes de morrer, na sexta-feira. No sábado completa-se dezenove anos da morte do autor. Com grande influência autobiográfica, seus textos nos mostram pessoas como elas são na “vida real”, de carne e osso, e nem por isso menos apaixonantes. Ah, ele tem a boca suja, mas isto de forma alguma deixa seu texto com uma qualidade menor.

Gorki

Vocês já devem estar de saco cheio de me ouvirem falando e indicando Gorki. Eu sei. Mas o texto do autor é lindo, e o livro “Ganhando Meu Pão” mexeu comigo com sua narrativa que, mesmo enquanto triste, é uma canção de amor pela Rússia na qual viveu o autor. Recentemente li um conto dele no Kobo, o “Vendetta”, gostei mais ou menos, foi escrito enquanto o autor vivia na Itália, senti muita falta da Rússia gelada e hostil de seus livros.

Haruki Murakami

Com o mérito de me ter feito concluir a leitura de um romance de formação e, principalmente, gostar muito do que li, Murakami entrou no rol de meus autores preferidos e agora anseio por poder ler algo mais dele. Em “Norwegian Wood”, Murakami cria uma rede viva de memórias de Toru, e nos sentimos, como leitores, estranhamente próximos, como se tudo o que ali estivesse descrito nos dissesse respeito.

João Ricardo Pedro

O gênio por trás de “O Teu Rosto Será o Último”, vencedor do Prêmio LeYa 2011. Contando a história da família Mendes, nos apresenta a Duarte, um personagem de uma riqueza impressionante, assim como o são a estrutura narrativa do autor e a estória que se propõe a contar. Até aqui é o melhor do ano.

José Lins do Rego

Na adolescência eu detestava livros nacionais e corria deles como corria das aulas de educação física, no típico preconceito idiota que a gente não sabe de onde vem. Li por obrigação, na aula de Língua Portuguesa, “Menino de Engenho”, e não consegui aproveitar nada. Anos depois, meu irmão me recomendou “Riacho Doce”. Sem a obrigação de ler, resumir e apresentar seminário, o livro me ganhou, me mostrou um autor de valor e que me cativava como os estrangeiros faziam. Logo depois parti para a leitura de “Fogo Morto”, e, ali, José Lins me ganhou de vez. Um dos melhores livros que já li, me trás uma sensação boa só de me lembrar dele.

Júlio Verne

Grande amigo do começo da adolescência. Passei muito tempo com ele, devorando “Cinco Semanas Num Balão”, “A Volta ao Mundo em Oitenta Dias”, “Viagem ao Centro da Terra”, “Vinte Mil Léguas Submarinas”, e, tempos depois, “Da Terra à Lua”. Bons tempos aqueles.

Ray Bradbury

Grande escritor de fantasia, roteirista de sucesso, criador de uma das distopias mais lidas de todos os tempos, “Fahrenheit 451”, Bradbury me fascinou com seu futuro distópico onde bombeiros incendeiam livros e ler é um crime. em “As Crônicas Marcianas” o autor vai além, nos leva à Marte e as tentativas humanas de colonização do planeta. Me lembro bem de um conto onde os exploradores terráqueos davam de cara com uma cidade parecida com uma das nossas cidades, e lá encontravam seus parentes já falecidos como pais e mães vivos novamente, sem perceberem que se tratava de uma ilusão. Bradbury, diz então, sabiamente, que nenhum homem se questiona racionalmente quando vê sua mãe de volta á vida, ele simplesmente fica feliz demais.

Robert Crais

Criador do autodenominado melhor detetive do mundo, Elvis Cole, Crais é um autor de primeira grandeza nos EUA mas que ainda não se deu muito bem por aqui – se não me engano teve apenas três de seus livros publicados no Brasil. Escritor competente, é capaz de elaborar uma trama policial intrincada enquanto nos apresenta um detetive com uma consciência admirável, elaborando considerações pontuais sobre a vida. Seu compromisso com o personagem é tão grande que, mesmo com todo o sucesso que Cole faz na América do Norte, o autor não licencia nenhum de seus livros para o cinema.

 

Ficaram alguns autores de fora, mas é a vida. Na próxima quarta tem um selo indicado pela Pandora ;) e na sexta a resenha de “Pulp”, do Bukowski. Até lá.

15 comentários:

  1. É tão bonitinho ver você falando de Gorki e a justificativa da ordem alfabética para colocar a Agatha como primeira da lista foi fofa. Curti suas preferencias Luciano, alguns autores soam também como dica de leitura e isso é bom!

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  2. Ola Luciano, tudo bem?
    Bem interessante suas escolhas, e confesso que de todas elas li apenas os livros de Júlio Verne e José Lins do Rejgo. (Eu sei, é um crime nunca ter lido nada daAgatha Christie, mas ainda vou me redimir desse fato.) Eu imagino como deve ter sido difícil fazer essa seleção, mas ficou ótima, e ainda rendeu a nós leitores ótimas dicas de livros.
    Abraços,
    Amanda Almeida
    Você é o que lê

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  3. Esses são autores que eu ainda preciso descobrir, vejo tantas resenhas falando bem sobre a Agatha, mas ainda não comprei nenhum livro dela, mas está na minha lista, claro. rs

    Beijos

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  4. preciso muitíssimo ler gorki, já recebi várias indicações e já vi muita gente falando nele. maravilha a tua dica.

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  5. Gostei da sua lista!

    http://cafe-elivro.blogspot.com.br/

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  6. Acho que esse é um dois seus melhores posts, porque adorei o tema, super criativo. Eu tenho muuuuuuuuita vontade de ler Julio Verne por sua causa e desses o único que eu ja li é a minha xará Agatha, dela leio tudo mesmo.

    Anotei aqui todos os autores, muito obrigada. Tudo Tem Refrão

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  7. Eu fui fazer a minha lista correndo... e não temos nenhum autor em comum, né? É a vida... eu li Zé Lins, Agatha Christie e Julio Verne na adolescência, gosto, mas realmente não tenho aquela vontade de devorar tudo... como você já sabe li o Infância, do Gorki e é bom mesmo. O estilo dele é realista como eu prefiro... como Graciliano Ramos! =D

    Tô lendo o Ray Bradbury agora, tem uns livros deles no Leitura sem Fronteiras. Vamos ver qualé que é!

    É difícil escolher 10. Seria difícil escolher 50... Mas a ideia foi muito boa!

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  8. Luciano,

    Desafio complexo. Gosto muito da Agatha, embora ainda não tenha lido o tão famoso caso dos dez negrinhos. Tyler me convenceu com O Começo do Adeus, aguardo ansioso pelo próximo lançamento. Já o Bukowski é um autor que a muito tempo quero ler, pretendo fazê-lo o quanto antes. Murakami é outro que tem me deixado intrigado, 1Q84 é um livro que quero muito ler. Achei a lista interessante, talvez eu me dobre e faça uma.

    abraços
    Juan - sempre-lendo.blogspot.com.br/

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  9. Stephen King estaria na minha lista também, com toda certeza *-* auhsuahsuahsuhas
    Mas Julio Verne é ótimo também :o

    - VITAMINA DE PIMENTA -

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  10. Eu tenho alguns autores dos quais eu gostaria de ler tudo mesmo e por coincidência José Lins do Rego é um dos meus favoritos, já li muitos livros dele, mas incluiria na lista Neil Gaiman, Gabriel Garcia Márques, Carlos Ruiz Zafón, e por aí vai. Eu também já li muitos livros da Agatha Christie, mas só tenho uns três ou quatro exemplares dos livros dela.

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  11. Também tenho minha lista de autores preferidos, e Chuck Palahniuk é um deles. Anne Tyler não sei se me conquistou desse jeito, mas eu gostei muito de O Começo do Adeus. Agatha Christie... bom... meu santo não bate com o dela, como já comentei, e os outros autores que você citou, morro de vergonha, mas não li ainda. Pretendo no futuro, e vou anotar essas suas indicações!

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  12. Uma lista de autores que para quem te acompanha aqui no .Livro sabe de sua preferência. Vendo José Lins do Rego gostaria de muito de reler alguns de seus livros.


    Saleta de Leitura

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  13. Luciano, da sua lista só conheço a Agatha, o Verne e o Bradbury... sendo esse último o meu preferido.

    Quanta a Agatha... bom, não é com ela, mas romance detetivesco não faz meu estilo mes-mo...!

    Li A Volta ao Mundo em Oitenta Dias e achei divertido... mas só. rs

    E do Velho Safado tenho medinho. ;}

    Fica aqui a minha curiosidade imensa em ler Gorki.

    Abraços.

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